Renan Calheiros pode virar réu antes de Eduardo Cunha

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Do JOTA

Depois de três anos parada no Supremo Tribunal Federal, a denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelos crimes de peculato, falsidade ideological e uso de documento falso será julgada pelo plenário.

O senador foi denunciado diante dos indícios de recebimento de dinheiro da empreiteira Mendes Junior para o pagamento de pensão alimentícia de um filho que Renan Calheiros teve com a jornalista Mônica Veloso.

A denúncia levou o senador a renunciar à presidencia do Senado, em 2007.

O ministro Edson Fachin liberou o processo para julgamento na terça-feira (2). Fachin assumiu a relatoria do inquérito no ano passado, quando foi empossado. Até então, o processo estava sob relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

O inquérito foi aberto no STF em agosto de 2007. A denúncia foi oferecida no dia 28 de janeiro de 2013. Lewandowski não liberou o processo para o julgamento. Só agora, sob a relatoria de Fachin, o processo vai a julgamento.

Se a denúncia for recebida, Renan Calheiros responderá a ação penal no STF. Além deste processo, ele é investigado em mais seis inquéritos da Operação Lava Jato.

Com o processo liberado para julgamento, cabe ao presidente do Supremo definir quando o caso será incluído em pauta.

Eduardo Cunha

Nessa terça-feira, o ministro Teori Zavascki informou que pode levar a julgamento neste mês a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O deputado é investigado também por envolvimento em desvios apurados na Operação Lava Jato.

O ministro Teori Zavascki ainda não liberou o processo para julgamento, como o fez agora o ministro Fachin.

Mas ele antecipou ser possível julgar a denúncia contra Cunha já neste mês e, em seguida, decidir pelo pedido de afastamento do presidente da Câmara.

O MPF pediu o afastamento de Cunha da Presidência da Câmara e do mandato parlamentar, suspeito de usar o cargo para obstruir as investigações e para cometer crimes.

“O Eduardo Cunha tem adotado, há muito, posicionamentos absolutamente incompatíveis com o devido processo legal, valendo-se de sua prerrogativa de presidente da Câmara da Câmara dos Deputados unicamente com o propósito de autoproteção mediante ações espúrias para evitar a apuração de sua conduta, tanto na esfera penal como na esfera política”, afirmou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, no pedido enviado ao STF no final de 2015.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. acchin  poderia parafrasear

    acchin  poderia parafrasear  cabral ou belchior, em palo seco, ou sei lá….

    quero que este  pedido torto feito faca fira a carne de voces…

  2. Fachin já mostrou ser pusilânime ao defender Cunha no impítim…

    Fachin já mostrou ser pusilânime ao defender Cunha no impítim…

    … Será que está demonstrando agora que também é vingativo? Ou será novo passo do pusilânime? Aguardemos o próximo capítulo, sem esquecer que isso é do interesse da Imprensa Golpista, para chantagear Renan.

    Renan Calheiros é outro. Para salvar a pele já está tentando levar o Senado a aprovar a independência do Banco Central e o início do fim da partilha, com o projeto do entreguista José Serra.

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