Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
[email protected]

No jogo politico não devemos esperar o segundo tempo, por Francisco Celso Calmon

A composição do governo Lula não deveria absorver os melhores quadros eleitos para o Congresso, pois é lá a arena mais perigosa

No jogo politico não devemos esperar o segundo tempo

por Francisco Celso Calmon

O orçamento secreto e o teto de gastos, ambos espúrios e inconstitucionais, se não forem derrubados nesta primeira quadra de empoderamento do governo da Frente da Esperança, serão os coveiros dos projetos de reconstrução do Estado democrático de direito.

Afinal, na economia não tem nem milagre e nem mágica, pode ter ilusionismo, mas milagre, não, quem tem mais deve ser tributado em favor dos que nada têm, só assim a conta vai fechar. É com essa possibilidade que a tropa de choque do capital financeiro, o chamado mercado, reage.  Não é acabar com o teto de gastos que o deixa impaciente, histérico, é com a perspectiva de taxação dos lucros e dividendos, e de colocar teto no pagamento dos juros e amortização da dívida.

O mercado quer a manutenção da pirâmide da concentração de renda, cujo cume está a burguesia, que representa 1% da população, controlando mais de 50% da riqueza nacional. Na base, os 50% mais pobres detém apenas 1% dos bens do país.

Com maioria numérica e com a senha da caverna da corrupção (orçamento secreto), Lira, será o ali babá dos 300 corruptos da Câmara, e será uma constante ameaça à independência entre os poderes.

O orçamento secreto para Arthur Lira é como a cabeleira do Sansão, sem ela, sua força torna-se igual a de todos os parlamentares.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn

Se a esquerda congressual não tiver outra saída senão apoiá-lo, que o faça acabando com o orçamento secreto do relator, e também ocupando a secretária-geral da mesa e a comissão de constituição e justiça.

A composição do governo Lula não deveria absorver os melhores quadros eleitos para o Congresso, pois é lá a arena mais perigosa e marcadamente golpista.

A luta no Congresso nacional não poderá prescindir da permanente manifestação do povo trabalhador. Para isso, é imperativo que Lula e as principais lideranças partidárias da Frente da Esperança convoquem mobilizações e mantenham continuadamente a comunicação com a sociedade, especialmente com aqueles que garantiram a eleição da chapa Lula/Alkmin.

Da vitória nas urnas até o presente, a esquerda está apenas assistindo, por um lado, o governo de transição, e, por outro, as articulações dos bolsonaristas golpistas nas ruas e no institucional.

Tem que sair dessa letargia e entrar em campo!

O apito do juiz deu início ao jogo de estreia da seleção brasileira, que foi vitoriosa, o apito da contenda contra o neoliberalismo fascista já soou há algum tempo, mas os lutadores pela democracia ainda padecem de convocação para ocuparem as ruas demandando pelo fim do teto de gastos e do orçamento secreto.

Os gols da seleção saíram dos pés de um jogador politicamente diferenciado.

Richarlison, que não esconde as suas raízes, pelo contrário, solidário com o sofrimento do povo na pandemia e pela situação social da maioria dos brasileiros, e que votou em Lula, foi o nome do primeiro jogo do Brasil.

Enquanto aquele outro jogador, bolsonarista, que prometera homenagear o presidente genocida-canibal-pedófilo, saiu lesionado, como lesionado e lesado está o seu ainda presidente.

O primeiro tempo do jogo deu aflição, muito burocrático, amarrado nas laterais do campo, no segundo tempo melhorou na criatividade e na vontade de ir pra cima do adversário e vencer.

Na luta contra o bolsonarismo golpista e o neoliberalismo extremado, está faltando a militância de esquerda entrar em campo com o foco e a motivação de quem quer vencer, como o craque que brilhou hoje. 

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador