Em um evento pró-armas que aconteceu no último domingo, em Brasília, Eduardo Bolsonaro aparece em um vídeo comparando ‘professores doutrinadores’ a traficantes. A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) entrou com ação na Procuradoria Geral da República (PGR) contra a declaração.
Em sua conta no Twitter, a deputada manifestou indignação com as falas de Eduardo, o filho zero três do ex-presidente, Jair Bolsonaro.
Os deputados de Minas, Rogério Correia e Beatriz Cerqueira, do PT, também acionaram a PGR para instaurar um inquérito civil contra Eduardo Bolsonaro. De acordo com os parlamentares, o “zero três” proferiu um discurso de ódio e também pedem imputação de crime contra honra por calúnia e difamação.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, determinou à Polícia Federal (PF) que analise as declarações dadas no evento armamentista, no intuito de encontrar eventuais crimes. O ministro, porém, não citou o filho do ex-presidente.
Durante o evento, Eduardo Bolsonaro argumentou que os pais precisam prestar atenção nos filhos para impedir que “professores doutrinadores” sequestram as crianças [ideologicamente].
“Se tivermos uma geração de pais que prestem atenção na criação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles aprendem nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador querer sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime”, afirmou.
O evento
O Encontro Nacional pela Liberdade aconteceu em frente a Esplanada dos Ministérios e, durante o seu discurso, Eduardo Bolsonaro defendeu mudanças na legislação do Brasil no que tange o porte e posse de armas.
Além da comparação com professores, Eduardo Bolsonaro criticou o Ministério da Justiça e a Venezuela, comparou professores a traficantes de drogas e comentou sobre a CPI que apura os crimes ocorridos em 8 de janeiro.
No site de divulgação, os organizadores reforçam que não são permitidas armas de qualquer espécie, mesmo de quem tenha autorização, já que se trata de um encontro pacífico e seguro.
Lula e as armas
Desde que foi empossado em janeiro, o presidente Lula revogou algumas políticas armamentistas do governo anterior. Entre elas, a suspensão de novos registros de clubes de tiro e de colecionadores, atiradores e caçadores. Também foi reduzido o número de armas que cada pessoa pode comprar, de seis para três.
Além disso, para adquirir uma arma, agora é preciso que o interessado volte a apresentar o “comprovante de efetiva necessidade”. No governo de Bolsonaro, bastava uma declaração.
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