Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Lourdes Nassif

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30 Comentários

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  1. Bolas de cristal

    claro que não somos profetas. Cada um é livre pra previsões, com bases no que enxerga, pra apostas, pra animar torcidas de uns lados, pra desanimar outros lados (uso plurais), pra nos acharmos mais importantes do que somos (do que sou). Faz bem a nossos egos. É humano. Agrupamentos mais abertos, ou mais fechados, etc são agrupamentos humanos – às vezes a gente se esquece. Irritamo-nos, apelamos pra apelidos, adjetivos, uns mais, outros menos. Na minha bola de cristal vejo , antevejo, uma comparação entre a manifestação deste dia 13 e a manifestação do dia 15. Acho tão claro, nem preciso ser vidente, ou talvez seja meu lado avestruz, ou de criança, o de brincar com fogo. Multimídia do Dia.

  2. JOAQUIM SILVERIO DOS REIS , 

    JOAQUIM SILVERIO DOS REIS ,  PATRONO DOS DELATORES – Em 15 de março de 1789, 4 meses antes da Revolução Francesa, o fazendeiro e contratador Joaquim Silverio dos Reis entrega ao Visconde de Barbacena o nome dos Inconfidentes que conhecia porque era ele um dos Inconfidentes. Em troca, pois era uma delação premiada, a primeira registrada no territorio, Silverio dos Reis recebu a promessa de recomepensas, quais seriam, uma certa quantidade de ouro, o perdão das dividas fiscais, a nomeação para o cargo de Tesoureiro das provincias de Minas Gerais, Goias e Rio de Janeiro, uma mansão para moradia, pensão vitalicia, titulo de Fidalgo da Casa Real, fardão e hábito da Ordem de Cristo,

    um encontro em Lisboa com o Principe Regente Dom João. Não se sabe se as promessas foram cumpridas.

    Silverio dos Reis sofreu atentados no Brasil porque sua fama de traidor correu rápida, com o que fugiu para Lisboa, voltando ao Brasil com a comitiva do Rei Dom João VI em 1815. Foi para o Maranhão, onde sua mulher tinha raizes e lá faleceu em fevereiro de 1819, seu nome ficou para a Historia como o maior dos traidores,

    A delação é um veneno corrosivo que mina a sociedade, destroi a confiança nos negocios, quebra o indispensavel clima de boa fé que possibilita empreendimentos, gera custos economicos, sociais e politicos que se depositam no solo, qual mercurio em aguas de lagoas, é um ato essencialmente mau, do qual nada de bom decorre.

    A delação é a base da Operação Lava Jato, cruzada que levará o Brasil a sua maior recessão desde 1929, com desemprego em massa nos estaleiros, nos portos e cidades que atendem à Petrobras, nas demais obras das empreiteiras não relacionadas a petroleo, nos bancos onde as empreiteiras devem 100 bilhões de Reais, faz lembrar das confissões dramaticas que foram extraidas pelo Senador Joseph MacCarthy sob tortura psicologica na Comissão de Atividades Anti-Americanas do Senado, que quase liquidam com a democracia americana, não fosse o Senador desmascarado como um falso moralista, na realidade um carrasco vulgar vingativo e sem escrupulos.

    Se a corrupção é indiscutivelmente um mal a ser combatido com boa governança e  sistemas de controle,

    a escandalização dessa corrupção destruiu o crédito nacional e internacional da empresa, seu rating, sua imagem,

    expectativa de futuro, o valor de suas ações e sua capacidade de levantar recursos para investimento.

     

    Os danos que esses venenos trazem ao Pais superam largamente qualquer suposta vantagem para processar e encarcerar gente,  o maleficio do remédio é infinitamente maior que os danos da doença.

    1. De pé!
      “A delação é um veneno corrosivo que mina a sociedade, destroi a confiança nos negocios, quebra o indispensavel clima de boa fé que possibilita empreendimentos, gera custos economicos, sociais e politicos que se depositam no solo, qual mercurio em aguas de lagoas, é um ato essencialmente mau, do qual nada de bom decorre.”

      “Os danos que esses venenos trazem ao Pais superam largamente qualquer suposta vantagem para processar e encarcerar gente,  o maleficio do remédio é infinitamente maior que os danos da doença.”

      André, estes trechos merecem aplausos. DE PÉ!

  3. Terceirização, corrupção,

    Terceirização, corrupção, impeachment e hipocrisia

    11 de março de 2015

    /

    https://grupodepesquisatrabalhoecapital.wordpress.com/2015/03/11/terceirizacao-corrupcao-impeachment-e-hipocrisia/

    Jorge Luiz Souto Maior(*)

    Uma onda de patriotismo, moralismo e correção inunda o país da falta d’água. Não se quer mais corrupção e impunidade. E isso é ruim? Claro que não!

    O mal é utilizar o argumento não para buscar um acerto geral e sim para alcançar maiores benefícios pessoais, ou seja, para alterar apenas aquilo que incomoda ao projeto pessoal, indo-se nem sempre em uma direção progressista das condições social e humana.

    É assim, por exemplo, que pelo argumento da existência da corrupção alguns tentam chegar à justificativa para defender a diminuição dos impostos ou mesmo para não pagá-los. Muitas pessoas, mas muitas mesmo, que criticam a imoralidade na política sonegam impostos e aproveitam-se da imoralidade alheia para justificar a sua conduta ilegal. Como dito pelo jornalista Juca Kfouri, “Nós, brasileiros, somos capazes de sonegar meio trilhão de reais de Imposto de Renda só no ano passado. Como somos capazes de vender e comprar DVDs piratas, cuspir no chão, desrespeitar o sinal vermelho, andar pelo acostamento e, ainda por cima, votar no Collor, no Maluf, no Newtão Cardoso, na Roseana, no Marconi Perillo ou no Palocci.”[1]

    Claro que, potencialmente, quem tem a obrigação de cuidar da coisa pública e se aproveita da posição que ocupa para furtar o erário comete um erro infinitamente maior do que aquele que se vale do argumento da improbidade administrativa para se ver livre de obrigações legais. Ainda assim, um erro não justifica o outro.

    Além disso, na prática de apontar os erros alheios nem sempre importa a coerência no sentido de não cometer os mesmos erros ou outros equivalentes.

    Mais ainda não impera o comprometimento real, propugnando-se soluções que apenas impõem sacrifícios alheios.

    Vejamos.

    Se a economia vai mal, os congressistas e administradores pensam em soluções que diminuem direitos dos trabalhadores, mas não pensam em diminuir os próprios salários. Aliás, bem ao contrário, na mesma época em que se retomam as falácias do “custo Brasil”, que se reforçam com a retórica da “crise” eterna, os políticos aumentam[2] os seus ganhos, sendo esta, aliás, a lógica que, necessariamente, se impôs ao Judiciário[3] para impedir que sirva como “tábua de salvação” do respeito à ordem constitucional, pautada, ainda que minimauntitledggfmente, por uma lógica republicana destinada à realização da justiça social.

    Da mesma forma, muitos empresários (mais uma vez, reproduzindo o que vêm fazendo, sistematicamente, na realidade brasileira, desde a década de 50) reivindicam redução dos custos dos direitos trabalhistas, sendo que antes o faziam sob a promessa de mais contratações de trabalhadores e agora como a necessidade imperiosa para a manutenção dos empregos, mas não anunciam redução dos ganhos de diretores, não divulgam os balanços explicitando o peso dos encargos trabalhistas no orçamento e o real efeito das reduções pretendidas, não efetivam auditoria para sanar as contas, não aceitam que os trabalhadores tenham acesso às informações sobre a administração e a saúde econômica da empresa, não admitem a institucionalização jurídica da garantia de emprego contra dispensas arbitrárias, ou seja, querem “segurança jurídica” para si, mas querem manter os trabalhadores em extrema insegurança, que não é só jurídica, mas também econômica e social, e tentam, então, utilizar o seu poder de “mandar embora” o trabalhador para aí sim, estando este já com a corda no pescoço, negociar condições de trabalho.

    Fato é que se existisse uma crise econômica estrutural, qualquer solução minimamente séria somente poderia ser pensada de forma também estrutural, ou seja, atingindo a todos os setores da sociedade, ou, mais precisamente, a todas as classes da sociedade. E por incidência dos princípios da isonomia e da justiça social, atendendo ao projeto constitucional da diminuição das desigualdades, o sacrifício eventualmente necessário deveria atingir em primeiro plano aqueles que historicamente se beneficiaram dos momentos de bonança e os que ostentam as melhores condições econômicas.

    A reivindicação de redução dos direitos trabalhistas, vista no contexto da realidade histórica, é uma agressão aos trabalhadores, que são, efetivamente, aqueles que produzem riquezas, e é, ao mesmo tempo, uma desconsideração de que os direitos trabalhistas surgem como conquista dos trabalhadores e como forma de regulação do próprio modelo de sociedade capitalista.

