A tragédia do assoreamento do Tietê

Por João Bosco Rocha

Mais um ponto para a administração tucana em São Paulo, que os paulista tanto adoram. Uma administração que se diz competente, mas que “nesse ano” a chuva os pegou de “surpresa”. Eles não tinham como prever essa inundação, não é mesmo?

Aí vem o Alckmin e retira a rubrica de verba milionária, destinada à propaganda (posta lá pelo mais competente dos brasileiros, o Serra) e encaminha para a retirada do assoreamento do rio Tietê.

Pode-se ver daí como sempre foi tratada a questão das enchentes em São Paulo.

11/01/2011

Seis rios transbordam em SP; cidade tem soterrados e cem alagamentos

DE SÃO PAULO

Atualizado às 02h35.

A forte chuva que atinge a cidade de São Paulo desde o fim da noite desta segunda-feira (10) provocou o transbordamento de pelo menos seis córregos e rios da cidade. Ao todo, sete regiões ficaram em estado de alerta –terceiro estado mais grave de uma escala de quatro–, além das marginais Tietê e Pinheiros.

A escala usada pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, passa por observação (condições normais), atenção (possibilidade de alagamentos), alerta (transbordamento de rios e córregos) e alerta máximo (estado de calamidade pública).

Toda a cidade entrou em estado de atenção para alagamentos às 22h10. O primeiro rio atransbordar foi o Cabuçu de Baixo, no Guaraú (zona norte). Com a enchente, o CGE colocou as regiões das subprefeituras da Freguesia do Ó e da Casa Verde em estado de alerta às 22h40.

Em seguida, transbordaram os córregos Morro do S (na zona sul) e Jaguaré (zona oeste) –a região da subprefeitura do M’Boi Mirim entrou em alerta às 23h30 e a do Butantã, às 23h50.

Por volta da 0h, o córrego do Limão transbordou na altura da Lapa (zona oeste). Já o rio Tietê transbordou em três pontos: à 0h10 na região da Penha (zona leste), à 0h40 na altura da ponte do Piqueri, na zona oeste, e à 0h50 no Anhembi (centro).

Já o rio Pinheiros transbordou na altura da ponte Cidade Universitária por volta da 1h10. Por volta da 1h30, ainda chovia com intensidade moderada em praticamente toda a cidade, por isso os estados de alerta permaneciam na região das subprefeituras da Freguesia do Ó, Casa Verde, Penha, Lapa, Butantã e Sé.

De acordo com Fernando Romeiro, analista de risco do CGE, o índice de chuva esperado para este mês pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) era de 239 mm –cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado. À 0h, a média de chuva acumulada em janeiro na cidade, segundo o CGE, já era de 204 mm –85% do esperado para todo o mês.

Em alguns bairros, o índice já superou a média dos últimos oito anos pelos cálculos do CGE. Na Casa Verde, foram 242,1 mm até a 0h contra uma média de 183,8 mm entre 2003 e 2010. No Butantã, o índice chegou a 333,4 mm, contra média de 273,7 mm.

DESLIZAMENTOS

De acordo com informações iniciais do Corpo de Bombeiros, duas pessoas ficaram soterradas após um deslizamento na rua Nilton Machado de Barros, no Parque Fernanda, região do Capão Redondo (zona sul). A corporação enviou veículos com bombeiros ao local, mas não havia informações sobre os estados de saúde.

Na zona norte, foi registrado um desmoronamento na rua Inverno, em Brasilândia. Os bombeiros receberam um chamado do local por volta das 22h. Três veículos com homens da corporação estão no local do desmoronamento para garantir a segurança, mas ninguém ficou ferido.

ALAGAMENTOS

Por volta das 2h, o CGE já registrava cerca de cem pontos de alagamento sobre vias da cidade –muitos deles intransitáveis, ou seja, impedem a passagem de veículos. Os túneis Max Feffer, na região de Pinheiros, e Fernando Vieira de Mello, região do Butantã, foram fechados devido aos alagamentos.

De acordo com a AES Eletropaulo, diversos pontos da região central ficaram sem energia desde por volta das 22h50. Equipes da concessionária estão nos locais e trabalham no restabelecimento. Também houve relatos de semáforos apagados.

A água também invadiu a estação República da linha 3-Vermelha do metrô, alagando as plataformas. Segundo o Metrô, os trens operaram normalmente e somente reduziram a velocidade nos trechos descobertos.

Ainda na região central, uma árvore caiu na alameda Glete, na esquina com a avenida Rio Branco, bloqueando o trânsito na via por volta das 22h40.

RODOVIAS

A chuva também provoca alagamentos em diversas rodovias da região metropolitana. Na Anhanguera, há trechos de alagamento nas pistas marginais no km 11 (sentido interior) e km 16, nos dois sentidos. No km 36, na região de Cajamar, a pista está parcialmente interditada.

Na via Anchieta, a pista central está bloqueada na altura do km 13, devido a transbordamento do córrego Ribeirão dos Couros, no ABC. Nas rodovias Dutra e Bandeirantes, havia lentidão na chegada a São Paulo devido ao transbordamento do rio Tietê.

Na Fernão Dias, quedas de barreira interditam parcialmente a pista no sentido São Paulo entre o km 73 e o km 79. Na altura do km 76, a interdição é total devido a uma queda de barreira e de árvores.

PREVISÃO

De acordo com o CGE, a chuva deve perder força durante a madrugada. Ao longo da semana o tempo não muda e segue abafado, com sol entre nuvens. Os termômetros oscilam entre mínimas de 19º C e máximas de 29º C.

As chuvas continuam ocorrendo na forma de pancadas, principalmente no fim da tarde. Dessa forma permanece elevado o risco de alagamentos e deslizamentos de terra na cidade.

 

Luis Nassif

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