PT tem uma semana para retomar a ofensiva

O PT abre a semana reunindo, em São Paulo, todos os presidentes estaduais recentemente eleitos no Processo de Eleições Diretas (PED 2013). Além do presidente nacional do PT, Rui Falcão, estará presente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pauta central são as eleições de 2014. O pesar pela morte do governador Marcelo Deda e o fogo cruzado das prisões de dirigentes condenados na AP 470 têm, como contraponto, o clima positivo proporcionado pela mais recente pesquisa de opinião, que aponta o fortalecimento do favoritismo da presidenta Dilma Rousseff.

O recado a ser dado é o de que o partido tem ainda um longo caminho pela frente. Não pode descuidar nem das alianças regionais, nem muito menos do programa. Um programa de mudanças seria o elemento mais importante para uma real ofensiva a ser trabalhada. Tanto como o troco mais efetivo aos ataques que o partido vem sofrendo como, sobretudo, em resposta à expectativa da maioria dos brasileiros.

É bom lembrar que uma parte significativa dos eleitores ainda está indecisa ou desinteressada nas eleições. Mais que isso, parcela majoritária dos brasileiros quer mudanças e deposita em Dilma a expectativa de que um eventual segundo mandato seja marcado por novidades importantes.

No momento em que o mensalão tucano (dito “mineiro”) completa uma década dormindo nas gavetas do Supremo Tribunal Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, travará embate, no Congresso Nacional, sobre as denúncias do trensalão tucano, o esquema de cartel de empresas e pagamento de propinas a políticos do PSDB e DEM de São Paulo. O ministro encaminhou pedido de investigação à Polícia Federal, o que irritou ambos os partidos citados pelos delatores. É esperado um confronto direto e ríspido no Senado (na terça, dia 3) e na Câmara (dia 4).

A partir da terça, a Câmara dos Deputados deve retomar a análise do processo de cassação do deputado José Genoino (PT-SP). Enquanto isso, segue a expectativa sobre a possível prisão a ser decretada pelo presidente do STF e relator da AP 470, ministro Joaquim Barbosa, contra, entre outros, Roberto Jefferson (PTB) e Valdemar Costa Neto (PR).

Grande é também a expectativa com o retorno do Procurador da República em São Paulo, Rodrigo de Grandis, que estava gozando licença remunerada (que termina no dia 5). Espera-se que, finalmente, ele ofereça alguma resposta sobre o que pretende fazer com os oito ofícios do Ministério da Justiça que pediam apuração do trensalão tucano.

Na sexta-feira (6), o partido de Roberto Freire, o PPS (cujo nome de fantasia é Partido Popular Socialista), promove seu 18.º Congresso. Pode decidir apoiar a candidatura presidencial de Eduardo Campos (do PSB). O partido que já há algum tempo é considerado um satélite do PSDB, na verdade poderá dar uma demonstração cabal de que, de fato, está sob o comando de José Serra. Serra, que recusou filiar-se ao PPS quando este foi oferecido de bom grado para ser sua legenda para concorrer contra Aécio Neves, manobra politicamente por todos os lados para esvaziar a candidatura de seu correligionário.

Enquanto isso, ainda na sexta-feira, quando a morte do presidente João Goulart completará  37 anos, seu corpo, exumado em Brasília, deverá retornar à cidade de São Borja, no Rio Grande do Sul. Desta vez, Jango terá direito a um novo enterro, com as honras oficiais e as homenagens públicas que foram cerceadas em 1976, durante a ditadura militar.

(*) Antonio Lassance é Doutor em Ciência Política pela Universidade de Brasília.

Redação

10 Comentários

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  1. Não sei se procede mas até

    Não sei se procede mas até onde  soube esta havendo uma boa procura  para novas

    filiações ao PT, em contraponto ao que a ” pesquisa factoide” da folha tetnou “forçar tem

    muita gente ( jovem )  indignada com os últimos capitulos da mini série “ap 470.O ideal

    é interferir e  até refundar o partido se for preciso.

    1. ” novas filiações ao PT” isso

      ” novas filiações ao PT” isso é resultado do PED 2013, as chapas correm atrás de “novos” fiiados para votarem na sua chapa, vão lá e pagam a inscrição etc e vc vota no candidato da chapa.

  2. Cardozo

    Esta semana veremos de que é feito o Ministro Cardozo. Um dos mais inertes, insossos e sem sabor dos Ministros escolhidos por Dilma. Não abre a boca na hora certa e quando abre dá bolas fora. Agora ele diz que irá processar quem o caluniou. É esperar pra ver. Como Ministro ele teria que dar maior agilidade aos Processos  de investigação do temsalão visto que as empresas envolvidas mantem contratos com a administração federal. Como para proteger o governo, ele mandaria a PF ir a fundo nas investigações e colocar tudo a limpo. O PT trata seus opositores a pão de ló enquanto a oposição se puder amarrar uma ancora no pé de cada militante do partido, ela o faria!!!

  3. PT uma semana decisiva

    O PT já foi mais agrecivo quando era oposição, por isto conquistou o poder, no poder se acovarda e não responde aos oje opositores a altura.

    Não vemos uma voz no congresso rebater as os impropérios dos PSDB, PPS PSB. DEMO. Não sou militante de carterinha do PT, mais continuo sempre votando no PT de cabo a rabo, sinceramente eatou pensando se voto ou não no Partido, porem não votarei em nanhum outro. 

  4. Como se o PPS e a media-duzia

    Como se o PPS e a media-duzia de gatos pingados ali servissem mesmo para alguma coisa, que não seja o toma-la-da-ca de uns segundos na TV e depois um ou dois ministérios, para levantar a moral de Freire, o que nunca foi.

  5. PSDB

     Se o secretário Anibal deixou a Secretaria p/ voltar à Câmara, alguma coisa tem: Ou o partido está  vendo a coisa ficar mais preta ainda e precisando de novos soldados ou será que ele tem algo contra o Ministro da Justiça. Vamos ver no que vai dar…..  Alguém tem alguma dica?

  6. Uma nova Política

     

    O PT deveria ele próprio oferecer ao povo uma renovação na política,  apresentar um conjunto de novas normas apontando para uma reforma política… Criar novas regras para filiação, apontando para fidelidade partidária. Deveria mostrar ao público que é o grupo com vontade e compromisso com uma prática política séria e que a oposição não oferece nada…

    Dizer, queremos uma reforma política e começamos fazendo isso entre nós…

     

     

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