    Traduzindo em palavras mais diretas, é como se o capital dissesse à classe trabalhadora: “Bom, eu te explorei durante anos e com isso acumulei riquezas, enquanto você sobreviveu com limitações. Agora, quando meu lucro tende a diminuir, eu preciso te impor mais limitações, para manter o meu padrão de vida, sendo que se não for assim não terei mais interesse em continuar te explorando…”

    Pois muito bem, quando o setor econômico (com o apoio de políticos) vem a público reivindicar, abertamente, a legalização da terceirização, com ampliação irrestrita, o que está dizendo é exatamente isso, contendo, ainda, a mensagem subliminar de que não quer que os trabalhadores se percebam como classe e que tenham condições concretas de se organizar para a luta sindical.

    Claro, não se fala isso expressamente. O que se diz é que “a terceirização é fruto da reengenharia da produção,
    necessária para a competitividade, vez que confere às empresas maior flexibilidade administrativa”, ou coisa que o valha. Tenta-se, ainda, inverter plenamente a realidade, para justificar a regulação da terceirização como forma de ampliar os direitos dos trabalhadores, garantido-lhes segurança jurídica.

    Mas o que significam, de fato, essas palavras? “Flexibilidade administrativa” é o poder de contratar e descontratar mão-de-obra, sem formar vínculos pessoais e institucionais da empresa com os trabalhadores. “Maior competitividade” é reduzir custos, o que se possibilita mediante a contratação de uma empresa intermediária, de prestação de serviços, desprovida de meios de produção, à qual o capital tem ampla possibilidade de impor o valor e prazos para a execução dos serviços sem sequer considerar o mínimo que seria necessário para satisfazer os créditos trabalhistas. “Reengenharia da produção” é desvincular-se das relações coletivas com os sindicatos dos trabalhadores, fragilizados na pulverização promovida pelas subcontratações.

    Que segurança jurídica se garante aos trabalhadores? Nenhuma. O trabalhador terceirizado não tem vínculos duradouros, não se socializa no ambiente de trabalho, não se vê como classe em antagonismo ao capital que o explora, até porque não o reconhece. O trabalhador terceirizado é segregado, discriminado (pelos próprios trabalhadores efetivos) e dada a debilidade econômica de seu empregador é submetido a trabalhos em condições precárias de trabalho.

    Segundo números extraídos apenas das ações que tramitaram na Justiça do Trabalho, em um único ano, o de 2011, 2,8 mil trabalhadores morreram em decorrência de acidentes do trabalho, que estão, inegavelmente, relacionados a uma maior precariedade nas relações de trabalho. Aliás, em infeliz coincidência com a colocação da seleção brasileira na Copa do mundo, a precariedade das relações de trabalho conduziu o Brasil a outro quarto lugar, especificamente no que tange ao número de acidentes fatais no trabalho[4] nos diversos países do mundo. E, conforme os “dados do Dieese, o risco de um empregado terceirizado morrer em decorrência de um acidente de trabalho é cinco vezes maior do que nos demais segmentos produtivos”[5].

    sebastiao-salgado-15A Petrobrás, por exemplo, tem chamado a atenção da grande mídia e gerado uma enorme repulsa de parte considerável da população em razão dos casos de corrupção em que a estatal está envolvida. Mas essa mesma grande mídia não dá destaque ao fato de que o processo de terceirização iniciado na Petrobrás na década de 90 – e ampliado nas décadas seguintes – é o que tem facilitado a promiscuidade imoral e ilegal entre o público e o privado, ao mesmo tempo em que tem submetido os    trabalhadores a condições de trabalho subumanas.

    Lembre-se que no dia 11 de fevereiro de 2015, um acidente na cidade de São Mateus, ES, em navio-plataforma da empresa norueguesa BW Offshore, que presta serviços à Petrobrás, deixou nove trabalhadores mortos e 26 trabalhadores feridos e a questão da terceirização simplesmente passou ao largo de qualquer análise da grande mídia e da ira da população em geral.

    O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho denunciou a situação com a publicação da seguinte nota a respeito:

    Terceirização

    A realidade encontrada pelos Auditores-Fiscais no dia a dia da fiscalização é de que os acidentes estão ocorrendo com mais frequência entre os trabalhadores terceirizados do que com os contratados diretos das empresas, lembra Rosa Maria Campos Jorge, presidente do Sinait. “Esses acidentes estão relacionados diretamente às condições precarizadoras de trabalho impostas pela terceirização, que violam direitos, adoecem e matam trabalhadores”, denuncia.

    A afirmação é reforçada pelo diretor do Sindipetro/ES, Enéias Zanelato, que declarou que a maioria dos trabalhadores a bordo do navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus é terceirizada. “Os empregados do quadro são coordenadores de equipe e, os outros, são terceirizados, que atuam de maneira precarizada”.

    Enéias diz ainda que, atualmente, com as novas descobertas de petróleo no país, a demanda da Petrobras cresceu. “Há terceirização indiscriminada na atividade-fim, além de um plano de negócios e um processo de gestão que foca muito no aumento da produção”. A maneira que isso se reflete na empresa, segundo Zanelato, é o aumento no número de terceirizados que atualmente se encontra na proporção de cinco contratados para um concursado. “São 85 mil concursados para 300 mil terceirizados e o número deve se ampliar com a produção do pré-sal”.

    No entanto, segundo Enéias, o Sindipreto/ES luta para que haja uma política de concursos públicos permanentes. “Os empregados concursados não sofrem acidentes de trabalho, o que significa que há uma sobrecarga para os terceirizados que precisa acabar, e uma forma de mudar isso é por meio de concurso público”.(https://www.sinait.org.br/?r=site/noticiaView&id=10553)

    Assim, a onda moralista deveria, necessariamente, que se opor ao processo de terceirização, mas desse aspecto específico, das condições de trabalho dos terceirizados, pouco se fala, a não ser como semente para alimentar uma intenção privatizante. Para muitos moralistas pouco importa como os produtos chegam ao seu consumo ou como os lugares que freqüentam foram construídos ou são mantidos limpos ou mesmo que a sua exigência pelo menor preço constitua incentivo à precarização. Muitos segmentos empresariais, que vindicam o “impeachment” da Presidenta Dilma, aliás, de forma sistemática, não registram seus empregados, não recolhem FGTS, pagam salários “por fora”, não pagam horas extras etc. etc. etc.

    Em suma, a onda moralista não tem uma racionalidade efetivamente corretiva da realidade, sendo, antes, oportunista e comprometida com uma lógica individualista e exploratória.

    Isso não significa, por outro lado, uma absolvição do governo petista, pois se há uma lógica golpista na pregação do impeachment e uma ideologia entreguista na reivindicação de privatização da Petrobrás, é bem certo que quem deu força a esses movimentos foram, exatamente, os desmandos administrativos praticados na Petrobrás, além da forma sempre fugidia da realidade adotada pelos governistas no seu diálogo com a sociedade.

    É interessante perceber o quanto o governo, ultimamente, tem se utilizado, em sua defesa, do argumento de que nas gestões anteriores também ocorreram desvios na Petrobrás ou que a mídia só dá destaques aos seus defeitos e não aos de políticos de outros partidos. Mas, da mesma forma, um erro não justifica o outro, muito embora erro muito maior seja o de, a propósito de “moralizar o país”, tentar destruir as bases democráticas.

    Ainda assim vale insistir. O governo petista não deve ser simplesmente perdoado pelos desmandos administrativos cometidos em razão de se encontrarem erros iguais ou equivalentes em gestões passadas ou atuais, no âmbito estadual, ou mesmo em razão do risco de um golpe institucional, pois o que se preconizava era que “nunca antes na história desse país” uma administração teria sido tão honesta e tão social.

    Aliás, muito menos se pode considerar que o governo petista tenha feito gestões efetivamente benéficas aos trabalhadores, até porque também neste aspecto a defesa do governo tem sido a do império do mal menor, tentando fazer imaginar o quanto teria sido pior se o governo fosse do PSDB.

    Ocorre que em 12 (doze) anos de governo não se verificou nenhum empenho verdadeiro do governo para ampliar os direitos dos trabalhadores de forma concreta, Yacimiento de petroleo, Kuwait, 1991como se daria, por exemplo, com a instituição da garantia de emprego, ao menos nos termos da Convenção 158 da OIT, tendo como parâmetro o inciso I, do art. 7º. da CF.

    Não se viu, ademais, uma reversão do caminho trilhado na década de 90. Com efeito, nenhuma das reformas flexbilizadoras da legislação trabalhista implementadas no período (banco de horas e terceirização, por exemplo) foram desfeitas. Bem ao contrário, a utilização da terceirização no setor público federal foi extremamente ampliada.

    Avanços, é verdade, chegaram a ocorrer, mas foram revertidos, como se verificou na lei dos motoristas e na Emenda Constitucional n. 72, de 2013, sobre o trabalho das trabalhadoras domésticas, cuja regulamentação ainda não veio, mas tudo indica que venha com graves restrições, tendo o governo e os partidos políticos cedido à forte reação advinda exatamente de muitos daqueles que agora pregam justiça e ética, mas que no aspecto da ampliação dos direitos às trabalhadoras domésticas não foram capazes de superar nossa tradição cultural escravista, racista e de opressão de gênero, a qual, inclusive, se verificou de forma explícita nas recentes ofensas pessoais feitas à Presidenta Dilma.

