Ministério Público paulista pede acesso ao relatório do cartel de trens

Do Estadão

Promotores pedem à Corregedoria acesso a relatório do cartel de trens
 
Ministério Público, que já investiga o caso, quer aproveitar material produzido internamente pelo governo paulista
 
Fernando Gallo e Ricardo Chapola

O Ministério Público Estadual de São Paulo requisitou acesso ao relatório da Corregedoria-Geral da Administração (CGA) sobre o cartel de trens. O documento do órgão de controle ligado ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) levanta suspeitas sobre 15 funcionários ou ex-funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O cartel dos trens, que também é alvo da Polícia Federal, teria atuado entre 1998 e 2008 durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

A promotoria, que já dispõe de dezenas de inquéritos a respeito do cartel, pretende verificar ação dos funcionários citados no relatório – muitos ocuparam cargos de direção das estatais; outros ainda estão nessas funções. A Corregedoria sugeriu o afastamento de todos.

Preliminar. Trata-se de um relatório preliminar, subscrito pelo chefe da Corregedoria, Gustavo Ungaro. Ele deixa os eventuais afastamentos a critério do secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ou do titular de outra pasta à qual esteja vinculado o funcionário citado no documento.

“Com o presente encaminhamento, poderá o titular da pasta referida analisar a pertinência de afastar de funções de confiança os agentes públicos com pendências a serem esclarecidas, enquanto durarem as apurações administrativas”, escreveu Ungaro no documento.

O relatório, que não é conclusivo, também aponta acréscimos patrimoniais não esclarecidos dos servidores, discrepâncias na lista de bens de cada um e omissão de informações em depoimentos prestados à Corregedoria. Segundo o texto, cinco pessoas possuem divergências nas declarações de bens, dentre elas o atual diretor de Operações e Manutenção da CPTM, José Luiz Lavorente. Em nota oficial divulgada anteontem, a CPTM informou que a própria Corregedoria já comprovou que a evolução patrimonial do diretor está “compatível com seus rendimentos”.

Promessa. Alckmin voltou a afirmar ontem que vai afastar os servidores que ainda não foram excluídos de seus cargos. Anteontem, o governador já havia dito que tomará essa medida assim que o relatório de acompanhamento da investigação interna estiver concluído. O tucano disse, porém, que ainda não teve acesso ao documento da Corregedoria.

“Se tiver alguém cujo patrimônio não bata e que tiver cargo de confiança (o funcionário) será imediatamente afastado”, disse o tucano após participar da inauguração da Estação Adolfo Pinheiro, da Linha 5-Lilás do Metrô, na zona sul da capital.

No mesmo evento, o secretário dos Transportes Metropolitanos saiu em defesa de Lavorente e do diretor de Operação do Metrô, Mario Fioratti Filho, também citado no relatório da Corregedoria. Para Fernandes, não “tem nada” que justifique o afastamento dos dois. 

Redação

10 Comentários

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  1. Mas tem uma enorme ironia nesta informação

    A “corregedoria” paulista deve ter feito um relatório para inocentar os chefões (tucanos) e fazer pagar os bagres que estes conseguiram sujar a seu contato.

    O ministério público paulista deveria acusar as pessoas que atentam contra o bem público.

    Vai ver que a nova definição de cargo do tal ministério público paulista é:

    INOCENTAR TUCANOS E CONDENAR PETISTAS. 

  2. Parece piada e é mesmo.

    “Ministério Público, que já investiga o caso, quer aproveitar material produzido internamente pelo governo paulista”

    Quer dizer que vão utilizar um material produzido pelo mesmo governo no qual toda a roubalheira se desenvolveu e muitos dos nomes envolvidos nas falcatruas são os mesmos que comandaram a produção do material?

    É por essas e outras que não há nada melhor do que ser tucano no tucanistão.

     

  3. Tukanistão, conheça antes que

    Tukanistão, conheça antes que se acabe. Já pensou se algum tucano chega à presidência e o Brasil vira um imenso São Paulo? Dá-lhe Engavetador Geral da República 2 – A Missão. E fica a trepidante questão: quantos mensalões dá pra transportar dentro de trens superfaturados?

  4. “”Com o presente

    “”Com o presente encaminhamento, poderá o titular da pasta referida analisar a pertinência de afastar de funções de confiança os agentes públicos com pendências a serem esclarecidas, enquanto durarem as apurações administrativas”, escreveu Ungaro no documento.”

     

      PQP, o cara engoliu um tucano??? Esse pessoal realmente não enjoa de fazer marola para não ter que investigar. Vai fazer corpo mole assim naquele lugar!

  5. Ministério público paulista?

    Ministério público paulista? Investigando tucano? Esses ttralhas são tapetes para tucanos “desfilarem” sua “inocência”. Como diz o colega, PQP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Provavelmente vão achar o Haddad agarrado aos trilhos. Tenha a santa paciência. Esse mp é partido político e sabemos qual.

  6. O ministério público vai

    O ministério público vai aproveitar material produzido internamente pelo governo paulista?

    Muito apropriado, certamente no fim da investigação o denunciado será o Padilha.

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