Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Por que a esquerda é incapaz de propor alternativas? Por Rui Daher

Zizek e Rodrik

Por Rui Daher

https://www.youtube.com/watch?v=eQPiV_cauyI]

Da CartaCapital

O filósofo esloveno Slavoj Žižek e o economista turco Dani Rodrik, de Harvard, colocam o dedo na ferida. Robert Gordon, “Ascensão e Queda do Crescimento Americano”

Chico Buarque não perde a atualidade. Experimentem multiplicar por menos um a letra de “Vai passar” e vejam se o resultado não retrata exatamente a atual situação política do Brasil. Voltamos a “uma página infeliz de nossa história”.

Não, não mudei de ideia. Falaremos das garfadas que se pretende dar nos direitos trabalhistas. Antes, porém, quero comentar a desilusão exposta, nesta CartaCapital, pelo filósofo esloveno Slavoj Zizek, com a incapacidade de uma esquerda fragmentada propor saídas ao capitalismo.

Pode parecer irônico, mas hoje em dia é no lado sério do pensamento conservador que leio os melhores arrazoados sobre a inação da esquerda, num momento em que o capitalismo mostra sinais óbvios de avançada necrose. Nada a ver, porém, com os arremedos de ortodoxia econômica que temos na Federação de Corporações.

Dani Rodrik, professor de economia política internacional, em Harvard, escreveu artigo publicado no Valor (18/07), perguntando: “se a globalização acentua a divisão de classes (…) por que a esquerda foi incapaz de articular uma contestação política significativa a ela”?

O mesmo estranhamento de Zizek, pois. E continua: “ainda mais quando se sabe que clivagens de renda e de classe são favoráveis à esquerda contra cisões fundadas em identidades de raça, etnia ou religião, que fortalecem guinadas à direita como acontece agora em Europa, EUA, Brasil, e países da América Latina.

A desregulação dos mercados trazida pela globalização fragilizou as políticas de Estado. Suas instituições se esboroaram e desagregaram as identidades nacionais.

Para Rodrik, a culpa por vermos esse trem passar foi dos economistas de esquerda [e presidentes não pela sua fragmentação, mas sua unidade ao “cederem muito facilmente ao fundamentalismo de mercado e incorporarem seus princípios centrais”.

Fizeram o que pediam a União Europeia com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fundo Monetário Internacional, destroçando os ditames de Keynes.

No Brasil, foi exatamente isso. De extração esquerdista, os quatro últimos governos eleitos estenderam inúmeras pontes para a direita passar e fazer o que mais sabe, manter o acordo secular de elites.

Para Rodrik, o mundo “ficará aberto para populistas e grupos de extrema-direita que nos levarão – como sempre – a divisões mais profundas e conflitos mais frequentes.    

A garfada que virá

Não que eles não saibam, burros não são, mal-intencionados sim. Ou, como os define o jornalista Luís Nassif, “cabeças-de-planilha”. A noção de produtividade do trabalho que se espalha entre economistas-chefes de instituições financeiras e seus patrões, sempre amplificadas em folhas e telas cotidianas regiamente pagas, joga toda a carga negativa sobre os ombros da renda e dos encargos sociais da classe trabalhadora.

Martin Wolf, editor e principal analista econômico do Financial Times, no artigo “Chega de otimismo fácil” (Valor, 13/07), contesta a falácia nacional. Nos países de capitalismo mais avançado isso é entendido em consonância com os avanços tecnológicos e demais fatores, inclusive sociais, sem se ater apenas à remuneração da mão de obra.

Aqui existem economistas, provectos senhores inclusive, que sugerem às empresas multiplicarem por três o salário de funcionários celetistas para precificação de seus custos reais. E ainda riem nos convescotes da FIESP.

Wolf acompanha Robert Gordon, da Universidade Northwestern, autor de “The Rise and Fall of American Growth”, análise profunda sobre a transformação da vida nos EUA, entre 1870 e 1970, na tese de que “algumas invenções são mais importantes do que outras” para se medir a produtividade do trabalho.

Cita invenções com maior peso relativo: exploração de petróleo, controle da energia elétrica, indústria química, fornecimento de água potável, descarte de esgotos. Reconhece o advento da internet como fator de aumento da produtividade, mas o limita ao período entre 1994 e 2004. É, pois, uma visão que contempla a produtividade total dos fatores.

Justifica o estudo focar os EUA, pois nesse período o país esteve na fronteira mundial de inovação e produtividade, influenciando os aumentos contínuos da produção por pessoa e por hora.

Com tal enfoque, é óbvio que critique a mensuração do crescimento pelo PIB, que não leva em conta os padrões de vida das pessoas. Mesmo nos EUA, “o crescimento assim mensurado está diminuindo porque as invenções escassearam”.

