Ministro do GSI disse que deu “ordem para prender todo mundo” no domingo

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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General Gonçalves Dias explica que as medidas que competiam a ele foram tomadas

Foto: Divulgação Exército

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Lula, general Gonçalves Dias, declarou que deu “ordem para prender todo mundo” ao Batalhão da Guarda Presidencial (BGP), no último domingo (08), na invasão dos bolsonaristas aos Três Poderes.

A fala foi feita após integrantes do Exército declararem que a ordem para atuar do Batalhão, vinculado ao Comando Militar do Planalto (CMP) do Exército, precisava partir do GSI, e que esse comando veio de maneira tardia.

Gonçalves Dias, responsável pelo GSI, disse à coluna de Guilherme Amado que o Batalhão da Guarda Presidencial não tentou proteger os golpistas e atuou assim que a sua ordem chegou a eles.

Vídeos divulgados nas redes mostram que a primeira atuação do BGP foi de hesitar prender os invasores, com inclusive um comandante da Polícia Militar do Distrito Federal dando ordens ao coronel do Batalhão: “Comanda a tua tropa, porra!”, dizia um deles.

Segundo o ministro, as imagens são do início da invasão e que a atuação do BGP foi diferente quando chegou ao coronel a determinação a prisão de todos os invasores.

“Dei ordem para prender todo mundo (no Planalto). Um vídeo não mostra o que foi todo o episódio. Naquele momento, a minha ordem para que todos fossem presos ainda não havia chegado. Quando chegou, a Guarda Presidencial agiu com a PM para prendê-los”, disse.

“Antes, eles estavam entendendo que o objetivo era colocar os invasores para fora do palácio”, explicou Dias.

Internamente, há investigações sobre as falhas em diversos pontos da segurança para a reação tardia das forças contra os bolsonaristas na tentativa de golpe.

Reportagem do Estadão desta quarta (12) mostrou que foi convocado um efetivo menor para o domingo, com menos 36 guardas em comparação ao dia anterior, sábado. E que a mobilização desse batalhão foi 15 vezes superior em, por exeplo, 2017, quando Michel Temer foi alvo de uma ação de Black Blocks.

Somente por volta das 15h do domingo, quando os bolsonaristas já estavam dentro das sedes dos Três Poderes, no Planalto e Granja do Torto, é que o chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), general Henrique Dutra Menezes, ativou mais 133 homens e equipementos de choque para o Planalto.

Dias explica que as medidas que competiam a ele foram tomadas e que todas as imagens das câmeras internas do Planalto foram entregues à Polícia Federal, que investiga a invasão dos bolsonaristas.

O ministro tem a confiança do presidente e chefiou a segurança de Lula nos 8 anos de seus mandatos anteriores, e também dirigiu a Coordenadoria de Segurança Institucional do governo de Dilma Rousseff.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Diálogo de um conto fantástico que eu pretendo escrever:

    ” – Nosso palácio foi invadido. Nós fomos derrotados, general.
    – Ok, mas eu mandei prender todo mundo.
    – O senhor acredita que pode transformar derrota em vitória, general?
    – É claro que não. Nesse caso a derrota foi uma vitória.
    – Mas senhor general…
    – Cale a boca, jornalista… A sua verdade só exsurge da obediência. A minha verdade crio eu mesmo.”

  2. Um bom matemático tranforma 2+2 em outra coisa diferente de 4. Um cara como Tucidides transforma uma derrota como as Termopilas em vitoria grega contra a Pérsia. Tudo isso aumenta a dissonância cognitiva nesta sexta-feira 13 parte 13. O CAOS não gerou a GLO. Até quando Nassif? Talvez o Império deu recado via Merval, abrindo o Jogo. Guerra civil operada pela CIA se Lula não anistiar. Argentina 1985, ai que inveja!

  3. O competente general podia, impedir essa folia, mandando prender a todos, como lhe competia, mas oh!que infelicidade, problemas no gabinete fizeram que o general, agora no ministério, agisse como um cadete. Afinal o que mais poderia, um general de fancaria, fazer pra favorecer, a patuléia ensandecida? Providência tardia é só o que se pode esperar de um General Gonçalves Dias. GSI, Grande Safadeza Institucional sob ordens de um general com nome de poeta, filho de heleno e herdeiro do bozo, o que mais se poderia esperar: lealdade do exército?

  4. O exército brasileiro começa a provocar asco na população brasileira. Quando acontece uma sequência de denúncias de crimes de omissão, de traição, de associação e proteção a malfeitores golpistas, terroristas e ladrões, como aconteceu com o exército e outras armas da FFAA, o castigo e a punição não deve faltar contra essa cambada de aloprados e traidores da pátria, que usam de suas patentes para denegrir as instituições a que pertencem, ao governo recentemente empossado e ao país Brasil. Parece que algumas autoridades ainda dormem no ponto e apostam que a nossa inteligência ainda pode ser subestimada. A mancha vermelha do sangue e a mancha negra do luto, pelas barbaridades cometidas e/ou ignoradas, não se apagarão jamais da história e dos currículos dos golpistas traidores e aloprados e das autoridades que os tratam amistosamente como gente civilizada.

  5. Evidente que ocorreram erros. Mas não se desqualificar a todos. Traíras existiram e existem. Há necessidade de identificação com critério e racionalidade.
    O foco deve ser os chefes deste movimento: financiadores, elaboradores, divulgadores. O comandantes deste grupo deve ser identificado custe o que custar. Devem sentir o peso da lei. E vamos trabalhar.

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