Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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Um país sem retrovisor, por Francisco Celso Calmon

Nossa arma atual e legado está sendo o livro coletivo de 60 artigos de 60 autores, cujo título é 60 ANOS DO GOLPE: GERAÇÕES EM LUTA

Um país sem retrovisor

por Francisco Celso Calmon

Ah, se a mídia corporativa não fosse vira-lata, digo, não tivesse complexo de viralatismo; ah, se as forças armadas não se julgassem tutoras da nação e com um histórico de golpes e intentonas; ah, se os empresários fossem realmente empreendedores e conscientes do dever social estabelecido pela Constituição; ah, se a elite política fosse de fato democrática; ah, se a esquerda fosse mais unida, mobilizadora e menos cosmética; ah, se o povo brasileiro fosse mais consciente, organizado e protagonista da história; o Brasil seria um país socialmente justo.

Alexandre de Moraes elogia Temer que por sua vez defende Bolsonaro. 

A elite mostrando a sua verdadeira cara e preparando o terreno para fechar o cerco ao Presidente Lula.

“Foi um grande presidente. Presidente sério, presidente trabalhador, um presidente que transitava como presidente e continua transitando pelos Três Poderes.

“Todas as injustiças dolosas que foram feitas contra o governo do presidente Michel Temer não apagaram o sucesso de seu governo. As reformas aprovadas, que até hoje fazem a diferença, as privatizações aprovadas, a modernização na administração”, declarações do ministro Alexandre de Moraes.

Dolosos foram os direitos dos trabalhadores sequestrados pelo governo do traidor Temer, como foram criminosos os tetos de gastos congelados da saúde e da educação, gerando uma saúde frágil e uma educação letárgica, incompatíveis com o necessário desenvolvimento do país.

Privatizações a preços subestimados e com o fito de enfraquecer a economia nacional em benefícios de interesses estrangeiros.

Temer foi o traidor da titular do cargo, Dilma Roussef, eleita pelo voto, enquanto ele, sem voto, foi galgado ao cargo pela eleição dela. 

Ressentido pelo seu ego, pois a Presidenta não o acalentava como ele, carente, desejava, a traiu como só os piores traidores da história o fizeram. 

 Usurpou a presidência entre 2016 e 2018, e Alexandre de Moraes foi seu ministro da Justiça e indicado para o cargo de ministro do Supremo por ele.

Temer saiu em defesa de Bolsonaro e disse que não há motivo para sua prisão.

Um é produto de um golpe, o outro é o golpista de 8/01/23. Um foi artífice do golpe realizado em 2016, o outro foi articulador do golpe fracassado em 2023.

A diferença entre o golpe de 2016 e a intentona de 8 de janeiro é semelhante a diferença entre o ditador Castelo Branco e o ditador Costa e Silva, ou seja: ambos movimentos golpistas, ambos ditadores.

O véu desses ditos democratas vai cair cada vez mais, a liberdade do Lula é condicional. 

“Pá amanhã a pá não me dizer
Que eu não bati pá tú
Pá tú pode batê
O caso é esse
Dizem que falam que não sei o que
Tá pá pintá ou tá pá acontecer
É papo de altas transações” (Vô batê pá tú – Baiano e Os Novos Caetanos).

Se a justiça de transição depender do governo e dos partidos de esquerda estamos sifus.

Nós combatentes da ditadura cada vez mais dependemos de nós mesmos e das gerações de filhos e netos atingidos transgeracionalmente pelos efeitos deletérios da ditadura.

Não recuamos de nos manifestar, de nos indignar com a ditadura militar e lutar por memória, verdade e justiça.

Nossa arma atual e legado está sendo o livro coletivo de 60 artigos de 60 autores, cujo título é 60 ANOS DO GOLPE: GERAÇÕES EM LUTA, lançado nas principais capitais, no DF do país e em outros municípios em 1º de abril.

Lula declarou a um jornal argentino quando saiu da prisão: “Eu acho que se eu conhecesse o tanto de história que eu conheço hoje há 50 anos atrás, eu teria virado um revolucionário. Por não saber, eu virei um político democrata. A diferença é que tenho lado.” 

Aliás, quando se trata de interação com a Argentina, Lula tem posturas mais próximas da justiça de transição, como a deferência às mães de maio, contudo, com as mães e parentes dos mortos e desparecidos políticos pela ditadura de 64, o presidente do Brasil tem mantido um insensível e estranho distanciamento. 

Conhecer a História é o caminho para ser revolucionário, portanto, quem obstrui ou recomenda não conhecer a história ou arrancar algumas folhas do passado promove a alienação.

Alienação é antítese da consciência de classe, é nutrir a ideologia dominante sem contraponto.

Ousem conhecer a história, leiam o livro, debatam, organizem e se preparem para a luta maior que virá adiante.

Façamos a história avançar olhando pelo retrovisor, para evitar novos acidentes golpistas.

PELA RECRIAÇÃO DA COMISSÃO ESPECIAL DE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS!

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected]. O artigo será publicado se atender aos critérios do Jornal GGN.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

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