No Brasil, a grita de patos amarelos contra a legislação trabalhista e o sistema previdenciário atuais, reflete desejo de aumento de lucros sem contrapartida distributiva. Para tanto, desconsidera nosso atual nível tecnológico e sua possibilidade de avanços. Mais e pior: desconsidera que a migração na composição do PIB para o setor de serviços, principalmente o financeiro, onde é difícil elevar a produtividade, é a grande razão para a desaceleração.

Estão querendo, mais uma vez, nos enganar. Vocês sabem quem. 

 

Rui Daher

Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor

14 Comentários

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  1. Julie London – adorei!

    Julie London (Santa Rosa, 26 de setembro de 1926 – Encino, 18 de outubro de 2000) foi uma cantora de jazz e atriz norte-americana.

    Nascida Gayle Peck, iniciou a sua carreira artística no cinema nos anos 1940, bem antes de se tornar famosa como cantora.

    Com uma beleza singular, atuou em mais de 20 filmes e fez grande sucesso contracenando com Gary Cooper em O Homem do Oeste (1958). Sua carreira de atriz de cinema e televisão durou mais de 35 anos.

    Em 1955, gravou seu primeiro disco, Julie Is Her Name, que foi seguido de muitos outros. Célebre por sua voz sensual, foi a primeira intérprete da canção Cry Me a River, foi uma das artistas mais populares dos anos 1950, sendo considerada a melhor cantora dos Estados Unidos em 1955, 1956 e 1957, pela revista Billboard. Ao longo da sua carreira, gravou 32 álbuns. Entre os seus maiores sucessos, figuram as canções Cry Me A River (que fez parte do seu primeiro disco, gravado em 1955), Sway, Desafinado e Fly Me to the Moon. Intérprete versátil, gravou também Light My Fire, dos Doors e Yummy Yummy Yummy do grupo Ohio Express.

    Em meados da Década de 1990, London sofreu um derrame, o que levou a metade da Década com saúde debilitada, e contribuiu para a sua morte em 18 de outubro de 2000. Foi sepultada no Forest Lawn Memorial Park (Hollywood Hills), Los Angeles, Califórnia no Estados Unidos.

  2. Karl Marx, no Manifesto, diz:

    Karl Marx, no Manifesto, diz: “Trabalhadores do mundo, uni-vos!”

    Costa-Gravras, na boca de Marc Tourneuil, personagem prá lá de neoliberal, em “Le Capital”, responde: “Vocês não queriam a internacionalização? [Nós a realizamos.]”

    Talvez o problema de ambos esteja na escala almejada: mundial. Qual a diferença entre a economia explicitamente planificada, a comunista, e a tacitamente homogeneizada, a capitalista? Uma é assumida e a outra é disfarçada, será? Da mesma forma que a primeira se dá pela repressão ditatorial (todos os chineses de Mao usavam terninhos sem gola), a segunda tenta disfarçar seu absolutismo dizendo que, afinal, você pode escolher o modelo e a marca da sua calça de brim índigo. Desde que use uma calça de brim índigo. E como concedeu Caetano Veloso, tome Coca-Cola…¹

    Talvez haja um caminho se se pensar em descentralização, autonomias tão locais quanto possível, sustentabilidade, independência e soberania. Quem precisa de chefes tão onipresentes, oniscientes, onipotentes para seguir? Quem precisa de chefes centrais? Quem precisa de ídolos? O outro, por mais longe que esteja geograficamente, hoje está ao alcance de um clique de mouse. Todos falamos inglês ou temos o Google Translator, coisas inimagináveis até para Karl Marx.²

    O capital não será vencido em combate direto. Mas morre um pouquinho mais a cada grupo que se une para colaborar, morre a cada movimento de desprezo a ele, capital, e de liberdade desses grupos. Não há chefe se não houver quem queira (ou ache que precisa) se colocar como subordinado. Mania de grandeza ao avesso: “Sou pequeno mas quem sabe se eu admirar o grande viro grande também?” “Será que se eu me arvorar grande e convencer aos outros que sou líder, viro grande líder?”³

     

    ¹ – Caetano, “Você não entende nada”:

    Você toma Coca-Cola, eu tomo, você põe a mesa, eu como… Eu quero é tocar fogo nesse apartamento.

     

    ² – Paul Valery em 1928 – mal tinha televisão, inventada em 1923 pelo russo Vladimir Zworykin –  prevendo a Internet e o gesto do clique em mouse:

    “Tal como a água, o gás e a energia elétrica, vindos longe através de um gesto quase imperceptível, chegam a nossas casas para nos servir, assim também teremos ao nosso dispor imagens ou sucessões de sons que surgem por um pequeno gesto, quase um sinal, para depois, do mesmo modo nos abandonarem.”

    (A conquista da ubiquidade em Pieces sur l’art.)
     

    Só não previu que do outro lado poderia ter, além de um provedor de conteúdo, uma outra pessoa.

