MPF denuncia servidores do Carf que aceitaram propina para anular dívida de R$ 161 milhões

Onze pessoas são acusadas de participação em esquema de corrupção para cancelar dívidas fiscais de R$ 161 milhões de uma operadora de viagens

Fachada do Carf
Crédito: Ministério da Fazenda

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, na última quarta-feira (26), 11 pessoas acusadas de participação em esquema de corrupção para cancelar dívidas fiscais de R$ 161 milhões de uma grande operadora de viagens.

Entre os denunciados estão dois ex-membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), vinculado ao Ministério da Fazenda.

O esquema contava ainda com a condução de dois empresários e um advogado. Os três receberam mais de R$ 37 milhões da operadora de viagens para simular contratos de prestação de serviços.

O auditor da Receita Federal, que revelou aos criminosos a existência do procedimento fiscal contra a operadora de viagens também vai prestar contas à Justiça.

Propinas

Entre os repasses, os responsáveis pelo esquema desembolsaram mais de R$ 6 milhões após o julgamento da Delegacia da Receita Federal. Na ocasião, a dívida foi reduzida em 32% do valor original. Agora, um auditor-fiscal responderá por violação de sigilo funcional e associação criminosa.

De acordo com as informações do MPF, os ex-conselheiros da Carf receberam R$ 5 milhões em dinheiro vivo “para votar a favor das teses defendidas pela empresa e reconhecer a tempestividade de um recurso fora do prazo” e foram denunciados por denunciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

As denúncias fazem parte da terceira fase da Operação Descarte, que já recuperou mais de R$ 320 milhões por meio de acordos de colaboração premiada, não persecução penal e leniência nos últimos cinco anos. Mais de 90 pessoas já foram denunciadas.

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Camila Bezerra

Jornalista

2 Comentários

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  1. Acredito que se continuar a puxar o fio da meada, muita$ e muita$ outras negociações suspeitas podem surgir. Por prevenção, para não se deixar escapar nada, deveriam fazer uma devassa nos vários acordos anteriores e principalmente nos acordos cujos nomes dos dois ex-membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) + os nomes dos dois empresários + do advogado estejam envolvidos. Também não se deve descartar a necessidade urgente de uma super auditoria e investigação, que possam encontrar outros nomes e outras tenebrosas transações ainda não reveladas.
    Que vergonha para o Brasil, autoridades oficiais e privadas se vendendo para o crime, para Mamon, para a repugnância e para traição tripla: traição ao país, traição ao povo brasileiro e a traição aos princípios institucionais.

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