    No percurso histórico dos últimos anos não se deve esquecer da Lei n. 11.101, da recuperação judicial, que foi um dos maiores ataques já desferidos contra os direitos dos trabalhadores, tendo retirado do crédito trabalhista (superior a 150 salários mínimos) o caráter privilegiado com relação a outros créditos, buscado eliminar a sucessão trabalhista e ter servido até hoje como forma de institucionalização do “calote” trabalhista; do advento, em março de 2007, do Projeto de Lei Complementar (PLC n. 7.272/05), que chegou a ser aprovado no Congresso Nacional, que criava a denominada “Super Receita” e trazia no seu bojo a malfadada Emenda aditiva, de autoria do Senador Ney Suassuna, apelidada de Emenda 3, que retirava o poder de fiscalização dos fiscais do trabalho; do fato de que, em junho de 2011, o PL 4.330/04, de autoria do Deputado Federal e empresário, Sandro Mabel, que visa ampliar, sem qualquer limite, a terceirização, e que estava paralisado no Congresso desde 2004, quando foi apresentado, voltou a tramitar, impulsionado pelo substitutivo do Deputado Roberto Santiago (PV-SP); do anteprojeto de lei gestado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT, propondo a institucionalização de um Acordo Coletivo Especial (ACE), que revigorava a tentativa do governo de Fernando Henrique Cardoso de implementar o negociado sobre o legislado, favorecendo, no jogo livre das forças, em uma conjunta de desemprego estrutural, aos interesses empresariais e que, em meados de 2012, foi enviado ao governo para que fosse apresentado pelo Executivo ao Congresso Nacional; do Decreto n. 8.243, também patrocinado pelo governo federal, um projeto de lei que visa a criação de um Sistema Único do Trabalho (SUT), pelo qual, de forma bastante sutil, retoma a ideia embutida na Emenda 3, de negar o caráter de indisponibilidade da legislação trabalhista.

    Recorde-se, ainda, que após a reeleição de 2014, alcançada sob a promessa de preservação dos direitos trabalhistas, o governo promoveu uma reforma ministerial de índole assumidamente neoliberal, pela qual conduziu Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Armando Monteiro Neto, respectivamente, aos Ministérios da Fazenda, do Planejamento e do Desenvolvimento, sendo que o último nome referido presidiu a CNI (Confederação Nacional da Indústria) de 2002 a 2010 e disse em seu discurso inaugural na cadeira que: “O desafio central é promover a competitividade. O que significa reduzir custos sistêmicos e elevar a produtividade. A agenda da competitividade envolve várias áreas dentro do governo e demanda intensa articulação e coordenação. É papel primordial do Ministério do Desenvolvimento realizar essa tarefa. E colocar o tema da competitividade no centro da agenda política do país.”

    Destaque-se, ainda, a nomeação pela Presidenta Dilma da Senadora Kátia Abreu, que preside a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), como Ministra da Agricultura.

    Dentro desse contexto advieram, no final de dezembro de 2014, as MPs ns. 664 e 665, que restringiram o acesso dos trabalhadores a direitos como seguro-desemprego, auxílio-reclusão e pensão por morte, além de conferirem aos empregadores o controle total sobre declaração da saúde, ou não, dos trabalhadores para efeito da continuidade da prestação de serviços.

    Não é possível, por fim, deixar de debitar nas contas do governo a violenta repressão promovida nas últimas greves dos servidores federais e a forma opressora como agiu, em conjunto com as Secretarias de Segurança dos Estados, geridos por Partidos diversos, com relação às manifestações contra Copa, tendo incentivado, inclusive, a adoção de uma Lei Antiterrorismo (PL 499/13), que reproduzia conceitos da Lei de Segurança Nacional, típicos da época da ditadura, atentando, pois, contra a lógica democrática, tudo para abafar as manifestações, as quais se opunham à realização da Copa no Brasil ou que serviam como instrução para reivindicação de direitos sociais e melhorias nas condições de vida da população.

    Não há, portanto, muito como defender o governo federal a partir do argumento de que tenha promovido uma defesa incondicional dos interesses da classe trabalhadora e que essa postura seja a origem da reação da direita, que estaria, assim, expressando um ódio de classe, da classe rica, frente aos benefícios concedidos pelo governo federal à classe trabalhadora.

    De todo modo, tem-se pela frente a grande oportunidade de efetivar uma prova dos nove a respeito de tudo isso, vez que a reivindicação da ampliação da terceirização está nas pautas política e econômica e a classe trabalhadora, apoiada por representantes de peso do segmento jurídico trabalhista, já manifestou sua contrariedade por intermédio de uma carta enviada diretamente à Presidenta Dilma[6], sendo certo que o ideal mesmo para a defesa concreta da dignidade dos trabalhadores é o fim da terceirização.
    kuwait2É o momento, pois, do governo, como diz o ativista Guilherme Boulos, se fazer defensável, ao menos no aspecto do seu alinhamento com a causa dos trabalhadores, promovendo a ratificação da Convenção 158, da OIT, assumindo a rejeição ao PL 4.330/04, assegurando o direito de greve e eliminando a terceirização, a começar por aquela que, inconstitucionalmente e de forma imoral, se pratica no âmbito do setor público.

    De todo modo, culpar o governo é cômodo. Não compete à classe trabalhadora assistir a tudo isso como mera espectadora, cumprindo-lhe retomar o papel de protagonista da história.

    A classe empresarial, aproveitando-se da fragilidade da resistência teórica e prática da esquerda, que foi sequestrada e mantida sob custódia no argumento de que não se pode desestabilizar o governo petista para não fortalecer a direita, tem avançado de forma expressa e firme sobre os direitos da classe trabalhadora, e a resistência que se vê por parte desta é bastante tímida, acuada, feita nos bastidores, com pleito limitado à manutenção da terceirização como está. Ou seja, no assunto específico da terceirização, os trabalhadores não estão nas ruas, efetivando uma ação política real, acostumada que foi, nos últimos anos, a fazer política de tratativas parlamentares e este talvez seja o maior legado negativo das gestões petistas para a classe trabalhadora.

    Claro, isso está mudando bastante nos últimos anos, sobretudo após o impulso das manifestações de junho de 2013. Destaquem-se, em 2014, as greves dos garis no Rio de Janeiro, dos rodoviários em São Paulo e em Porto Alegre, dos metroviários em São Paulo, dos professores da rede pública em São Paulo, dos servidores da USP, dos bancários e dos servidores federais (no IBGE, no Judiciário Federal); e, já em 2015, dos trabalhadores da Volks e da GM e dos professores no Estado do Paraná.

    O cenário, portanto, está montado, exigindo-se que as peças se encaixem nos devidos lugares de forma clara e verdadeira: que quem for moralista, que o seja por completo; que quem defender o sacrifício para solucionar a crise, que comece por si; que se o sacrifício for necessário, que atinja primeiro a quem mais tem se beneficiado historicamente desse modelo de sociedade; que se o governo quer se legitimar pelo argumento de se constituir um defensor dos interesses dos pobres e da classe trabalhadora que passe, então, a agir concretamente neste sentido; que se alguém que se reivindique de esquerda, que tenha a independência e o compromisso necessários para ver a realidade com a visão de mundo da classe trabalhadora; que as mortes de trabalhadores não restem impunes; que o projeto constitucional da justiça social, da proteção da dignidade humana, da produção real da igualdade, da eliminação de todas as formas de discriminação, do respeito aos Direitos Humanos, da função social da propriedade, do valor social do trabalho, do valor social da livre iniciativa e da melhoria da condição social dos trabalhadores seja efetivamente gerido pelo Estado, sendo essencial para tanto a eliminação da corrupção, dos favoritismos e da visualização de dividendos políticos mesquinhos e imediatos, e esteja integrado, de forma concreta, ao compromisso moral de todos, gerando a recriminação generalizada da sonegação…

    Um marxista não acreditaria na eficácia desse projeto, denunciando esses preceitos jurídicos como meras estruturas necessárias às trocas de mercadorias, às quais se inseriria, inclusive, a força de trabalho, o que eliminaria por completo a possibilidade de elevação da condição social e econômica do trabalhador ao nível de uma igualdade real na sociedade capitalista.

    A exemplo das questões da corrupção e do impeachment, o que se fará e mesmo o que se dirá a respeito da terceirização, posta em pauta, constituirá a resposta para todas as questões afloradas pela situação política vivenciada no país, que nenhuma hipocrisia mais dará conta de camuflar!

    São Paulo, 10 de março de 2015.

    (*) Professor livre-docente de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da USP.

    [1]. “O panelaço de barriga cheia e do ódio” (http://blogdojuca.uol.com.br/, acesso em 09/03/15).

    [2]http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/deputados-reajustam-beneficios-em-ate-18/, acesso em 07/03/15.

    [3]. http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/10/cnj-aprova-auxilio-moradia-de-r-43-mil-para-juizes.html, acesso em 07/03/15.

    [4]. http://www.conjur.com.br/2014-jul-04/brasil-quarto-pais-numero-acidentes-fatais-trabalho

    [5]. http://www.conjur.com.br/2014-jul-04/brasil-quarto-pais-numero-acidentes-fatais-trabalho

    [6]. http://www.spbancarios.com.br/Noticias.aspx?id=10123, acesso em 09/03/15.

     

  4. Quem está em crise não é a Petrobras é a o Shale Oil nos USA.

    Os primeiros números oficiais do efeito do petróleo barato começam a aparecer e pode-se se dizer que são piores do que as previsões.

