Estudo diz que redes sociais amplificam ‘cultura do narcisismo’

Jornal GGN – Um estudo de pesquisadores da área da comunicação de uma universidades dos EUA afirma que redes sociais como Facebook e Twitter ampliam níveis do que é conhecido, teoricamente, como “cultura do narcisismo”. Para os pesquisadores envolvidos no trabalho, que utilizaram dados referentes a faixa etária dos usuários de ambas as redes e o perfil do conteúdo publicado, o Facebook funciona como se fosse um espelho para os usuários, enquanto o Twitter seria o equivalente a um megafone.

“Entre os jovens estudantes universitários adultos, descobrimos que aqueles que pontuaram mais alto em certos tipos de narcisismo foram os que postaram mais vezes no Twitter”, disse Elliot Panek, que recebeu, recentemente, o título de doutorado por estudos na área da comunicação. “Mas entre adultos de meia-idade, da população em geral, os narcisistas fizeram atualizações de status mais frequentes no Facebook”, diz.

O pesquisador afirma, ainda, que o Facebook – atualmente a rede social com o maior número de usuários em vários países – funciona como espelho social ao refletir a auto-imagem de seus usuários, bem como serve para mostrar a reação dos demais usuários sobre suas manifestações “narcisistas”.

Espelho e megafone

“[O Facebook] É sobre a curadoria de sua própria imagem, como você é visto, e também a verificação de como os outros reagem a esta imagem”, disse Panek. “Os adultos de meia-idade normalmente já formaram suas identidades sociais, e eles usam as mídias sociais para ganhar a aprovação daqueles que já estão em seus círculos sociais”, exemplifica.

Por outro lado, o estudo mostrou que estudantes universitários com características narcisistas, a ferramenta de mídia social de escolha é o “megafone” do Twitter. “Os jovens podem super-estimar a importância de suas próprias opiniões”, disse o pesquisador. “Através do Twitter, eles estão tentando ampliar seus círculos sociais e transmitir seus pontos de vista sobre uma vasta gama de tópicos e questões”.

Um dos pontos avaliados pelos pesquisadores foi a relação entre o perfil narcisista e a quantidade diária de postagens no Facebook e no Twitter, assim como a quantidade de tempo gasto em cada uma das redes sociais. Eles incluíram nos dados da pesquisa as interações sobre as publicações e comentários de outras pessoas.

Participantes

Para implementar a pesquisa, foram recrutados 486 estudantes universitários com média de 19 anos de idade. A maioria (75%) eram mulheres. Os participantes do estudo responderam questões sobre a extensão de seu uso de mídia social e também foram submetidos a avaliações de personalidade. O objetivo desta etapa, de acordo com os pesquisadores, era medir diferentes aspectos de narcisismo, incluindo exibicionismo, sensacionalismo, superioridade, autoridade e auto-suficiência.

Para a segunda parte do estudo, os pesquisadores pediram a 93 adultos, a maioria mulheres brancas, com idade média de 35 anos, para completar uma pesquisa online. De acordo com Panek, o estudo mostrou que os estudantes universitários tidos como “narcisistas” e suas contrapartes adultas usam as mídias sociais de diferentes maneiras para aumentar os seus egos e as percepções deles de controle dos outros.

Redação

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