     

    ³ – Comunidade Yuba:

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Associa%C3%A7%C3%A3o_Comunidade_Yuba

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=0kwAqYMGXoE%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=fl-pEOgrWN4%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=SxfnwLSrzBo%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=zjjquqb2-iU%5D

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=gP16S2eylzc%5D

    1. O capitalismo ainda pode dar muito para países atrasados

       

      Renato Lazzari (sábado, 23/07/2016 às 18:46),

      Recentemente junto ao post “A política não é para candidatos a santo, por Válber Almeida” sexta-feira, 01/07/2016 às 09:41, aqui no blog de Luis Nassif eu enviei sexta-feira, 01/07/2016 às 13:35, um comentário para Válber Almeida, o autor do post, e você, em comentário enviado sexta-feira, 01/07/2016 às 17:49, questionou a minha caracterização do ser humano como majoritariamente não solidário e competitivo. E no último parágrafo do seu comentário você diz:

      “Talvez a gente tome algumas coisas como inquestionáveis, coisas que podem até estar nos fazendo mal, mas que não são, afinal, tão inquestionáveis assim. Talvez nos deixemos manipular em nossos medos e nossas fissuras. Ou melhor, nos deixemos manipular e estejamos reproduzindo isso, manipulando as outras pessoas, num modo retroalimentado de achar que “a vida é assim mesmo”, já pensou? Fica o convite”

      O endereço do post “A política não é para candidatos a santo, por Válber Almeida” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-politica-nao-e-para-candidatos-a-santo-por-valber-almeida

      Eu concordo um pouco com o seu comentário lá no post “A política não é para candidatos a santo, por Válber Almeida”, ao apontar minha concepção do ser humano como majoritariamente não solidário e majoritariamente competitivo. Provavelmente em 1986 já então com mais de trinta anos eu li o livro “O gene egoísta” de Richard Dawkins que deve ter sido indicado para minha irmã que fazia o segundo grau. Li com muita atenção e logo depois em um curso de Administração Pública eu estava aplicando alguns ensinamentos que eu aprendera no livro. Particularmente eu gostava de mencionar as várias possibilidades de sobrevivência que a biologia através do DNA oferecia. Em uma passagem Richard Dawkins mostrava que em um grupo, supondo existir as seguintes estratégias de sobrevivência: a do predador que ataca sua presa, a do covarde que quando é atacado foge, a do fingidor que ataca, mas se houver resposta é ele que foge, a do pacato que quando atacado reage, todas as estratégias de sobrevivência poderiam ser exitosas. Tudo depende das circunstâncias. Desde então eu considerava que a Evolução deveria fazer parte dos cursos de Economia e também da disciplina de planejamento.

      Eu li o livro de Richard Dawkins com muito senso crítico sempre querendo encontrar uma ou outra falha na argumentação dele. Não consegui, entretanto, não ficar impregnado das idéias dele. Daí a minha afirmação que lhe causou estranheza em que eu digo a seguinte frase:

      “Creio que ainda faz parte do ser humano o espírito individualista de competitividade que o faz crer superior ao outro”.

      É bem verdade que eu queria caracterizar esse sentimento de individualismo como algo inerente ao ser humano em oposição a ver o individualismo como algo próprio do brasileiro. Agora, não sustentava a minha argumentação com uma concepção biológica. Eu tenho que esse caráter individualista é muito fruto do modo de vida do ser humano na sociedade. E é válido somente nas sociedades que possuem um modo de vida muito semelhante. E acredito que a mudança na sociedade é demorada.

      Aqui neste post “Por que a esquerda é incapaz de propor alternativas? Por Rui Daher” de sábado, 23/07/2016 às 14:43, você envia um comentário que, antes de você apresentar a relação de referências que você fizera ao longo do comentário, termina assim:

      “O capital não será vencido em combate direto. Mas morre um pouquinho mais a cada grupo que se une para colaborar, morre a cada movimento de desprezo a ele, capital, e de liberdade desses grupos. Não há chefe se não houver quem queira (ou ache que precisa) se colocar como subordinado. Mania de grandeza ao avesso: “Sou pequeno mas quem sabe se eu admirar o grande viro grande também?” “Será que se eu me arvorar grande e convencer aos outros que sou líder, viro grande líder?”³”

      Talvez aqui haja um ponto de divergência entre o seu modo de pensar e o meu. Se o mundo fosse uma pequena ilha com uma população pequena talvez a concepção de uma vida comunitária em um estágio mais atrasado de desenvolvimento fosse algo prático. No mundo em que há tanta desigualdade. Em que há tantos países, e em que a desigualdade não só se acha presente entre os países como dentro dos países eu penso que a solução de uma vida comunitária dentro do atual estágio de desenvolvimento humano é uma solução ou egoísta se se ela se fizer nas melhores condições de desenvolvimento apenas para o grupo que se constituir comunitariamente ou retrógada na medida que não vai dar as comunidades as atuais condições de vida que as sociedades mais desenvolvidas podem usufruir.

