Indústria da Bahia volta a crescer em 2012

Da A Tarde

Indústria da Bahia retoma crescimento em 2012

João Pedro Pitombo

A indústria baiana, enfim, voltou a crescer. Dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o setor industrial baiano   cresceu 4,2% no ano passado em comparação com 2011. O resultado colocou a Bahia como o Estado cuja produção industrial mais cresceu em todo o País.

O desempenho da Bahia, contudo, pode ser visto sob dois pontos de vista. No olhar do governo baiano, o clima é de otimismo.  “O Brasil voltou a crescer e isso se refletiu na nossa indústria, que cresceu num ritmo ainda mais forte”, destacou o secretário  de Planejamento, José Sérgio Gabrielli.

No mercado, entretanto, a sensação é que não há o que comemorar, já que o crescimento registrado teria apenas compensado as perdas  de 2011, quando a indústria baiana fechou o ano com uma baixa  de 4,5%. Naquele ano, as perdas foram resultado do “apagão” que atingiu todo o Nordeste no mês de janeiro, resultando em fortes prejuízos, sobretudo no  Polo Industrial de Camaçari.

“Não classificaria este desempenho como uma retomada, mas sim como uma pequena reação.  Apesar do esforços do governo, a indústria continua com muita dificuldade e perdendo espaço para os importados”, diz Mauro Pereira,  diretor-executivo do Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic).

Setores – O crescimento baiano em 2012 foi puxado sobretudo pelo primeiro e pelo último  trimestres do ano. Em janeiro, fevereiro e março, o avanço se deu sobretudo em cima da base  de 2011, pico da retração gerada pelo “apagão” já no quarto trimestre, o impulso veio de setores como a construção civil e indústria de bens de consumo.

No acumulado do ano, os setores de borracha, produtos químicos e refino de petróleo e produção de álcool capitanearam o crescimento baiano. O setor de automóveis também teve um forte crescimento impulsionado pela redução do IPI, que aqueceu o setor.

Dos sete setores analisados, o único que decresceu foi o da metalurgia, com perda da ordem de 10%. A baixa é resultado de paradas técnicas de fábricas como a da Paranapanema, que se modernizaram e devem retomar com força a produção este ano.

Para este ano, a expectativa é de manutenção do ritmo de crescimento da indústria. Contudo, o avanço deverá ser mais tímido, puxado sobretudo pela recuperação da metalurgia e de setores como alimentos e bebidas. “Caso o cenário se mantenha, os outros segmentos devem andar de lado, sem grandes avanços ou perdas”, afirma Marcus Vehine, gerente de estudos tecnicos da Federação das Indústrias da Bahia (Fieb).

Do lado do governo, mais otimismo: “As expectativas são boas, já que o cenário internacional vai se tornando menso tenso”, diz Luiz Mário Vieira,  economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

Luis Nassif

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