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O Brasil atingiu a marca de 512 mil casos de dengue só neste início de 2024, segundo os dados do Ministério da Saúde, atualizados na noite da última segunda-feira (12). O índice é cerca de quatro vezes maior do que o registrado no mesmo período de 2023, quando houve 128,8 mil notificações.
Ao todo são 512.353 casos, entre os confirmados e os que ainda estão em investigação, em todos os estados. De acordo com o último boletim, foram confirmadas também 75 mortes pela doença no país, sendo que outras 217 estão sendo apuradas.
Os estados de Minas Gerais, Acre, Paraná, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro, além do Distrito Federal, são os com maiores índices da doença, considerada a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil, transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.
O Ministério da Saúde relaciona o aumento de casos da doença a fatores climáticos, como o calor excessivo e as chuvas intensas efeitos do El Niño. Isso porque o verão contribui para o aumento da população do mosquito, que pode usar como criadouros espaços com água parada, desde caixas d’água até vasos de planta.
Em meio a crise, a imunização contra a doença começou na última semana, mas com volume limitado de doses e de forma progressiva. Entenda todos os pontos sobre a vacina:
Faixa etária
Em dezembro passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação da vacina da dengue Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS). O imunizante apresentou uma eficácia de 80,2% na prevenção da doença, dentro da faixa etária de 4 a 60 anos e foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023.
Contudo, pelo SUS, só serão vacinadas crianças de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de pessoas hospitalizadas por dengue, após pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa por falta de testes.
Municípios contemplados
Já disponibilizado, o primeiro lote de vacinas contra a dengue destinado a crianças de 10 a 11 anos, vai cobrir cerca de 521 cidades, com mais 100 mil habitantes.
Não há doses suficientes para todo o país, isso porque há uma limitação de produção do laboratório, da farmacêutica japonesa Takeda.
Com isso, os municípios escolhidos para receber as doses foram aqueles que compõem 37 regiões de saúde que, segundo a pasta, são consideradas endêmicas para a doença.
Ao todo, o ministério vai receber 6,4 milhões de doses, sendo que 5,2 milhões foram compradas e 1,3 foram doadas. O esquema vacinal será composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.
Rede privada
Desde julho, a vacina pode ser comercializada pela rede privada de saúde. A dose única é vendida com preço entre R$ 390 e R$ 490, variando de acordo com o laboratório, clínica ou farmácia. Já o esquema vacinal completo, de duas doses, custa entre R$ 780 e R$ 980.
Como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não inclui a vacina da dengue entre a lista de procedimentos obrigatórios, a cobertura do valor por planos de saúde e convênios não é uma regra.
É importante ressaltar que, na semana passada, a Takeda divulgou uma nota informando que não firmará novos contratos com clínicas privadas e nem com estados e municípios para vender vacinas da dengue, uma vez que devido aos dados alarmantes da doença no Brasil, está concentrada em atender de forma prioritária o Ministério da Saúde.
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Dúvidas que a matéria não esclareceu:
-serão feitos testes em idosos?
-a vacina imuniza para sempre, ou é necessária a aplicação anual, como a da gripe?
-quem nunca teve dengue, chicungunha, nem zica, pode tomar?