      E então surge o meu ponto de discordância. Eu não quero que o capitalismo morra um pouquinho a cada momento. Vejo o capitalismo como um sistema com uma grande capacidade de produção. E os países mais atrasados precisam aumentar a produção. Um país como o Brasil precisa ter uma renda per capita de uns 35 a 40 mil dólares, ou seja, é preciso que o Brasil cresça umas 16 vezes mais do que hoje. Isso significa que se crescer a 5% ao ano (Na verdade deveria ser 6,5% ao ano se se desconta a taxa de natalidade de 1,5%), aplicando a regra dos 70, vai precisar de 14 anos para duplicar, 30 anos para quadruplicar, 45 anos para octuplicar e 60 anos para multiplicar por 16 (Se fosse 13 vezes parece que seria terciodecuplicar).

      Então o que eu defendo não é a morte do capitalismo, mas a superação do mesmo. O mundo todo crescendo bastante vai-se chegar em um ponto em que ai sim não haverá necessidade de mais crescimento e o capitalismo deixa de ser necessário, ou melhor, o capitalismo deixa de ser viável. Até se pode chamar de morte do capitalismo quando se atingir a última etapa, mas é uma morte por superação. Em cada estágio o capitalismo estará melhor do que o estágio anterior.

      A luta atual para países como o Brasil é então mais crescimento, o que se consegue via capitalismo, ao mesmo tempo que se tenta corrigir a grande problema do capitalismo que é a desigualdade. Esta pelo menos deve ser em meu entendimento a luta da esquerda. E se no momento atual a esquerda em países como o Brasil está derrotada eu não considero que a derrota seja culpa da esquerda. É claro que há desunião na esquerda porque alguns querem a destruição do capitalismo e outros querem a superação do mesmo e evidentemente são lutas bem distintas. De todo modo, mesmo que unidas, a esquerda é bem menor do que a direita e assim a derrota que ela sofreu no Brasil com o impeachment da presidenta Dilma Rousseff não é surpresa nem deve ser colocada na conta da esquerda. Era uma luta em que ela não tinha como ganhar.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 23/07/2016

  3. A disparidade de armas é enorme.

    Vou repetir comentário que fiz no DCM.O grande problema é a disparidade de armas.Veja, a pouco tempo atrás a direita estava morta politicamente, e estaria até hoje se houvesse equilíbrio no jogo, até porque, ao longo da história, com rara exceção, politicamente a direita foi um desastre para o Brasil. O que fez mudar o jogo, então? Adiante a resposta.não primordialmente o jogo político, mas através de artimanhas que vem de décadas.É óbvio que quanto mais tempo no governo, mais se gera um desgase, é natural, mas o que há hoje no país é um massacre diário na esquerda. A direita domina mentes e setores estratégicos da nação, sobretudo a mídia e as instituições da lei – com isso, o jogo fica desigual.É simples, ter o domínio da informação se tem o domínio do resto – não é à toa que a Lava Jato deita e rola no PT, sem critério, sem respeito a lei, mas com parcialidade e seletividade absurda, seus agentes todos devem assinar Veja, curtir Mainardis e afins da vida – quando vão se informar na internet entram no G1, UOL e Folha; bingo, suas mentes estão imersas no pensamento único de desonesto desses meios de comunicação, e assim vão agir na vida pessoal e profissional – eis aqui a resposta para a pergunta acima. Alguém duvida que se houvesse uma mídia democrática e republicana a Lava Jato seria conduzida de forma a respeitar a lei e os princípios de direito? Pois bem, o jogo está 7 a 1 neste momento para o time onde jogam os golpistas, os fundamentalistas, a direita extrema, a imprensa canalha e os agentes da lei que usam do cargo para constituir neste século o que ocorria no Brasil nos séculos anteriores, a desigualdade extreme em todos os campos do Estado, ainda que o façam achando que estão fazendo o bem. Mas como virar o jogo, ou ao menos equilibrá-lo? A resposta é óbvia, democratizar a mídia. No entanto, como não é fácil fazer uma reforma legislativa, a saída mais concreta e rápida e o uso da internet. Como já disse e repito, não há sequer um portal de notícias progressistas no Brasil. Percebam, o escândalo do DataFolha não vai chegar ao grosso da população brasileira. É fato que existe os blogs progressista, mas é preciso ir além. Por exemplo, o aposentado que quer saber o resultado da mega-sega ele entra na globo.com, no UOL, Folha e afins e acaba se informando de política nesses sites sob a ótica e versão deles. Isso acontece também para quem vai ver o resultado do futebol, vai querer saber sobre o lançamento de um smartphone, aquele que quer ter mais informações sobre um desastre natural ou aéreo, que buscam informações instantâneas de um acontecimento recente, para a adolescente que quer ler a entrevista do seu artista favorito, entre outros assuntos. Tentem só imaginar onde os juízes, promotores e policiais deste país leem notícias na internet, mesmo que o assunto não seja política, seja o lançamento de um filme, por exemplo, sempre vai ter uma chamada em destaque tratando de política nos sites, e é ali que eles acabam se informando – pensem em quanto isso contribuiu para chegarmos onde estamos hoje. Por exemplo, tem gente que é especialista até em games que escreve aqui no DCM – imagine a quantidade de “gamers” que estão loucos para saber do tal do Pokemon Go vindo se informar e acabarem lendo sobre política aqui – é isso que o UOL faz, por exemplo. Por isso, em que pese o grande trabalho dos blogs, etc; não é suficiente o alcance, é preciso diversos portais de notícias progressistas, senão a velha mídia vai continuar a mandar e desmandar no país. Pense nisso DCM. Num país que tem uma imprensa como a nossa, não se pode esperar que a História um dia conte o lado da verdade – é preciso mostrá-la todos os dias.  

  4. Ué Rui, quem não propoẽ

    Ué Rui, quem não propoẽ alternativa é a direita, por isso deram o golpe.

    A esquerda estava governando por pelo menos 13 anos.

  5. assim como urubu não se

    assim como urubu não se preocupa  , apenas espera sentado  boi morrer, esquerda só tem que espera que o capitalismo entre em desgraça, pois uma vez desgraçado, qualquer desgraça parece ser ainda melhor

  6. A direita, o capitalismo

    A direita, o capitalismo, no último século, logrou trazer o maior crescimento econômico que a humanidade já viu, mas com um custo, uma forte concentração de renda  (1% da população do planeta detém mais de 50% da renda), e uma série de problemas, como destruição e poluição do meio ambiente, a não extinção da miséria absoluta e a pior de todas a necessidade de aumento constante do consumo, gerando com isso uma legião de pessoas insatisfeitas e infelizes. Por outro lado, o socialismo, o comunismo, mostrou baixas produtividades da economia e baixos índices de progresso. Mas, ambos os sistemas político-econômicos tem coisas boas e ruins. E no momento, quem captou melhor essas coisas boas dos dois sistemas foram os países escandinavos, que praticam o capitalismo, mas com fortes taxações da renda e com política de “welfare state”, também apresentam altas rendas per capita e altos índices de IDH.

  7. Mais um pouco sobre o feijão dos pobres e a soja dos ricos

     

    Rui Daher,

    Em um seu post anterior intitulado “Ainda sobre o feijão dos pobres e a soja dos ricos, por Rui Daher” de quinta-feira, 14/07/2016 às 20:20, aqui no blog de Luis Nassif, eu enviei um comentário sexta-feira, 15/07/2016 às 14:42, para você em que eu lhe fazia a seguinte crítica:

    “É claro que eu via razão na sua crítica ao texto de Alan Tygel, mas também considerava que havia, como sempre houve, dois pontos falhos na sua análise quando você se refere ao agronegócio. Um é você não considerar como relevante a excepcionalidade das terras de São Paulo. E dois é você não levar em conta as fragilidades do sistema capitalista quando você trata do agronegócio.”

    Você não concordou com minha crítica. Eu fizera a crítica de um modo bem geral, mas poderia ter-me restringido ao post “De feijão, quermesses e prepotência, por Rui Daher” de domingo, 03/07/2016 às 12:28, onde logo de início você diz:

    “Cismaram que o estado de São Paulo, na impossibilidade de se tornar um imenso Portugal, o que seria mais charmoso, transformou-se em imenso canavial. Bobagem, chute de quem não lê, não pesquisa, não lembra dos parceiros do Rio Bonito, como descritos por Antônio Cândido. São Paulo continua sendo o estado agrícola mais diversificado do País. Estão a fim de acerola? É aqui. Se preferirem a orgânica, também”.

    É um trecho específico, mas há quase o mesmo texto ao longo do post “Os desafios do setor sucroenergético” de sábado, 16/11/2013 às 09:54, de sua autoria e provavelmente ainda quando o blog de Luis Nassif era o Advivo. E que pode ser visto no seguinte endereço:

    http://184.107.78.53/fora-pauta/os-desafios-do-setor-sucroenergetico

    Há muito lá no post “Os desafios do setor sucroenergético” que se repete na frase que eu transcrevi acima. E a minha crítica ao que você disse no trecho transcrito acima não é propriamente porque o que você diz não seja fiel aos fatos. A minha crítica é você não dar destaque à superioridade das terras paulistas. A economia é muito população, chuva, temperatura, relevo e solo, ou seja, economia é muito geografia. E o valor agregado da produção agrícola das terras paulistas com extensão de quase 250 mil km2 é 50% maior do que o valor agregado da produção agrícola mineira com um território de cerca de duas vezes e um terço maior do que o de São Paulo. Não se trata de uma superioridade do agricultor paulista. Fica mais caro fazer o restante do Brasil melhor, mas é mais justo. E alguém da esquerda precisa sempre dizer isso. E é isso que eu cobro de você.

