19 imóveis, R$ 9 milhões: MP indica como Flávio teria lavado dinheiro

Suspeitas do MP constam no pedido de quebra de sigilo. Documento foi vazado à Veja, que divulgou na noite desta quarta (15)

Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, investigados por movimentações financeiras atípicas. Foto: Reprodução.

Jornal GGN – Flávio Bolsonaro comprou e vendeu imóveis para encobrir o esquema de desvio de verbas conduzido na Assembleia do Rio pelo ex-assessor Fabrício Queiroz. É o que indica o Ministério Público estadual, no documento em que pede a quebra de sigilo de Flávio e mais de 90 pessoas que teriam alguma ligação com seu gabinete ou com a suposta rede de corrupção.

O documento foi vazado à revista Veja, que divulgou reportagem na noite desta quarta (15), informando que Flávio investiu R$ 9 milhões na compra de 19 imóveis, ao longo de 7 anos (2010 a 2017).

Há alguns dias, Jair Bolsonaro afirmou que esperava um “tsunami” contra o seu governo, mas não detalhou o tipo de ataque que esperava receber. A quebra de sigilo de Flávio e demais investigados foi autorizada pela 27ª Vara Criminal do Rio.

O MP do Rio afirmou no documento que Flávio pode ter recorrido à lavagem de dinheiro com transações imobiliárias para “simular ganhos de capital fictícios”, que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos”. O filho do presidente teria lucrado pouco mais de R$ 3 milhões com esse esquema.

De acordo com os promotores, Flávio comprava os imóveis por valores subfaturados, e depois vendiam com uma “valorização excessiva”.

Em 2012, por exemplo, ele comporu um apartamento em Copacabana por R$ 140 mil, e vendeu 15 meses depois por R$ 550 mil, um lucro de quase 300%. O MP fez um levantamento e indicou que o imóvel naquela região deveria ter valorizado apenas 11% no período. No mesmo ano, outro apartamento, comprado por R$ 170 mil, e que deveria ter valorizado apenas 9%, foi vendido por R$ 573 mil (237% a mais).

Os dois apartamentos foram intermediados por um americano, Gleen Howard Dillard. O proprietário de um dos imóveis, Charles Eldering, acusou Dillard ao MP por não ter repassado a ele o valor da venda.

Entre dezembro de 2008 e setembro de 2010, Flávio adquiriu 10 salas comerciais na Barra da Tijuca, por R$ 2,6 milhões. “Em outubro de 2010, todos os imóveis foram vendidos para a empresa MCA Exportação e Participações por 3,167 milhões de reais. Os promotores ressaltam que o comprador tem, entre os sócios, a Listel S.A., sediada no Panamá, um paraíso fiscal”, divulgou a Veja.

O MP anotou que o COAF considera “sérios indícios da ocorrência de lavagem de dinheiro a realização de operações imobiliárias envolvendo pessoas jurídicos cujos sócios mantenham domicílio em países com tributação favorecida.”

Redação

12 Comentários

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  1. 9 milhões? com um salário de deputado? é por isso que ele tava tão determinado a acabar com a investigação!

  2. disse o presidente que não sabemos a fórmula da água, talvez a única que lembre ou que os filhos pediram para mencionar, por ser fácil dele lembrar se o perguntassem. Agora BALBÚRDIA, que é confusão, trapalhada, a sua fórmula já sabemos = BOLSONARO 17

  3. Isso aí é apenas mistura de marmita…
    ninguém faz isso, e desta forma, sem poder contar com o efeito multiplicador do dinheiro lavado

    MP tem a obrigação de saber tudo sobre efeito multiplicador, pois já usou contra inocentes ou sem provas

  4. O que impressiona é o MP do Rio suspeitar de tudo isso desde janeiro de 2018 e não ter avançado de forma a influenciar o resultado das eleições. Crime de prevaricação?

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