Carvalho: governo não vai abandonar consulta para reforma

Do G1

Governo não vai abandonar consulta para reforma política, diz Carvalho

Titular da Secretaria-Geral voltou a defender participação dos eleitores. Apesar das críticas, ministro diz que foi “acertadíssima” proposta de Dilma.

Priscilla Mendes

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta terça-feira (9) que o governo federal não irá abandonará “de maneira nenhuma” a proposta de uma consulta popular para promover a reforma política. A ideia defendida pela presidente Dilma Rousseff vem sofrendo resistência de parlamentares da oposição e até mesmo da base governista.

Nesta terça, líderes da Câmara dos Deputados enfatizaram que a maioria das lideranças da Casa quer aprovar uma proposta de reforma política sem realizar plebiscito. Contrariando a orientação da presidente Dilma Rousseff, os parlamentares defendem que as alterações no sistema político sejam feitas pelo Congresso e, posteriormente, sejam submetidas a um referendo popular.

“Não vamos abandonar de maneira nenhuma a ideia da consulta, a ideia da participação, a ideia da reforma política. São eixos que se estruturam numa perspectiva de mudar de fato aquilo que o povo quer que se mude, que é nossa cultura política no país”, ressaltou Carvalho antes de participar, no Palácio do Planalto, de um evento sobre orçamento público.

De acordo com o auxiliar de Dilma, o governo está refletindo “com calma” sobre o que poderá ser feito daqui para frente. Ele negou que a chefe do Executivo tenha errado ao insistir que o plebiscito deveria ser realizado a tempo de que a reforma política tivesse validade já para as eleições de 2014.

“Foi acertadíssimo lançar a proposta do plebiscito”, disse. “O governo abriu os ouvidos para as ruas, teve e tem sensibilidade e vamos seguir fiéis àquilo que nós ouvimos, àquilo que entendemos ser de maneira muito forte expresso pela sociedade”, declarou.

Lula

Gilberto Carvalho falou sobre um eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2014, hipótese cogitada por alguns políticos após a queda da popularidade de Dilma detectada por pesquisas de opinião.

Amigo pessoal e ex-chefe de gabinete do petista, o ministro disse que Lula não tem “nenhuma pretensão e nenhuma vontade” de voltar à Presidência. De acordo com o titular da Secretaria-Geral, o ex-presidente aposta na vitória de Dilma. “A vitória do Lula é a vitória da Dilma”, afirmou.

Carvalho deestacou que é preciso “ter muita serenidade” e lembrou que, após a denúncia do mensalão, em 2005, dizia-se que Lula não seria reeleito. “Quem já viveu nesse palácio como estou vivendo, há 11 anos, viu o balão subir e descer tantas vezes que tem de ficar muito sereno”, disse o ministro.

Segundo relato do ex-chefe de gabinete de Lula, durante a crise do mensalão, o petista  determinou aos seus ministros que não dessem importância à “bolha política” e que trabalhassem mais. “A Dilma reedita agora, de certa forma, a mesma determinação: ‘eu quero resultado, eu quero um governo de entrega’”, avaliou.

Luis Nassif

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