Serra e Aloysio estão perto de se livrar de investigação de propinas, por Helena Sthephanowitz

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Helena Sthephanowitz

Na Rede Brasil Atual

Enquanto investigações e julgamentos contra o ex-presidente Lula correm em velocidade de um carro de Fórmula-1, o mesmo não se pode dizer quando se trata de políticos do PSDB envolvidos em casos de corrupção. Prescrição, atrasos, incúrias e engavetamentos, parecem que vão, mais uma vez, beneficiar políticos da cúpula dos tucanos acusados de, digamos, irregularidades.

No mês passado, ao se referir a inquérito envolvendo o senador José Serra e o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge disse que a apuração de fatos anteriores a 2010, relacionados a recebimento de vantagem, foi “alcançada pela prescrição da pretensão punitiva em razão do decurso do tempo”. O inquérito em questão, foi instaurado no STF com base em acusações de sete executivos de empreiteiras. Gilmar Mendes é o relator.

Ato contínuo, bastou a declaração da procuradora para que José Serra pedisse  ao STF a exclusão de todos os documentos e depoimentos dos ex-executivos de empreiteiras que haviam relatado fatos ocorridos antes de 2010. Serra foi pelo prazo prescricional ter sido reduzido à metade, em função de sua idade, 75 anos. O tucano chega a afirmar no pedido que o prosseguimento das investigações “ofende o princípio do devido processo legal, implicando em constrangimento ilegal”.

Pelo andar da coisa toda, a prescrição também deverá beneficiar Aloysio Nunes, de 72 anos. Serra e Aloysio foram acusados por suposto recebimento de propinas nas obras do Rodoanel paulistano, conforme relatos de ex-executivos das construtoras Odebrecht, OAS e UTC, em depoimentos no Ministério Público Federal.

Aloysio Nunes teria recebido verbas não contabilizadas para a sua campanha ao Senado em 2010. Os delatores da Odebrecht apontam propinas de R$ 23 milhões para a campanha presidencial de José Serra, também de 2010, incluindo repasses por meio de conta bancária na Suíça. Serra antecedeu Aloysio no cargo de ministro das Relações Exteriores do governo Temer e pediu demissão quando soube que seria acusado.

Aparentemente, mais uma vez, a Justiça brasileira tardará… e falhará.

 

Leia mais: O inquérito 4428, contra Serra e Aloysio Nunes

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. Nem sei porque STF

    Nem sei porque STF existe.

    Mercadante tbm vai se  livrar;

    E o tarado do Marco Antonio Melo soltou 33 traficantes que foram condenados em trocentas instâncias.

    Nem ofereço o link pra não se irritarem —ou duvidarem.

    Ps: Fico pensando : Na somatória,9 juizes condenaram pra 1 soltar. Que lógica é essa ?

     

  2. Dos pesos, dos medidas…

    Lula tem 72 anos…

    José Dirceu em março do ano que vem terá 72 anos…

    O Marechal Othon tem 78 anos…

    A justiça não igual para todos?

    Pode isso arnaldo?

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