    Na Dakota do Norte, onde se encontram os campos de Óleo de folhelho mais tradicionais (ou óleo apertado ou impropriamente dito o óleo de xisto) a queda da produção foi extremamente rápida em relação ao que se previa.

    Segundo relatório do NDIC Department of Mineral Resources (https://www.dmr.nd.gov/oilgas/directorscut/directorscut-2015-03-12.pdf) os dados de janeiro de 2015 apresentaram uma queda de 1.227.483 barris/dia em dezembro de 2014 para 1.190.490 barris/dia em janeiro de 2015. Uma queda de 3% em grandes campos convencionais offshore poderia ser considerada como resultado da parada de uma plataforma ou qualquer acidente numa delas, porém como esta produção é resultado de 12.000 poços não é possível atribuir a isto. Também as condições meteorológicas citadas no relatório do NDIC não indicam que este é o motivo. O número de poços em funcionamento apresentou uma pequena elevação, mas devido a fatores econômicos na exploração destes poços determinadas ações mais caras para retirar o óleo e o gás foram paradas e a produção caiu.

    Porém o mais surpreendente de tudo não é a queda da produção, mas sim a queda na quantidade de sondas de perfuração. Como não é novidade para quem se acompanha notícias do petróleo o decaimento na produção de um poço pode atingir entre 60% a 70% no primeiro ano de exploração, logo no caso do Shale Oil é necessário uma contínua perfuração para manter a produção constante.

    O número máximo de sondas de perfuração nos campos da Carolina do Norte foi de 218 sondas em 29/05/2012, e estima o NDIC que para manter a produção seria necessário uma quantidade de 115 plataformas. No mês de dezembro estavam em perfuração 181 plataformas, em janeiro este número já caiu para 160 e em fevereiro 133 (no dia da emissão do relatório, 12/3/2015 estavam em ação 111 plataformas).

    Como o número maior de poços foram cavados em maio de 2012 a tendência de queda deve se acentuar mais, pois estes poços cavados em 2012 já devem estar com no máximo 10% da sua produção inicial, logo se tem uma curva de queda de volume de petróleo por poço, queda do número de poços (talvez já em fevereiro) e uma não reposição de poços novos.

    A perda de produção mensal deverá superar os 3% do intervalo entre dezembro e janeiro e se persistir por mais meio semestre o preço baixo do petróleo, extrapolando os dados de Dakota do Norte a perda de produção poderá atingir valores do entorno de mais de 40% na produção do Shale oil.

    Nos campos mais novos, como a perfuração era intensa há seis meses, com o término desses poços novos a produção de petróleo norte-americano pode se conservar alta ainda até a metade do ano de 2015, porém se neste momento não houver uma forte recuperação no preço do petróleo a produção norte-americana começará a degringolar.

     

    1. E é exatamente por isso que
      E é exatamente por isso que ela – e por extensão o país – está sob forte ataque. Como não acreditar nisto depois de assistir o Sr. Barusco e na sequência o Sr. Gabrielli? O ladrão confesso tratado como um príncipe e a testemunha como criminoso. Louvores a Eduardo Cunha. Como não acreditar que interesses de monta e objetivos predatórios estejam em movimento para assalto e rapinagem com as situações estranhas, constrangedoras a que temos presenciado cotidianamente nos últimos dois anos? Há uma atmosfera de pesadelo; não sabemos seos pés nos faltarão ao dobrarmos a esquina. É nítido o sentimento de ameaça iminente.

    2. A Petrobrás tamnbém não vai

      A Petrobrás tamnbém não vai bem Maestri, aliás, com a alta do dólar, ela já está perdendo quase todo o ganho que obtinha nesses ultimos 2 meses com a importação de derivados. Se subir mais, periga a voltar a ter prejuizo, como ocorreu durante cerca de 3 anos.

      Uma empresa não é só a sua produção, mas também a sua situação financeira, ou seja, lucro, margens de lucro, eficiencia, endividamenrto e custo da dívída.

      1. O preço baixo tem data para subir!

        Pelo que leio quase todos os dias dos mais diversos analistas de petróleo é que devido uma grande quantidade de estoques, os maiores de todos os tempos, o preço do petróleo poderá cair até quase US$30,00/barril, porém com este preço a perfuração de novos poços de Shale oil cairá praticamente a zero (restando somente a perfuração necessária para as companhias não perderem a concessão).

        Com a queda na perfuração, que deverá se agravar nos próximos meses, e com a diminuição da velocidade de retirada do petróleo também para baixar o preço na exploração, em seis meses o petróleo deverá retomar valores acima de US$55,00/barril a US$60,00/barril.

        Na mesma direção, ninguém sabe quanto tempo a Arábia Saudita, poderá manter a produção alta, pois rumores de esgotamento de seus campos já se fala há mais de dois anos.

        Tem mais outro problema, com a queda do preço do petróleo dezenas de milhares de postos de trabalho bem remunerados estão já nos dias atuais sendo perdidos. Só a Halliburton que já demitiu algo entre 5000 a 6500 empregados no mundo inteiro (1000 nos Estados Unidos – dados de fevereiro), a Baker Hughes vai despedir 7.000 trabalhadores, isso é cerca de 11 por cento de sua força de trabalho, a Schlumberger já planejava a algum tempo (em Janeiro) demitir 9.000 funcionários.

        Quanto as empresas menores de extração de shale oil estas em breve terão que vender seus ativos as grandes petroleiras.

        Estes dados foram noticiados em janeiro e fevereiro e se o petróleo cair mais dobra esta quantidade. Estão sendo demitidos quadros superiores com altíssima qualificação e com salários três ou quatro vezes maiores dos que os homólogos da Petrobras.

        Ninguém aqui no Brasil está se dando conta, mas a crise da Petrobrás está embutida numa crise enorme em toda a indústria, e não sei até quando os USA não vai providenciar um atentado ou um ataque de terroristas a Arábia Saudita (seus próprio terroristas).

        Há um relatório da Energy Information Administration EIA que está segurando o otimismo de muitos investidores que foi lançado a pouco com dados de dezembro do ano passado e por simulações numéricas feitas a partir de dados anteriores a esta data, uma verdadeira enganação para segurar a política norte-americana de deixar o petróleo cair de preço, mas já no início do mês de abril quando os dados de janeiro e fevereiro e parte de março estiverem publicados acende-se o pavio da bomba.

  5. JOSÉ SIMÃO
    Ueba! Viagra no

    JOSÉ SIMÃO

    Ueba! Viagra no Lava Jato!

    Então não é propina, é propinto! E não é mais propinoduto, é propintoduro! Rarará!

    Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

    Piada Prontíssima: “Doleiro afirma que PP arrecadou propina até em negócio com Viagra”.

    Então não é propina, é propinto! E não é mais propinoduto, é propintoduro! Rarará!

    Pinto Premiado! PP quer dizer Pinto Premiado! Rarará.

    Viagra pra crescer o patrimônio: “Patrimônio de deputado cresce 137% em 4 anos”. É o Viagra! Patrimônio é mais importante que pinto. Aliás, conforme o patrimônio tanto faz o pinto! Rarará!

    É tanto PP, PP, PP que parece que o delator é gago: PP, PP, PP! Rarará! E como diz um amigo meu: sem Viagra não levanto nem falso testemunho! Rarará!

    E atenção! Manchete do “Sensacionalista”: “Dilma baixa Medida Provisória para excluir dia 15 do calendário”. Rarará!

    É como elevador nos Estados Unidos que não tem o 13! Marcha Micareta, fora do calendário! Rarará!

    E essa: “Dilma convoca plantão para acompanhar os atos”. Vai ter telão? Vai ter churrasco e telão? No plantão ela vai servir sushi porque não pode ter panela. Rarará!

    E um amigo meu vai pra Marcha fantasiado de Menino Maluquinho! Com a panela na cabeça!

    E agora tudo é Dilma! “Vendo Panelas! Motivo: Dilma!”. “Vendo loja toda em granito, vidro blindex e duas vagas! Motivo: Dilma!”. “Dilma foi vaiada! Motivo: Dilma!”. Rarará!

    E não aguento mais ler: Petrobras, Dilma e diz o delator! Toda notícia agora termina com “diz o delator”! “Papapá, diz o delator”. “Papapá, diz o delator”. “Papapá, diz o delator”.

    O Brasil não vai mais acabar em pizza, o Brasil vai acabar em delator! Rarará!

    É mole? É mole mas sobe!

    Os Predestinados! Mais dois para a minha série “Os Predestinados”! Jurado do Concurso de Cerveja de Blumenau: Ricardo CANABRAVA! Vai beber o concurso inteiro. Rarará.

    E esta juíza gaúcha: Clara Sentença! Essa devia ser padroeira do Judiciário! Doutora Clara Sentença. Porque ultimamente os juízes não estão muitos claros nas sentenças. Rarará.

    E propina de Viagra é propica! Rarará!

    Nóis sofre mas nóis goza! Hoje só amanhã! Que eu vou pingar o meu colirio alucinógeno!

  6. Esquentando os tamborins

    Stédile: Dilma, tenha a coragem do velho Brizola!