    Eu tenho abordado há muito tempo esse assunto da superioridade das terras paulistas. E fiz questão de deixar links mais antigos junto ao comentário que enviei para você lá no post “Ainda sobre o feijão dos pobres e a soja dos ricos, por Rui Daher” . E era para indicar mais links onde eu fizera comentários semelhantes ou onde eu observara o mesmo alheamento que eu observara no seu texto. E se esse assunto era importante há mais tempo, agora eu vejo razão para mencionar mais ainda os dois pontos de crítica em meu comentário a você. Toda essa capacidade de São Paulo se tivesse sido revertida espacialmente para todo o Brasil, então, espacialmente o Brasil seria um país mais igual. E se o Brasil fosse espacialmente um país mais igual não teria havido o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

    Assim, sabendo-se que a força do impeachment estava em São Paulo não acho justo que se deixe de salientar essa desigualdade que a natureza concedeu a São Paulo e que se acaba revertendo contra o Brasil.

    E para não esquecer deixo o endereço do post “De feijão, quermesses e prepotência, por Rui Daher” que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/de-feijao-quermesses-e-prepotencia-por-rui-daher

    E deixo também o link para o post “Ainda sobre o feijão dos pobres e a soja dos ricos, por Rui Daher” que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/rui-daher/ainda-sobre-o-feijao-dos-pobres-e-a-soja-dos-ricos-por-rui-daher

    E a segunda crítica que eu fiz a você expressa pela frase “você não levar em conta as fragilidades do sistema capitalista quando você trata do agronegócio” era um modo de afirmar que você não dá relevância ao fato de que a cana retira espaço de outras culturas. Ela não retira todo espaço, mas ela retira espaço. No meado da década passada fui com um colega fazer um curso em Uberaba e o filho dele nos apresentou a um criador de gado gir leiteiro que saíra de Marília porque as terras estavam encarecendo à medida que elas estavam sendo aproveitadas para o plantio de cana. Ele vendeu as terras em Marília e foi para Uberaba.

    Eu já comentei bastante sobre este problema de as nossas melhores terras serem usadas para a exploração de cana de açúcar. Há outros textos melhores, mas menciono o meu comentário enviado terça-feira, 22/04/2014 às 14:33, junto ao post “O etanol e o samba de uma nota só da política econômica” de terça-feira, 22/04/2014 às 06:00, aqui no blog de Luis Nassif e com texto de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/o-etanol-e-o-samba-de-uma-nota-so-da-politica-economica

    Para mim, a crítica que se fez em São Paulo e que Luis Nassif encampou de que a presidenta Dilma Rousseff ao segurar o preço da gasolina prejudicou os produtores de etanol, não só não era verdadeiro por esquecer que no período houve aumento do preço de gasolina, como também a política de aumento do preço da gasolina deve levar em conta a pressão que este aumento do preço da gasolina terá sob a cadeia alimentar ao retirar mais terras destinadas a produção de alimentos para a produção de cana. Este problema deixará de existir quando for possível estabelecer zoneamento de produção no país. Talvez isso leve anos, mas vai ter que acontecer.

    Uma curiosidade. Sempre que eu vejo uma citação, eu vou ao Quote Investigator confirmar se a citação está correta. O endereço do Quote Investigator é:

    http://quoteinvestigator.com/

    Eu tinha lido alguma frase atribuída a Joseph Goebbels e fui conferir. Não havia nada sobre Joseph Goebbels, mas já no final da primeira página havia a investigação da autoria da seguinte frase:

    “The Trouble with Socialism Is Socialism; the Trouble with Capitalism is Capitalists”

    Com o passar do tempo a frase sai da primeira página e a frase acima não vai aparecer na página inicial do Quote Investigator, assim deixo o link direto para a frase:

    http://quoteinvestigator.com/2016/06/30/trouble/

    A minha crítica a você de certo modo decorre de considerar que a sua crítica ao capitalismo é muito próxima daquilo que a frase significa. E em meu entendimento essa frase está errada. O problema do capitalismo é o capitalismo e não o capitalista.

    É bem verdade que para a esquerda o capitalista é que é o problema, pois ele será sempre de direita (Parece que a autoria da frase é de William F. Buckley Jr que era de direita, e se deve acrescentar ainda que para o sentido que ele quis dar para a frase, ela estava correta). No entanto, é o capitalismo que precisa de correção. É o capitalismo e não o capitalista que gera a desigualdade. O capitalista é um ser humano qualquer e desde que o objeto da atividade empresarial dele seja lícito, ele não pode ser criticado pela atividade que exerce. Ele não pode é acumular capital via trabalho de terceiros de modo ilícito como faz o corrupto. Dentro da lei, entretanto, não há como o recriminar.

    O capitalista pode até ser de esquerda se ele passar a defender mais a justiça do que a eficiência. É claro que nesse caso a possibilidade de ele permanecer no sistema é muito pequena e o concorrente dele que é mais injusto e como consequência mais eficiente acaba vencendo-o na concorrência.

