Bolsonaristas da CPI acusam “doutrinação ideológica” em ocupações que não são do MST

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Membros da CPI do MST iniciaram diligências com visita em ocupações no Pontal do Paranapanema, oeste de São Paulo

Membros da CPI do MST iniciaram diligências com visita em ocupações no Pontal do Paranapanema, na região oeste do estado de São Paulo. | Foto: Marcos Souza/Divulgação

Na primeira diligência da CPI do MST, nesta segunda-feira (29), deputados bolsonaristas visitaram acampamentos que não pertencem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na região do Pontal do Paranapanema, que abrange 32 munícipios do oeste de São Paulo.

Uma comitiva de oito deputados federais, incluindo o presidente da comissão Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) e o relator Ricardo Salles (PL-SP), visitou duas ocupações invadidas no início do ano pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL).

As invasões são provenientes do “Carnaval Vermelho”, movimento iniciado em fevereiro deste ano e que mobilizou cerca de 2,5 mil pessoas. Ao todo, o grupo ocupou nove fazendas de sete municípios do oeste paulista, sob a liderança de José Rainha Júnior, conhecido como Zé Rainha, que já integrou o MST, mas que foi afastado do movimento em 2007 por divergências políticas. 

Ao site Metrópoles, Salles afirmou que diversos produtores locais descreveram “os crimes de invasão, extorsão, ameaça e coação pelos sem terra” e que o grupo viu um galpão agrícola ser “transformado em local de aulas de esquerdismo”. 

Os delegados entregaram as provas e a visita às duas invasões comprovaram também a improdutividade desses grupos e também a conversão de estruturas produtivas em locais de doutrinação ideológica, com cartazes, frases e fotos de Lênin, Karl Marx e Lula”, disse o deputado federal. 

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Contudo, nas redes sociais, políticos que defendem a agricultura familiar e a reforma agrária questionaram a ação da CPI justamente em acampamentos que não pertencem ao MTS. 

Se a #CPIdoMST fez sua 1ª diligência numa região onde não havia um acampamento sequer do MST, mas de outros movimentos, que também venha a investigar in loco as terras públicas; indígenas; quilombolas e áreas de conservação invadidas por latifundiários”, publicou o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), também membro da CPI, em seu perfil do Twitter. 

Para Tatto, o objetivo da diligência foi o ataque a Reforma Agrária, a partir da criminalização do movimento. “A Reforma Agrária é fundamental para o desenvolvimento do país, para a inclusão de toda a classe trabalhadora. Ela é necessária para que o Brasil possa produzir alimentos e alimentos saudáveis para enfrentar a fome e os altos preços dos alimentos, mas também para desenvolver as pessoas”, explicou.

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

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  1. É inacreditável que um criminoso como Ricardo Salles seja levado a sério. Ontem a CBN noticiou esse ocorrido de forma totalmente equivocada. Só não se sabe se o erro é por ignorância ou intencional… Infelizmente a segunda hipótese é a mais provável.

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