    12 de março de 2015 | 18:47 Autor: Fernando Britohttp://tijolaco.com.br/blog/?p=25378 

    poa

    Do repórter Flávio Ilha, de O Globo, que cultiva o “defeito” de deixar quem é notícia falar:

    O principal dirigente do MST no país, João Pedro Stédile, apelou nesta quinta-feira em Porto Alegre, (nota do Tijolaço: um esquenta para as manifestações de amanhã, com milhares de pessoas, que  não mereceu a metade do espaço que os 30 “revoltados” de ontem) durante ato em defesa da Petrobras, para que a presidente Dilma Rousseff “não se acovarde” diante da pressão de setores do país “que querem tomar o poder no grito”. Diante de um público estimado em 5 mil pessoas pela Brigada Militar, Stedile comparou a situação política atual ao período da Legalidade, quando João Goulart foi impedido de assumir a Presidência com a renúncia de Jânio Quadros. Ele prometeu “botar o povo na rua” depois das manifestações do próximo domingo, para garantir que o país “faça as reformas necessárias”.

    — Se a burguesia tentar dar um golpe, nós temos que assumir um compromisso de ocupar as praças, acampar, fazer vigílias e daqui do Rio Grande, como foi na campanha da Legalidade (em 1961), exigir respeito à democracia, manter o povo unido e marchar a Brasília para exigir que esses idiotas da Globo e do capital internacional, que querem botar a mão no pré-sal, respeitem a democracia e o povo possa avançar. Esperamos também que a nossa companheira Dilma tenha a coragem do velho Brizola. Dilma, não se acovarde. Não caia na esparrela do ajuste neoliberal – discursou.

    E mandou um recado à militância:

    — Engraxem as botas e as chuteiras, que o jogo só está começando. Quem não tiver barraca compre uma. Compre um tênis. Estamos aqui no vestiário, só nos preparando.

     

  7. Apresentador é demitido por ofender Michelle Obama no ar
    Apresentador é demitido por ofender Michelle Obama no ar 

    Jornalista, que era da Univisión, disse que primeira-dama parecia ser do “Planeta dos Macacos”
     

     
    PUBLICADO EM 13/03/15 – 03h00
     

    Los Angeles, Estados Unidos. A Univisión, a rede hispânica mais importante dos Estados Unidos, anunciou nesta quinta ter demitido um de seus principais apresentadores por dizer que a esposa do presidente norte-americano, Michelle Obama, parecia fazer parte do filme “Planeta dos Macacos”.

    O apresentador venezuelano Rodner Figueroa afirmou na quarta-feira durante o programa vespertino “El Gordo y La Flaca” que a transformação estética da primeira-dama nos últimos anos foi inspirada na franquia cinematográfica de mesmo nome.

    “Michelle Obama parece do elenco de ‘Planeta dos Macacos’”, declarou Figueroa ao mostrar várias imagens da esposa do presidente norte-americano. A Univisión não demorou a reagir e menos de 24 horas após a polêmica comunicou a demissão do comentarista.

    “Ontem (quarta-feira), durante o programa de entretenimento ‘El Gordo y La Flaca’, Rodner Figueroa fez comentários sobre a primeira-dama Michelle Obama que foram completamente reprováveis e de nenhuma forma refletem os valores ou opiniões da Univisión”, explicou a rede em um comunicado.

    “Como resultado, o senhor Figueroa foi demitido imediatamente”, confirmou a empresa. Figueroa, apelidado de “El Fashionista”, ganhou um lugar na Univisión como especialista em moda, comentando e criticando as escolhas das estrelas norte-americanas e latinas nos grandes eventos, ou fazendo entrevistas no tapete vermelho.

    Nos últimos tempos também apresentou outros formatos, como “Sal y Pimienta” e “Nuestra belleza latina”, ambos de grande audiência.

    Indignado. Na noite desta quinta, o apresentador demitido publicou em um site que a demissão partiu do gabinete da primeira-dama. Alguém teria, segundo ele, ligado para a emissora de lá. Figueroa diz que escreveu uma carta para a primeira-dama em que diz ser de “família bi-racial, meio preto, meio-Latina, e acrescenta que ele é o primeiro gay assumido a apresentadora de TV hispânica”. Michelle não se pronunciou sobre o assunto.

    Policiais são baleados em protesto contra o racismo

    Washington, EUA. Dois policiais foram feridos por tiros nesta quinta na cidade norte-americana de Ferguson (Missouri), durante um protesto pelo tratamento que os negros recebem da força de segurança, formada em sua maioria por agentes brancos.

    Segundo a polícia, os policiais sofreram uma emboscada. “Tratou-se realmente de uma emboscada. É muito difícil estar prevenido quando enfrentamos manifestações”, declarou Jon Belmar, chefe do comitê da polícia em coletiva de imprensa.

    Um dos oficiais foi atingido por um tiro no rosto e o outro no ombro quando a polícia tentava dispersar um protesto diante de uma delegacia da cidade, informou Jon Belmar. Belmar afirmou que os policiais, de 32 e 41 anos, estavam conscientes, mas em estado grave.

     

  8. Avenida Paulista: tragédia anunciada para HOJE

    O Eduardo Guimarães já havia alertado para a estupidez da PM Paulista ceder à pressão e autorizar a manifestação dos Revoltados Online no dia de HOJE, na mesma hora e local das manifestações da CUT – http://goo.gl/NffacP

    Renato Rovai, jornalista próximo ao PT paulista, confirma a barbaridade.

    A intenção é clara: tumulto, violência e sangue.

    Os caras, simplesmente, perderam o medo de agir às claras. E querem um cadáver.

    http://goo.gl/5tf6mC

    Se ocorrer hoje uma tragédia na Paulista, o responsável se chama Marcello Reis

    Blog do Rovai by Renato Rovai 9:20 am

    O líder de uma das páginas mais imbecis do Facebook se chama Marcello Reis. É um tipo achacador que se aproveita da ignorância e estupidez de parte dos seus seguidores para vender kit impeachment e adesivos de Fora Dilma. Aprendeu direitinho a lição de tipos como Malafaia e Feliciano. É um horror ter que lidar com essa gente, mas eles são parte da sociedade e têm de ter seus espaços democraticamente garantidos.

    Mas há limites e eles precisam ser levados em consideração pelas autoridades antes que o Brasil viva nas ruas uma tragédia sem precedentes na sua história recente.

    Este sujeito colocou ontem um vídeo no Facebook dizendo que vai estacionar um caminhão, hoje, às 15h, na frente do prédio da Petrobras, tocando a música do impeachment. E que está esperando seus seguidores lá a partir das 16h. Você pode conferir o vídeo aí embaixo.

    Os movimentos sociais têm um ato marcado para este mesmo local há quase um mês. E será inevitável o encontro dos grupos.

    O provocador diz que terá o apoio da Polícia Militar para fazer sua ação. Se isso for verdade e algo acontecer, o governador Alckmin terá de responder pela insanidade.

    Se o mesmo governador e sua Secretaria de Segurança Pública solicitaram a antecipação do horário do jogo do Palmeiras no domingo, como vão autorizar que sejam convocados dois atos com conteúdo distinto para o mesmo local exatamente num momento tão delicado da disputa política do país?

    Será que se o MST e a CUT decidissem fazer uma marcha na Paulista no domingo a Secretaria de Segurança Pública iria autorizar?

    Há gente na defesa do impeachment em busca de um cadáver. E o líder dos Revoltados On Line, ao que tudo indica, é um deles.

    Se algo não for feito para que esse maluco seja controlado e não possa estacionar seu caminhão para provocar os manifestantes que irão hoje à Paulista, o recado estará dado. O que o PSDB e os golpistas procuram criar é uma tragédia.

    E estão dando corda para que gente que não tem a menor responsabilidade social e política faça isso.

  9. FIES (ou “quem é burro pede a Deus que o mate e o diabo que o ca

    Minha avó, portuguesa das brabas, não livrava a cara diante de alguma estupidez e mandava na lata: “quem é burro pede a Deus que o mate e o diabo que o carregue”).

    Pois então. Até quando o governo vai deixar o FIES e seus dois milhões de alunos beneficiários vagando por aí, sem informações claras de como poderão prosseguir com seus estudos? As aulas já começaram, e aquilo que sempre foi um magnífico exemplo de ação positiva na Educação está se transformando numa vidraça para o governo.

    Dois milhões de aliados em potencial sendo passados de mão beijada para a oposição. E justo com os jovens tão ativos nas redes sociais. Um belo exemplo do que não deve ser feito.

    E enquanto isso a mídia deita e rola entrevistando alunos dormindo ao relento, famílias inteiras tentando acesso pela internet, e por ai vai.

    Será que é tão dificil resolver um problema que já se arrasta desde o início do ano?

  10. Mídia concentra foco na Lava

    Mídia concentra foco na Lava Jato, mas ignora empreiteiras na Castelo de Areia e no trensalão

    publicado em 12 de março de 2015 às 15:56 – Viomundo

     

     

    A delação premiada de Dalton Avancini e Eduardo Leite, respectivamente presidente e vice-presidente da Camargo Corrêa, se restringirá à Petrobras ou abrangerá contratos com outras empresas e órgãos públicos em todo o País, inclusive com sucessivos governos tucanos do Estado de São Paulo?

    por Conceição Lemes

    Em 27 de fevereiro, dois executivos da cúpula da Construtora Camargo Corrêa fecharam acordo de delação premiada com o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobras.