    Ah, sim! Era para deixar aqui uma transcrição de um comentário que eu enviei terça-feira, 19/07/2016 às 14:21, para junto do comentário de Wong enviado terça-feira, 19/07/2016 às 02:30), para junto do post “Xadrez dos novos tempos, da democracia em risco” de segunda-feira, 18/07/2016 às 11:52, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-dos-novos-tempos-da-democracia-em-risco

    O comentário de Wong consiste de uma breve apresentação para a transcrição completa do artigo “A abdicação da Esqueda” de Dani Rodrik. Não sou economista mas gosto de dar os meus pitacos. E é o que farei aqui. Assim, embora considere o artigo de Dani Rodrik tão bom quanto os seus, eu avaliei que Dani Rodrik pecou não só por não mencionar que a direita sempre cresce em épocas de crise como também ele não levou em conta as dificuldades de a esquerda ter margem de manobra na gestão da economia em um país com tamanha desigualdade social e espacial como a que se verifica em solo brasileiro.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 23/07/2016

    1. Já que meu comentário foi publicado faço acréscimos para ele

       

      Rui Daher,

      Ontem, sábado, 23/07/2016, enviei o comentário acima. Imaginava que o tinha enviado na madrugada de hoje. O certo é que ele foi para as nuvens e hoje domingo na hora do almoço, ele não apareceu como tendo sido postado. Não me importei tanto, pois o podia reenviar e diante da possibilidade de o reenviar procurei fazer dois acréscimos. O primeiro foi para indicar o post “A abdicação da esquerda, por Dani Rodrik” de domingo, 24/07/2016 às 11:46, e que foi publicado aqui no blog de Luis Nassif por sugestão de Ricardo Cavalcanti-Schiel e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/ricardo-cavalcanti-schiel/a-abdicacao-da-esquerda-por-dani-rodrik

      E o segundo acréscimo que eu queria fazer diz respeito ainda ao artigo de Dani Rodrik e ao título deste seu post “Por que a esquerda é incapaz de propor alternativas? Por Rui Daher” de sábado, 23/07/2016 às 14:43. Para você a esquerda não propôs alternativas e para Dani Rodrik a esquerda abdicou de propor alternativas. A se tomar pelo título da entrevista de Slavoj Žižek que você menciona e que fora publicado na CartaCapital e que se chamara “Ainda não há uma alternativa positiva de esquerda” e publicada na segunda-feira, 11/07/2016 às 04p3, a ideia de falta de proposta pelo lado da esquerda é a mesma. Não haveria então solução à esquerda. O endereço da entrevista com Slavoj Žižek intitulada “Ainda não há uma alternativa positiva de esquerda” é:

      http://www.cartacapital.com.br/revista/908/o-marxista-incomodo

      Eu creio que a resposta que eu daria a você e a Dani Rodrik e também a Slavoj Žižek é a mesma que eu dei para Renato Lazzari junto ao comentário dele enviado sábado, 23/07/2016 às 18:46 aqui para este post “Por que a esquerda é incapaz de propor alternativas? Por Rui Daher”. Em meu comentário enviado sábado, 23/07/2016 às 23:36, para Renato Lazzari eu insisti na necessidade de a esquerda direcionar sua luta em prol de uma proposta que permita que o capitalismo esteja em processo de evolução em direção a sua própria superação. O caminho não é destruir o capitalismo, mas sim permitir que ele se supere. Imagino que foi isso que o PT tentou fazer e que infelizmente desde as manifestações de junho de 2013, o caminho escolhido pelo PT não deu os resultados programados. De certo modo tudo que se deve fazer é buscar sempre o aumento da oferta de trabalho, a melhoria continuada da educação e saúde pública, a melhoria das condições de saneamento e moradia e a redução da desigualdade.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 24/07/2016

  8. As velhas oligarquias nunca

    As velhas oligarquias nunca perderam seu controle sobre a mídia e Instituições convertidas em verdadeiras organizações criminosas, de forma que não se pode atribuir a presidentes de esquerda a não inovação como deveria ser. Quanto a cisão da classe trabalhadora com base em etnias, religiões, concordo. Inclusive conheço uma figura que não rico e vive do seu trabalho mas que é seguidor de Bolsonaro porque este é contra o casamento gay. Neste caso, não se poderia esperar outro desfecho senão esse de desmonte do pais e das nossas conquistas dos últimos anos. Sem empoderamento do povo através do conhecimento, não poderíamos memo ir a lugar nenhum. O que esperar de um povo que repete o discurso desta casta sovina e opulenta nos meios de comunicação.

  9. Efeito Espelho

    A assimetria entre as nações do hemisfério norte com as de países menos desenvolvidos apresenta um efeito contrario perante a percepção do que seja direita ou esquerda. Por exemplo, o PPS, antigo PC, parece ter percebido isso e, mesmo tendo evoluído sob a sombra do Lech Walesa (Polônia), situa-se aqui no Brasil sob o espectro da direita. Os tucanos, por exemplo, que se achariam social democratas numa conversa de bar em Paris, são hoje a extrema direita neoliberal no Brasil.

