“Hospitais nunca deveriam ser campos de batalha”, reforça OMS após Israel lançar operação de “alta precisão” contra al-Shifa

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Um edifício do complexo hospitalar dedicado a cirurgias, que estava “lotado de feridos”, foi atingido por mísseis israelenses e ficou em chamas, nesta segunda

ONU via Flickr

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) anunciaram, nesta segunda-feira (18), que estão conduzindo uma “operação de alta precisão” contra o maior complexo hospitalar de Gaza, o Hospital al-Shifa, no norte do enclave. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que está “terrivelmente preocupada” com a situação. 

Segundo o Ministério da Saúde palestino em Gaza, cerca de 30 mil pessoas estariam abrigadas no local. Testemunhas relataram que um edifício do complexo dedicado a cirurgias, que estava “lotado de feridos”, foi atingido por mísseis israelenses e ficou em chamas.

Nesse edifício estão todas as salas de cirurgia de todas as especialidades. Todas as pessoas que se encontram no interior foram sujeitas a grandes cirurgias e não podem sair do local”, disse Abdullah Mohammed, médico do hospital, também nas redes sociais 

O Ministério informou que há diversos mortos e feridos no local, incluindo casos de asfixia de mulheres e crianças que estavam abrigadas no complexo, e relatou que as equipes de socorro não conseguiram resgatar todas as pessoas devido à intensidade das chamas.

Os habitantes do bairro Al-Rimal, onde fica localizado o hospital, relataram que “mais de 45 tanques israelenses e veículos blindados” entraram no hospital e que havia “combates” em volta do complexo, com troca de tiros, logo nas primeiras horas desta segunda.

Alegações de Israel

Em comunicado nas redes sociais, o Exército israelense avisou que moradores e deslocados deixassem as redondezas e evacuassem a unidade hospitalar, sob a alegação que o Hamas “se reagrupou” dentro de al-Shifa e estaria usando as instalações médicas “para comandar ataques contra Israel”.

A operação baseia-se em informações que indicam a utilização do hospital por terroristas de alta patente do Hamas“, disse o porta-voz das forças de Israel.

OMS se manifesta

Numa publicação no X, o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, voltou a dizer que “os hospitais nunca deveriam ser campos de batalha”, alertando que a situação “coloca em perigo os profissionais de saúde, pacientes e civis” e que “quaisquer hostilidades ou militarização da instalação colocam em risco os serviços de saúde, o acesso a ambulâncias e a entrega de serviços de saúde”. 

Com informações da AFP e Al Jazeera

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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