Petrônio e a nova comédia brasileira

Petrônio (em Latin: Petrônius) dispensa apresentações https://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B4nio. Crítico mordaz das mazelas romanas, ele legou à posteridade uma das obras que mais aprecio. O Satíricon já foi adaptado para o cinema https://www.youtube.com/watch?v=QnaBx5mM2yQ .

Meu interesse pela obra de Petrônio retornou em razão da comédia em que se transformou a realidade brasileira. Há alguns dias foi consumado um golpe de estado. Dilma Rousseff, mulher honesta e que não tem dinheiro sujo no exterior, foi deposta porque deu “pedaladas fiscais”. O relator do Impedimento no Senado elevou a hipocrisia a fundamento jurídico, pois considerou ilegais atos que ele mesmo praticou quando era governador.

Em nome da moralidade, os bandidos chegaram ao poder para garantir o fim das investigações e garantir sua impunidade. O primeiro ato do novo governo foi extinguir a CGU, órgão que fiscalizava a gestão orçamentária e fornecia provas para processos contra políticos corruptos. O STF, tribunal encarregado de ser o guardião da constituição, participou do golpe de estado. O homem transformado em Comandante em Chefe das Forças Armadas é espião da Embaixada dos EUA.

No centro da disputa entre o governo deposto pelo golpe e o que chegou ao poder pelo Impedimento (o mesmo fato é visto de duas maneiras distintas) está o pré-sal. Dilma Rousseff defende a exploração deste recurso de maneira racional, na forma da Lei em vigor e em benefício da educação. Michel Temer e José Serra estão determinados a entregar nosso petróleo à sanha exploratória das petrolíferas norte-americanas.

Esta mudança de orientação em relação ao petróleo (há algum tempo o próprio José Serra dizia que o pré-sal não tinha qualquer valor real) ainda depende de modificação na legislação. Os 300 ladrões na Câmara dos Deputados certamente ajudarão o novo governo que levaram ao poder. Em troca, os principais líderes do PMDB e do PSDB certamente receberão presentes valiosos gentilmente entregues pelos seus “amigos norte-americanos”. Ninguém poderá dizer que Temer e Serra são corruptos, pois a corrupção foi oficialmente banida (o fenômeno só existia quando o PT estava no governo).

A imprensa brasileira, que raramente se importa muito com a corrupção de Michel Temer, José Serra e outros protagonistas do golpe, rejeita o uso da palavra golpe.  quer porque participou do mesmo, quer porque deseja voltar a extorquir verbas de publicidade dos órgãos governamentais e empresas estatais. O abismo entre a realidade descrita pela imprensa internacional e a artificialmente construída pela imprensa brasileira, cindiu em dois o nacionalismo brasileiro.

Os nacionalistas que defendem o governo que pretende entregar o petróleo aos norte-americanos se apóiam numa realidade que só existe porque foi fabricada pelos jornalistas brasileiros. Os nacionalistas que reeditam a campanha O PETRÓLEO É NOSSO são obrigados a recorrer à imprensa internacional.

Bestificado, o povo brasileiro passa ao largo das manifestações. Antes do golpe coxinhas e petistas disputavam as ruas e ganhavam quase o mesmo espaço nos jornais, revistas e telejornais. Agora somente os petistas vão às ruas, mas as manifestações não são consideradas fenômenos dignos de ser noticiados. Quando se referem às manifestações contra Michel Temer, a imprensa brasileira enfatiza a legitimidade do novo governo e a natureza anti-democrática dos manifestantes. Apenas a imprensa internacional se interessa das novas manifestações, não sem criticar de maneira aberta o partidarismo anti-jornalístico das empresas de comunicação brasileiras.

Durante o governo Dilma Rousseff, o juiz Sérgio Moro foi elevado à condição de “Dom Sebastião Togado”.  Inflexível e interpretando a CF/88 sempre em detrimento dos réus, ele distribuía prisões temporárias ilegais e condenações extremamente severas aos suspeitos que caíam nas suas garras. Mandou prender Lula, mas um Coronel desafiou sua ordem e ele ficou quietinho. Agora que Temer chegou ao poder e instalou vários bandidos nos Ministérios, Sérgio Moro exige maior tolerância com a corrupção sistêmica.

O sucesso do golpe dissolveu a máscara do herói da moralidade. Sérgio Moro foi treinado e premiado nos EUA, país ao qual Michel Temer serve como espião. Em razão do dono de ambos ter conseguido o que desejava (remover um governo legítimo moderadamente nacionalista) a corrupção deixou de ser um problema. Futuramente Moro dirá que o fenômeno pode até ser benéfico ao país.

A Argentina se encarregou de colocar cerejas podres no bolo fecal que se transformou a realidade brasileira. Maurício Macri autorizou a construção de duas bases militares norte-americanas no seu país. Esta medida é claramente hostil ao Brasil, mas o comandante em Chefe das Forças Armadas não deu um pio. Michel Temer é espião da Embaixada dos EUA e não quer ofender seus patrões.

É para mim impossível deixar de usar Petrônio para ridicularizar uns e outros:

Nec turpe est quod dominus jubet – LXXV, 11. Petrônio definiu bem a relação servil entre@MichelTemer e seu dono @CIA @EmbaixadaEUA.

@CIA @EmbaixadaEUA Não há vergonha em fazer o que o mestre ordena – diz o servo@MichelTemer ao chupar o pênis do patrão norte-americano.

@CIA @EmbaixadaEUA @MichelTemer O mesmo se aplica a @joseserra_ , um escravo prostituido sempre pronto a dar ao mestre tudo o que ele quer.

@CIA @EmbaixadaEUA @MichelTemer @joseserra_ O povo brasileiro não deve dar paz ou quartel aos traidores da Pátria. Nem tumba eles merecem.

@CIA @EmbaixadaEUA @MichelTemer @joseserra_ Poor Argentina, @mauriciomacri (another slave of Petronius) also suck the dick of @USArmy .

Fábio de Oliveira Ribeiro

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