    Nassif tinha apontado para este paradoxo alguns “xadrezes” atrás, ilustrando que, por exemplo, na Europa é a direita que acena com o nacionalismo e defesa de cada identidade nacional, mas, em compensação, quem faz isso aqui é a esquerda. Por isso é que temos alguma crise de identidade ideológica, ao queremos utilizar uma régua global que mede o que é esquerda ou direita.

    Na época mais dura da guerra fria, a esquerda tentou sair das garras de Moscou (ou ficar nela), gerando novas identidades de luta, dependendo do interesse nacional. Os maoistas na China, os stalinistas, os trotskistas, e etc. Aqui na América latina surge um socialismo moreno, de origem na revolução cubana. A igreja católica gera uma nova corrente terceiro “mundista”.  A esquerda de Brizola segue um viés nacionalista (nacionalista aqui no Brasil), mas que na época nacionalismo era sinônimo de nazismo, para atacar Brizola e favorecer o avanço do neoliberalismo.

    O PT surge como uma esquerda real, dentro dos limites do Brasil e, depois de um bom tempo de proximidade com o PDT, admitiu a CLT e as causas de defesa da nação. Novas esquerdas radicais surgem apelando mais para aspectos comportamentais da sociedade e, alguns, ainda com saudade do velho marxismo, tentam ainda situar-se dentro da equação capital + trabalho, ficando cada vez mais perdidos, ao ver que o velho capital foi sublimado para nuvens financeiras, distantes do Brasil, e o antigo empresário capitalista virou um sujeito empobrecido e tão trabalhador quando os operários.

    A esquerda não precisa ser mais criativa no plano ideológico, considerando que em conversa de intelectuais surgem vários partidos e coligações de esquerda. A esquerda deve, pelo contrário, ser pragmática e focada no seu alvo principal e, no plano prático do planejamento nacional, ser enfática na defesa do Brasil autônomo, desenvolvido e socialmente justo. Essa é a luta de hoje, salvar o nosso futuro, nosso território e nosso país, e essa é luta da esquerda, pois, a direita, além de lavar qualquer pensamento social de dentro das camadas que hoje aplaudem o golpe, perseguem justamente a entrega do país para interesses globais e financeiros.

    Com todo respeito, apenas depois de salvar o Brasil poderíamos voltar a nossas mesas de boteco e discutir sobre avanços tecnológicos e patos amarelos. 

  10. Prezado Rui, bom dia
    Propor

    Prezado Rui, bom dia

    Propor alternativas, com quem?

    Há um enorme vácuo de lideranças no patropi, e inclusive no plano ocidental!

    Mas falemos do Brasil, especialmente de um período (década de 80) em que o pensamento produtivo apavorou as oligarquias tupiniquins que eram acostumadas a ganhar muito, e ficaram ameaçadas com o avanço dos trabalhistas sobre seus cofres.

    Percebendo esse avanço do trabalhismo, a casa grande preparou uma armadilha mortal que inebriou o futuro das esquerdas tupiniquins. Ordenaram a um dos seus, (o príncipe neolibeles), uma reforma educacional que colocaria um freio no desenvolvimento estratégico do país. Progressão Continuada! Lembra? Foi a formula importada por Paulo Renato para frear o pensamento produtivo nacionalista! Implementada em 1998.

    Uma ”involução” planejada, que gerou uma sociedade acéfala, mentecapta, consumista e radical, matando o pouco das esquerdas que ascendiam ao país com o trabalhismo oriundo daquela década.

    Venderam a globalização como uma maravilha, mas sabemos que é uma tragédia neoliberal planejada que mata o raciocínio produtivo em escala, em benefício de um rentismo parasita que joga no limbo todos que pensam somente em si.

    ​Abração Kamarada

     

  11. Como a esquerda perdeu

    A esquerda perdeu no Brasil, porque Lula fugiu da escola. Explicar-me-ei melhor:

    O que Lula sabia, ou melhor até onde tinha estudado na escola, foi-lhe suficiente para conseguir crescimento econômico vigoroso do PIB, da ordem de 7,5%, mas não foi suficiente para saber nomear os sucessores que pudessem manter esta prospeidade.

    Como o próprio Lula admitiu recentemente, nomear Dilma para concorrer a presidência foi uma das maiores asneiras que cometeu. Mas não foi a única, pois Lula errou em quase todas as nomeações que fez.

    Se Lula não tivesse fugido da escola, se não tivesse tido preguiça de ler e estudar, pois tempo não lhe faltou quando se aposentou, teria lido Maquiavel, Sun Tzu, e outros tantos autores indispensáveis para administrar um estado.

    A direita se pautou com exatidão por Maquiavel, não seria difícil lhe prever os passos, e lograr êxito na política, tivesse Lula tido um pouco mais de perspicácia.

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