O poder econômico e a sociedade manipulada, por Afrânio Silva Jardim

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Por Afrânio Silva Jardim, via Facebook

O PODER ECONÔMICO E A SOCIEDADE MANIPULADA

Só há democracia real com pluralismos, em todas as áreas de nossa sociedade. Sem pluralismo na mídia, dela estamos todos “reféns”.

Gerações inteiras estão sendo “manipuladas” pelo poder econômico. Estou me referindo à democracia política, pois democracia econômica e social têm outros pressupostos.

O poder econômico, retratado pelos grandes meios de comunicação de massa, influencia na formação da opinião pública e, indiretamente, acaba por acuar ou constranger grande parte do nosso Poder Judiciário. Por outro lado, os interesses do grande capital já estão inseridos nos Poderes Executivos e Legislativos, através do financiamento das campanhas eleitorais.

Entendemos que o nosso “cenário social” é bastante sombrio, pois estamos “cercados por todos os lados”. Caímos em uma perversa cilada e estamos “dominados” pelos grandes interesses econômicos nacionais e estrangeiros, que agora se utilizam da tecnologia para nos “alienar” ainda mais, mormente alienar as crianças e os adolescentes, que são “presas” fáceis dos “games” e filmes meramente comerciais.

Lamentavelmente, hoje é comum ver “robôs ou zumbis” caminhando pelas ruas e shoppings, “vidrados” nos seus celulares, que sempre trazem expostos em suas mãos, alimentando esse seu novo vício e realimentando suas perniciosas ansiedades.

Agora, mais do que nunca, com ajuda da grande imprensa, o poder econômico modela e formata a nossa sociedade, determinando nossos hábitos e comportamentos, nos impondo o que vamos ver, ouvir, gostar e consumir compulsivamente.

Produzir e consumir, eis o nosso “modelo de felicidade” …

Não demorará muito tempo para nos tornarmos uma sociedade de “marionetes”, de seres “idiotizados”.

O pior de tudo é que não vemos saída para este tenebroso futuro, senão através de uma drástica ruptura com este destrutivo modelo de sociedade, através de uma drástica ruptura com esta estrutura econômica e política hegemônicas, de forma que possamos ter, efetivamente, uma nova cultura e um novo homem, culto e crítico, inserido em uma sociedade generosa, democrática e fraterna.

Afranio Silva Jardim, professor associado de Direito da Uerj. Mestre e Livre-Docente em Direito Processual (Uerj).

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Redação

7 Comentários

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  1. “O pior de tudo é que não

    “O pior de tudo é que não vemos saída para este tenebroso futuro, senão através de uma drástica ruptura com este destrutivo modelo de sociedade, através de uma drástica ruptura com esta estrutura econômica e política hegemônicas, de forma que possamos ter, efetivamente, uma nova cultura e um novo homem, culto e crítico, inserido em uma sociedade generosa, democrática e fraterna”.

     

  2. Belo artigo!

    Prezado professor: parabéns pelo lúcido artigo. Só discordaria da cronologia, pois acho que já temos uma sociedade de marionetes. Não pela idiotização, mas pela “videotização”, inclusas aqui as telas digitais dos dispositivos de comunicação tão almejados pela maioria populacional, que entregam-se docilmente à escravização por achar que isto é o caminho da “modernidade”. Tal condição é facilmente antevista ao sabermos ser a maior rede nacional de comunicação de massas um veículo de propaganda da sociedade estadunidense, vendendo alegremente um modelo social que já está dominado há algum tempo pelos embrutecedores mecanismos que o senhor citou. Tornamo-nos lentamente uma cópia social deste modelo de predomínio da substituição da cultura pelo entretenimento rasteiro, ou pela substituição da reflexão pelo circo, se preferir. Claro, a similaridade para por aqui, pois não estamos nem perto (e certamente não nos seria permitido estar) do bem estar social que esta sociedade oferece aos seus, enquanto anula tal direito aos outros.

    Minha maior tristeza nem é ver o pouco letrado brasileiro copiar desbragadamente um modelo sem questionar o quão isto lhe é válido, pois temos muitos anos de destruição imposta da capacidade crítica em nossa jovem história. Triste mesmo é ver os adolescentes alemães e franceses aderindo ao mesmo modelo “pop”, a exemplo dos neocolonizados japoneses. Ainda detentores de formação cultural a milhas de distância da nossa, ainda assim vão sendo seduzidos pelo poder da pujança material. Em poucos anos, não haverá mais resistência a esta voz unívoca, por adesão total das sociedades mais estruturadas. Se isto já é real por lá, como pensar em contraposição a tamanha força por aqui?

    Abdicamos de construir um projeto de Nação essencialmente fundamentada naquilo que nos torna originais no mundo, para seguirmos como membros do rebanho chomskyano. Posso imaginar o tamanho da tristeza de Darcy Ribeiro, vivo estivesse…

  3. “Não demorará muito tempo

    “Não demorará muito tempo para nos tornarmos uma sociedade de “marionetes”, de seres “idiotizados”.”

    Pelas tristes cenas que presenciamos nestas passeatas dos golpistas, acho que jáś estamos lá.

  4. Fiquei com a impressão de que

    Fiquei com a impressão de que a tal ruptura drástica seria em relação aos aparelhos e não ao uso dos aparelhos. Se assim for, não sei se uma drástica ruptura adiantaria muito, além de ser algo de difícil consecução. Às vezes o que se reprime em vez de acabar tende a voltar mais forte depois. Sempre dá para a gente denunciar – disso não me canso – mas essa o pessoal vai ter que aprender a se safar, a deixar de ser bobo sozinho.

  5. mídia quer todos iguais…

    idiotas restritos ao conhecido, como se saídos de uma linha de produção

    até as voltas que a vida dá deixaram de existir para esses idiotas

    maioria apenas se mostra, não luta ou não se esforça para melhorar, porque na verdade deixaram de vivenciar a maioria das situações das quais participam. Repetem-se uns aos outros e acham que isso é viver feliz

    melhor remédio: uma semana sem mídia

  6. E você ainda paga….

    A gente paga caro mensalmente para receber um novo spam ou vírus a cada momento, uma voz eletrônica do outro lado do telefone (fixo ou celular) vendendo algo que você não quer, ou um filme mil vezes repetido na TV a cabo, ou um pacotão de comerciais a toda hora. Sem considerar a “qualidade” e “imparcialidade” dos noticiários dos cinco grupos de mídia. Estou pensando seriamente em cortar todos esses planos….

  7. O poder econômico

    Ciro na entrevista ao Nassif fala e é fato o poder econômico é uma variável que não pode ser descartada. Mas não é possível continuar nesse molde e isso não resume a Brasil isso é no mundo. O mundo tem vários caminhos se reorganizar em uma nova estrutura economica mais lúcida(chance baixa), ter um problema climático grave que force o sistema econômico a mudar(chance média), O poder econômico desequilibrar a balança para preservar o maior tempo possível os beneficios de pequena parcela mundial e sacrificar os de baixo(chance alta).

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