    São Dalton Avancini e Eduardo Hermelino Leite, respectivamente, presidente e vice-presidente da empreiteira. O criminalista Celso Vilardi, advogado de ambos,  não participou das negociações e já informou que vai renunciar à defesa desses clientes.

    Camargo Corrêa também não participou do acordo. Em nota, diz que “tomou conhecimento pela imprensa que seus executivos Dalton Avancini e Eduardo Leite firmaram acordos individuais de colaboração com o Ministério Público Federal”.

    A pergunta que não quer calar: a delação premiada de Avancini e Leite vai se restringir à corrupção na Petrobras ou abrangerá também contratos da Camargo Corrêa com outras empresas e órgãos públicos municipais, estaduais e federais em todo o País?

    Na época da ditadura, já era voz corrente que as empreiteiras “engraxavam” agentes de órgãos públicos para obter vantagens.

    O empresário tucano Ricardo Semler, em artigo publicado em novembro de 2014, salientou que sob Dilma, “nunca se roubou tão pouco”. E revelou ainda:

    Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.

     A delação premiada de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, só veio confirmar o que se supunha. Em audiência à Justiça Federal do Paraná, ele disse que:

    1) As principais empreiteiras do País distribuíam entre si os contratos, mediante pagamento de propina e desvio de dinheiro público, repassado a partidos políticos.

    2) O esquema revelado na Operação Lava Jato operava em todo o País.

    3) Ele  não era exclusividade da Petrobras; existia em outras empresas e órgãos públicos municipais, estaduais e federais.

    Em português claro: as empreiteiras denunciadas na Lava Jato estão muito mais juntas e misturadas do que mostram a mídia, a Polícia Federal (PF) e o próprio Ministério Público Federal (MPF). Inclusive a Camargo Corrêa, conectada às operações Lava Jato e Castelo de Areia e ao trensalão tucano.

    Diante disso, o Viomundo gostaria de saber:

    * O juiz  Sérgio Moro e os procuradores federais perguntarão a Dalton Avancini sobre a sua prisão decretada em 2010 pelo Ministério Público Estadual de São Paulo (MPE-SP) em função de corrupção na Sanasa?

    A Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A.) é empresa de economia mista controlada pela Prefeitura de Campinas, no interior do Estado de São Paulo. Na época, Avancini fugiu e foi considerado foragido.

    A Camargo Corrêa foi uma das empresas acusadas de integrar o cartel que fraudava licitações na área de saneamento. O próprio MPE-SP menciona contratos bilionários do grupo com a Sabesp.

    * O juiz  Sérgio Moro e os procuradores federais indagarão também a Avancini sobre o Consórcio Via Amarela, responsável pela construção da Linha 4- Amarela do Metrô de São Paulo?

    Avancini representa a Camargo Corrêa no consórcio do qual participa a Alstom, multinacional francesa envolvida no esquema que fraudou e superfaturou licitações do  Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), em conluio com agentes públicos de sucessivos tucanos no Estado de São Paulo. O chamado trensalão, ou propinoduto tucano, como ficou conhecido o esquema.

    Tal qual a Alstom a Camargo Corrêa também integra o cartel fraudador.

    Um dos contratos denunciados por superfaturamento é justamente o da Linha 4- Amarela do Metrô. Em valores atualizados, a obra foi orçada em R$ 3,3 bilhões. Na Operação Castelo de Areia, há a informação de pagamento de propina da ordem de R$ 16 milhões.

    * O juiz  Sérgio Moro e os procuradores federais questionarão Eduardo Leite sobre o consórcio formado para construir o Sistema Produtor São Lourenço, obra da Sabesp?

    O consórcio chama-se SPSL Águas — Sistema de Tratamento e Disposição S/A. Eduardo Leite representa nele a Camargo Corrêa.

    O Sistema Produtor São Lourenço consiste em construir uma represa no rio Piraí, no município de Ibiúna, para enviar 4,7 mil litros de água por segundo para cidades da Grande São Paulo por uma tubulação de 83 quilômetros de extensão. Em valores atualizados, uma obra de R$ 6,6 bilhões.

    Apenas dois consórcios participaram da licitação. O formado pelas empresas Carioca Christiani- Nielsen e Saneamento Ambiental Águas do Brasil foi desclassificado pela Sabesp.  Saiu vencedor o SPSL Águas, composto pelas empreiteiras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.

     Em reportagem publicada em CartaCapital, o jornalista Fábio Serapião denunciou:

    “Mesmo após a apresentação de recurso [pelo grupo desclassificado], a Sabesp manteve sua decisão e sagrou vencedor o consórcio SPSL, com uma proposta cuja contraprestação por parte da estatal supera em 14 milhões de reais o preço referencial estipulado no item 6 do edital. Ou seja: foi feita uma licitação que serviu para aumentar, em vez de baixar por meio da concorrência, o preço a ser desembolsado pela estatal”.

    * O juiz  Sérgio Moro e os procuradores federais interrogarão os dois delatores sobre as descobertas da PF na Operação Castelo de Areia?

    A  Castelo de Areia  foi desencadeada pela Polícia Federal  (PF)e focou na Camargo Corrêa. Ela investigou um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e repasses ilícitos para políticos envolvendo executivos da empreiteira, entre 2009 e 2011.

    Em 2011, foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), sob a alegação de que partiu de denúncia anônima. A  Procuradoria-Geral da  República (PGR) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF).

    Em fevereiro deste ano, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, confirmou a decisão do STJ.

    Daí, outra pergunta que não quer calar: será que, agora, com a delação premiada, os dois executivos da Camargo Corrêa finalmente esclarecerão as provas obtidas pela PF na Castelo de Areia?

    DOCUMENTOS DA CASTELO DE AREIA CITAM CONSELHEIROS DO TCE, JORNALISTA DE VEJA E MATARAZZO

    A Castelo de Areia, repetimos, concentrou-se na Camargo Corrêa. Um dos relatórios da PF sobre essa operação (na íntegra, ao final desta reportagem) tem 284 página e  refere-se a informações contidas em  pen-drives e documentos físicos apreendidos.

    Um deles é o manuscrito abaixo, de 31/01/2008, que indica a base de cálculo de valores referentes à sigla PMN, que é como, na Camargo Corrêa, se convencionou chamar a Linha 4-Amarela do Metrô de São Paulo.

    De acordo com as anotações do documento, a Camargo Corrêa teria recebido até dezembro de 2007 R$ 21.314.104,00 referentes aos lotes 4 e 5 da Linha Amarela. Desse montante, foi calculado 1% –  R$ 213.140,00 –, que se seria o “por fora” para a pessoa indicada pela sigla “F.B.” ainda não identificada.

     

    Fonte: Relatório da PF, página 47

    O documento abaixo concerne à  obra identificada como PSM, que significa Anel Viário – Metrô de São Paulo.

    Ele tem duas partes. Na superior, manuscrito em azul, está o valor de R$ 125 mil, que seria a “contrapartida” pela autorização de “acerto de aditivo” da obra. Estaria relacionado à sigla “E.B.”, que a PF identificou como sendo Eduardo Bittencourt Carvalho.

    O relatório da PF diz:

    Considerando-se algumas citações em outros documentos relacionados mais a frente, há indícios de que tais citações dizem respeito a EDUARDO BITTENCOURT CARVALHO, ex-presidente e atual conselheiro do TCE-SP, uma vez que este seria um dos responsáveis pela liberação de pagamento de aditivos das obras no âmbito estadual.

    Na parte inferior do documento, surge a menção ao termo CLEIMS – METRO L4. Na verdade, segundo o relatório da PF, o correto seria CLAIMS — o termo utilizado para designar os aditivos aos contratos de prestação de serviços executados pelas empreiteiras.

    Ainda com relação a esta anotação há a indicação de compromisso de valores da ordem de R$ 5 milhões referentes a três parcelas devidas nos meses de janeiro a março de 2008.

     

    Fonte: Relatório da PF, página 48

    O documento seguinte relaciona valores datados de 01.04.2008.

    Na parte superior do manuscrito, o valor de R$ 55.900,00 refere-se à propina paga por acordo judicial com a Prefeitura de Jundiaí. Está registrado como Custos Diversos (Polt), que poderia indicar a expressão Políticos. Diz a respeito a 10% do valor total  — R$ 559.000 — recebido pela Camargo Corrêa naquela data. Não há indicação de possível beneficiário.

    Na sequência, há citação de R$ 192.000 referentes ao “acerto” do contrato para execução de obras da Linha 4-Amarela (PMN) do Metrô de São Paulo.

    Dos R$ 192.000, R$ 126.000 seriam para o (a) CMr. Para OG4 iriam R$ 66.000.

    O relatório da PF diz:

    Estas siglas ainda não estão identificadas. Contudo, ao lado dos valores surge o nome de Robson Marinho, possivelmente referindo-se ao auditor do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP).

    Robson Marinho é conselheiro do TCE-SP e foi denunciado em vários casos de corrupção, entre eles o da Alstom.

