Assassinatos em escolas no Espírito Santo teriam sido estimulados por grupo neonazista

Ataque em duas escolas do ES em 2022 deixou 4 mortos e 13 feridos. Entre o material divulgado, havia vídeos descrevendo ideais neonazistas.

Crianças são flagradas por câmera de segurança enquanto correm desesperadas da escola durante ataque em Aracruz, Espírito Santo

A Polícia Federal cumpriu hoje (02) um mandado de busca e apreensão contra um grupo neonazista que promove, através de chats e aplicativos de mensagens, “material de extremismo violento ideologicamente motivado”.

Em 25 de novembro de 2022, duas escolas na cidade de Aracruz (ES) foram invadidas por um adolescente de 16 anos, que atirou contra estudantes e funcionários. Quatro pessoas morreram e 13 ficaram feridas.

A polícia suspeita que integrantes do grupo teriam motivado e incitado o adolescente a cometer os crimes.

Segundo os investigadores, o grupo divulgava tutoriais de assassinato no aplicativo de mensagens, além de vídeos de mortes violentas, de fabricação de explosivos e de promoção de ódio a minorias. Havia também, em meio aos materiais divulgados, vídeos descrevendo ideais neonazistas.

Segundo a polícia civil do Espírito Santo, os ataques cometidos pelo adolescente, que é filho de um policial militar, estariam sendo planejados há dois anos. Os disparos foram feitos com uma arma de fogo.

Os mandados de busca e apreensão das ações de hoje foram cumpridos nas cidades de São Paulo (SP) e Petrolina (PE), por determinação da 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Linhares, no Espírito Santo.

Extremismo violento

“A investigação demonstrou que os arquivos de conteúdo de extremismo violento encontrados no aparelho celular do menor foram baixados do canal do aplicativo que ele participava”, informou a PF.

“O uso da cruz suástica na vestimenta do menor no momento do ataque demonstra a influência de ideologia neonazista recebida pelo grupo de aplicativo, reforçando a tese de que o atentado foi cometido por razões de intolerância a raça, cor e religião com o fim de provocar terror social, o que configura o crime de terrorismo”, acrescentou.

Segundo a PF, a empresa do aplicativo de mensagens cooperou pouco com as investigações, no entanto, mesmo sem boa parte dos dados solicitados, os investigadores identificaram dois integrantes que interagiam no aplicativo de forma ativa e publicavam mensagens de teor “racista e antisionista”.

De acordo com a PF, se somadas, as penas máximas dos crimes investigados atingem 72 anos de reclusão. No Brasil, os crimes de terrorismo e homicídio qualificado são considerados hediondos pela legislação.

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Isadora Costa

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