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Com Neymar ou sem Neymar? Eis a questão!
por Ulysses Ferraz
Neymar fez falta à seleção brasileira hoje? Essa é uma pergunta que não admite uma resposta objetiva. Nesse terreno, não vamos muito além de meras especulações subjetivas. Até porque cada jogo tem uma história diferente, os jogadores estão com disposições diferentes, o adversário é diferente, e por aí vai. Cada partida é singular.
Talvez o único modo para obter essa resposta seria realizar o seguinte experimento: após a partida Brasil x Sérvia, as equipes entrariam numa máquina do tempo e voltariam ao início da partida, sem o Neymar. Ao final, os resultados seriam comparados e poderíamos ter uma base mais objetiva para responder a questão.
Mas como esse experimento não está disponível pela ciência atual, é impossível saber se Neymar faria falta ao Brasil. E mesmo se o experimento estivesse disponível, ainda assim não seria conclusivo. Dada a singularidade de uma partida de futebol, se repetíssemos o experimento outras vezes, provavelmente daria um resultado diferente a cada repetição.
Pode ser que depois de muitas repetições do experimento pudéssemos chegar a algum padrão de resposta. Só que como nada disso é possível, a discussão sobre a importância do Neymar parece fútil. Como disse o filósofo Ludwig Wittgenstein, “sobre aquilo que não se pode falar, deve-se calar”. Mas como futebol não é ciência, muito menos filosofia, e o melhor da coisa toda é poder dar palpite à vontade, sem medo de ser feliz, então lá vai o meu pitaco:
Neymar fez falta no primeiro tempo porque Tite colocou um volante em seu lugar. E o Paquetá mais adiantado não funcionou. Na verdade, em qualquer situação que um meia-atacante é substituído por um volante, o time perde poder ofensivo. Depois que o Tite fez as alterações no segundo tempo, e deixou o esquema do time mais parecido com aquele que jogou contra a Sérvia, Neymar não fez falta nenhuma e o Brasil poderia até ter feito mais gols. Mas como já deve ter ficado claro, isso é mero palpite.
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Acho que o Neymar faz falta, sim, e faz falta não porque seja imprescindível, nada obstante seja um grande atleta, ele faz falta porque o time gira em função dele. Mas se a Seleção Brasileira fosse uma constelação, em vez de estrelas solitárias empurrando a brasa para a sardinha do Neymar, a equipe certamente não sentiria tanto a sua falta. Mas mesmo com todo o time gravitando em torno do Neymar, a Rapaziada fez bonito ontem. O Brasil fez um golaço, com um quarto da beleza do gol de voleio do Richarlison no jogo de estréia do Brasil na Copa do Qatar.