    Atualmente, por decisão da Justiça de São Paulo, o conselheiro está afastado do cargo.  Chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB), entre 1995 e 1997, Marinho é acusado pelo Ministério Público de receber propina da multinacional francesa Alstom para favorecê-la em um contrato com a Eletropaulo quando esta empresa ainda pertencia ao governo do estado.

    O relatório da PF acrescenta:

    Em outra pesquisa chegamos à informação de que o Metrô criou um Grupo de Trabalho para avaliar as propostas do Consórcio Via amarela, o chamado GT, que foi criado em 10/01/2005, pelo então presidente do metrô, Luiz Carlos Frayze David. Esse grupo foi criado em 10 de janeiro de 2005 e tendo como Coordenador Marco Antonio Buoncompagno – GC 4 –, o que poderia indicar ser ele o beneficiário indicado pela sigla OG4.

     

    Fonte: Relatório da PF, página 29

    O documento abaixo mostra quatro valores. Nos três primeiros, não há indicação de beneficiário.

    Segundo o relatório da PF, o primeiro — R$ 146.443 – diz respeito à sigla ACOO (Aeroporto de Congonhas). Representa aproximadamente 5,5% do que a Camargo Corrêa recebeu pela obra de setembro a novembro de 2005.

    O segundo — R$ 63.839 – relaciona-se à sigla AV (Aeroporto de Vitória). Representa aproximadamente 5,5% do que a Camargo Corrêa recebeu por essa obra em outubro de 2005.

    O terceiro — R$ 234.912 – refere-se à obra CBM (DER – Bauru – Marília). Representa aproximadamente 5,5% dos recebimentos da Camargo Corrêa pela obra nos meses de novembro e dezembro de 2005..

    O único valor – R$ 50.000 — com indicação de beneficiário é o quarto. Aparece relacionado à sigla genérica NNN, não sendo atrelado a uma obra específica.

    O relatório da PF expõe:

    Há menção de que este valor estaria direcionado à Revista “A”, mais precisamente ao jornalista REINALDO AZEVEDO, atualmente articulista da Revista VEJA.

    Depois, acrescenta:

    Outros nomes que surgem no manuscrito são de ANDREA MATARAZZO, que provavelmente seria o então secretário de coordenação das subprefeituras da Prefeitura de São Paulo, além do prenome “CARLOS”, o qual ainda não foi possível identificar.

     

    Fonte: Relatório da PF, página 129

    Diante desses indícios, os documentos obtidos na Castelo de Areia não mereceriam ser melhor investigados? O que mostramos é apenas a mínima parte de um dos relatórios da PF sobre a operação.

    CAMARGO CORRÊA: A CONEXÃO LAVA JATO-CASTELO DE AREIA- PROPINODUTO TUCANO

    Na verdade, as digitais da Camargo Corrêa estão nos três escândalos mencionados no intertítulo acima.

    Por exemplo, ela e a Andrade  Gutierrez (outra empreiteira denunciada na Lava Jato e no trensalão) têm um contrato de R$ 1,2 bilhão para execução de um dos lotes da Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo, onde houve ação do cartel e superfaturamento de mais de R$ 300 milhões.

    Não é o único. Os contratos do governo paulista com a Camargo Corrêa somam quase R$ 11 bilhões. Entre as obras, figuram o desassoreamento da calha do rio Tietê e  o Rodoanel Sul, onde o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou superfaturamento.

    Estima-se que, de 1996 a 2010, a Camargo Corrêa teria pago cerca de R$ 200 milhões em propina para agentes públicos de sucessivos governos tucanos em São Paulo. O cálculo baseia-se no valor dos contratos da empreiteira  com o governo paulista e o percentual de propina  – 3% a 6% — pago a agentes públicos. Já em todo o país o esquema teria movimentado mais de R$ 500 milhões.

      – Além da Camargo Corrêa, outras empreiteiras denunciadas na Lava Jato  também estão no trensalão tucano? – alguns leitores devem estar já perguntando.

    A resposta é sim. Iesa, OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, por exemplo, estão tanto no trensalão quanto na Lava Jato.

    Aliás, a divulgação da Lista da Lava Jato comprovou o que já havíamos denunciado: os vazamentos seletivos na mídia, que funciona como partido político de oposição ao governo federal.

    Do contrário, como explicar o nome do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ter sido escondido durante toda a campanha eleitoral e só aparecido quando se soube oficialmente na semana passada que ele não seria investigado pelo STF, apesar de mencionado pelo doleiro Alberto Youssef na Lista de Furnas?

    Curiosamente, em 6 de março,  O Globo publicou que Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa, iria detalhar na sua delação premiada como funcionava o esquema de propina na Usina de Belo Monte. E que isso teria sido fundamental para os procuradores federais aceitarem fazer acordo com o executivo.

    Belo Monte é do setor elétrico, não tem nada a ver com a Petrobras.

    Curiosamente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao justificar a não abertura de inquérito de Aécio Neves no STF disse que a Lista de Furnas não se referia à Petrobras.

    Por que a não conexão de Furnas com a Petrobras serviu para Janot tirar Aécio da lista oficial da Lava Jato e agora o MPF vai investir sobre o Belo Monte?

    Youssef é um velho “conhecido” da Justiça, pois atuou fortemente no caso Banestado.

    As referências do doleiro a Aécio Neves na Bauruense e na Lista de Furnas (aqui e aqui) indicam que esses esquemas se comunicavam no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Só para lembrar: empresas do grupo Alstom (denunciada no trensalão) em consórcio com a Bauruense (envolvida na Lista de Furnas e ouras improbidades) prestaram serviços ao governo paulista.

    Será que se pode ser parcial na apuração dos malfeitos? Afinal, delações parciais acabam protegendo e mantendo esquemas em outros lugares que há muito já deveriam ter sido estancados.

    Por que não se investigar todo o cartel de empreiteiras, que age no Brasil inteiro de modo a viciar licitações de órgãos públicos federais, estaduais e municipais?

    Tampouco esquemas fraudulentos são exclusividade de empreiteiras. As contas bancárias de personagens do trensalão tucano no Credit Suisse e provavelmente no HSBC suíço (Leia  PS do Viomundo)  poderão mostrar que esses esquemas usavam os mesmos dutos para pagar propinas. Por isso, tem de se investigar todos os contratos dos governos estaduais com o clube de empreiteiras, assim como atacar todos os esquemas.

    É o único jeito de se superar práticas cristalizadas. Também de impedir que escândalos envolvendo tucanos e demos continuem a ser colocados embaixo do tapete, graças à blindagem da mídia bandida e à colaboração de alguns membros do Judiciário.

       Operação Castelo de Areia — Relatório da Polícia Federal.pdf by Conceição Lemes

    PS do Viomundo:  Já havia sido divulgado que 11 integrantes da família Queiroz Galvão (donos de empreiteiras citadas na Lava Jato) tinham contas no HSBC da Suíça.

    Hoje, 12 de março, O Globo revela que dois engenheiros envolvidos no trensalão tucano também abriram contas no HSBC da Suíça. Paulo Celso Mano Moreira da Silva, hoje com 70 anos, foi diretor de operações do Metrô, e Ademir Venâncio de Araújo, de 62 anos, diretor administrativo do Metrô e diretor de obras da CPTM. Atualmente são acusados de improbidade administrativa pelo MPE-SP.

    Em 10 de abril de 1997 Silva e Araújo assinaram contrato para que a Alstom fornecesse, sem licitação, um sistema de sinalização e controle da linha Norte-Sul (Vermelha) do Metrô de São Paulo. Eles recorreram a um termo aditivo sobre um contrato firmado oito anos antes entre o Metrô e Alstom.

    Silva aparece como proprietário da conta numerada 22544FM, aberta em 12 de outubro de 1994. Em 2007, ele tinha US$ 3 milhões. Sua mulher, Vera Lúcia Perez Mano Moreira da Silva, que já morreu, constava como co-titular.

    Araújo consta, por sua vez, como “diretor técnico do metrô de São Paulo” e dono de três contas numeradas: uma aberta em nome da Jemka Investments Limited, outra em nome da Mondavi Holding Trading Ltd. e uma terceira com o número 29233SC. Segundo as planilhas do HSBC, somando as três, Araújo dispunha de US$ 6,9 milhões em 2007.

     

  11. A Formula Dos Primos, de novo… parte 2

    A primeira parte esta aqui:

    https://jornalggn.com.br/noticia/fora-de-pauta-534#comment-603159

     

    A intencao desses itens eh convencer o leitor a respeito da existencia da formula analitica dos numeros primos, e nao a fazer eu mesmo -eu nem tenho computador direito.  Se eu tiver sucesso, subitamente mil pessoas vao berrar em toda esquina:  “achei a formula dos numeros primos”.  Achou…  uma pinoia.  O ovo de Colombo eh meu e tava com pozinho branquinho e suspeito em cima -hei, eu jogo sujo tambem!

    O que voce precisa pra achar a gravidade mesmo?  3 arquiteturas.  Essa afirmacao nao eh perto de suficiente, pois estao faltando dois pontos criticos.  O primeiro eh que a multiplicacao de todos os integros eh igual aa raiz quadrada de menos 1.  Esse trabalho esta desenvolvido aqui:

    https://jornalggn.com.br/comment/258772#comment-258772

    Eh suficiente?  Nao.  A coisa mais critica pra se entender a respeito da multiplicacao de todos os integros nao eh exatamente essa -e eu nem lido com numeros complexos de qualquer maneira.

    A coisa mais critica pra se entender a gravidade eh que a multiplicacao de todos os integros eh igual a varias coisas:

    …  infinidade

    …  a raiz quadrada de menos 1

    …  NAO, repito, NAO eh um numero -ja que infinidade nao eh numero e nunca foi

    …  o ponto mais critico de todos:  a multiplicacao de todos os integros eh igual a um passo em direcao ao centro, para traz, em espaco logaritmico, e simultaneamente a uma troca de direcao em 90 graus.

    Agora, supondo que eu inventei uma maquina que “produz” gravidade (coff coff), e que ela tem 3 arquiteturas diferentes, duas das quais nao foram construidas nela e sao diretamente derivadas do movimento circular, entao eh evidente que ambos sao fenomenos emergentes que dependem de movimento.

    Mas eu nem mencionei o codigo SE ainda e ele nao tem a ver com nada, aparentemente.  Mas tem tudo a ver.

    Isso prova que todos os numeros complexos definitivamente podem ser reduzidos-se colapsam informacionalmente eh meu termo tecnico- em um movimento e uma mudanca de momentum simultaneos.

    Vamos aos “tubos” lunaticos entao -sao torus de qualquer maneira, e nao “tubos”.

    A resolucao dos tubos lunaticos eh diretamente derivada do numero de imans -ja expliquei a maquina antes, nao vou voltar ao assunto, mesmo porque hoje e agora nao existe nenhum supercomputador no mundo que poderia calcular o que essa maquina faz, entao…  eu tou por cima.

    Ja que existe uma infinidade de resolucoes desses tubos, qual eh a resolucao maxima dos tubos entao?  Considerando que voce tem um “numero” infinito de imans pra rodar ao lado de outro “numero” infinito de imans, qual seria a resolucao total do tubo lunatico mesmo?

     

    (Continua na parte 3.)

  12. Extra! Extra! A alma não têm sede! (Em Inglês)

    Network theory sheds new light on origins of consciousness

    by  | Posted on Monday, Mar. 9, 2015 — 1:00 PM

    Illustration of brain showing connection that appear during awareness.

    The black dots correspond to the 264 areas of the cerebral cortex that the researchers probed, and the lines correspond to the increased strength of the functional connections between each of these brain areas when subjects consciously perceive the target. The “hotter” colors are associated with stronger connections. This figure illustrates that awareness of the target corresponds to widespread increase in the strength of functional connections (Marois / Godwin).

    Where in your brain do you exist? Is your awareness of the world around you and of yourself as an individual the result of specific, focused changes in your brain, or does that awareness come from a broad network of neural activity? How does your brain produce awareness?

    Vanderbilt University researchers took a significant step toward answering these longstanding questions with a recent brain imaging study, in which they discovered global changes in how brain areas communicate with one another during awareness. Their findings, which were published March 9 in the Proceedings of the National Academy of Sciences, challenge previous theories that hypothesized much more restricted changes were responsible for producing awareness.

    Rene Marois standing outdoors

    Rene Marois (John Russell / Vanderbilt)

    “Identifying the fingerprints of consciousness in humans would be a significant advancement for basic and medical research, let alone its philosophical implications on the underpinnings of the human experience,” said René Marois, professor and chair of psychology at Vanderbilt University and senior author of the study. “Many of the cognitive deficits observed in various neurological diseases may ultimately stem from changes in how information is communicated throughout the brain.”

    Using graph theory, a branch of mathematics concerned with explaining the interactive links between members of a complex network, such as social networks or flight routes, the researchers aimed to characterize how connections between the various parts of the brain were related to awareness.

    “With graph theory, one can ask questions about how efficiently the transportation networks in the United States and Europe are connected via transportation hubs like LaGuardia Airport in New York,” Douglass Godwin, graduate student and lead author on the research, said. “We can ask those same questions about brain networks and hubs of neural communication.”

    Modern theories of the neural basis of consciousness fall generally into two camps: focal and global. Focal theories contend there are specific areas of the brain that are critical for generating consciousness, while global theories argue consciousness arises from large-scale brain changes in activity. This study applied graph theory analysis to adjudicate between these theories.

    The researchers recruited 24 members of the university community to participate in a functional magnetic resonance imaging (fMRI) experiment. While in the fMRI scanner, participants were asked to detect a disk that was briefly flashed on a screen. In each trial, participants responded whether they were able to detect the target disk and how much confidence they had in their answer. Experimenters then compared the results of the high-confidence trials during which the target was detected to the trials when it was missed by participants. These were treated as “aware” and “unaware” trials, respectively.

    Comparison of aware and unaware trials using conventional fMRI analyses that assess the amplitude of brain activity showed a pattern of results typical of similar studies, with only a few areas of the brain showing more activity during detection of the target than when participants missed seeing it. The present study, however, was interested not simply in what regions might be more activated with awareness, but how they communicate with one another.

    Unlike the focal results seen using more conventional analysis methods, the results via this network approach pointed toward a different conclusion. No one area or network of areas of the brain stood out as particularly more connected during awareness of the target; the whole brain appeared to become functionally more connected following reports of awareness.

    Consciousness appears to break down the modularity of these networks“We know there are numerous brain networks that control distinct cognitive functions such as attention, language and control, with each node of a network densely interconnected with other nodes of the same network, but not with other networks,” Marois said. “Consciousness appears to break down the modularity of these networks, as we observed a broad increase in functional connectivity between these networks with awareness.”

    The research suggests that consciousness is likely a product of this widespread communication, and that we can only report things that we have seen once they are being represented in the brain in this manner. Thus, no one part of the brain is truly the “seat of the soul,” as René Descartes once wrote in a hypothesis about the pineal gland, but rather, consciousness appears to be an emergent property of how information that needs to be acted upon gets propagated throughout the brain.

    “We take for granted how unified our experience of the world is. We don’t experience separate visual and auditory worlds, it’s all integrated into a single conscious experience,” Godwin said. “This widespread cross-network communication makes sense as a mechanism by which consciousness gets integrated into that singular world.”

    Robert Barry, a research fellow in radiology and radiological sciences, was a co-author on the research. The research was funded by the National Institutes of Health (NIH) P30-EY008126 grant to the Vanderbilt Vision Research Center and NIH grant 5R01EB000461.

    1. Consciência
      The universe is created by a consciousness which manifests in physical reality through a blueprint that we call Sacred Geometry which repeats over and over giving the illusion of linear time.
      – Thothimage not displayed

       

  13. *

    Polícia dos EUA esconde em relatório oficial metade dos casos de morte de civis no país

    Opera Mundi

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/39791/policia+dos+eua+esconde+em+relatorio+oficial+metade+dos+casos+de+morte+de+civis+no+pais.shtml

    Novo estudo feito pelo governo norte-americano indica que documento oficial do FBI contava, em média, apenas 383 dos 928 casos anuais de homicídios policiais]

    Um relatório do governo dos EUA apontou que o total de homicídios praticados pela polícia norte-americana é duas vezes maior do que o número de casos que são oficialmente relatados pelas forças de segurança ao governo. Isto é, em média dos 928 casos anuais de mortes civis por mãos policiais, apenas 383 eram reportados ao governo.

    Em média, a cada ano na última década, as instituições policiais municipais e estaduais deixaram de reportar 545 casos de morte.

    Até a publicação deste estudo, produzido pelo Departamento de Estatísticas da Justiça dos EUA, a ferramenta usada para monitorar a violência policial no país era o levantamento feito pelo FBI, que, ano após ano, publicava informes contabilizando o total de “homicídios justificáveis pelas forças de segurança”.

    Clique aqui e leia o relatório (em inglês).

    A título de comparação com a situação brasileira, em 2012, por exemplo, o registro oficial dá conta de que 1.890 pessoas foram mortas pelas mãos da polícia no Brasil. Apenas em São Paulo, a PM paulista matou em média 540 pessoas por ano, entre 1995 e 2014.

    Terrorismo

    O estudo também analisa as mortes de norte-americanos vítimas de atentados terroristas. A média nos últimos anos é de 16 pessoas mortas nessas circunstâncias. Em comparação com os números de violência policial, a chance de ser assassinado pela polícia é 55 vezes maior do que por um ataque terrorista nos EUA.

    Após investigação do caso de Michael Brown, jovem negro desarmado morto por um policial em Ferguson em agosto passado, a Justiça dos Estados Unidos concluiu na semana passada que o racismo faz parte da rotina da polícia local, principalmente, contra a comunidade negra.

    De acordo com o relatório do órgão federal, a polícia de Ferguson violava regularmente os direitos constitucionais dos cidadãos e participou de uma “rotina” de discriminação contra a população negra na cidade. Além disso, o documento ressalta que, entre 2012 e 2014, enquanto os negros respondiam por 67% da população, 85% dos automóveis parados pela polícia eram conduzidos por negros e 90% das pessoas convocadas ao tribunal eram negras, bem como 93% dos detidos, apontou a AFP. Em 88% dos casos de uso da força policial, os suspeitos eram afro-americanos, diz o relatório.

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