Rosangela Moro viajou constantemente ao Paraná, antes de mudança de domicílio eleitoral

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A mesma manobra foi feita pelo casal Rosangela e Sérgio Moro quando disputaram os cargos políticos em 2022. Relembre.

Foto: Agência Câmara

Rosangela Moro (União-SP) viajou pelo menos uma vez por mês a Curitiba, no Paraná, com a cota parlamentar de deputada por São Paulo e, agora, pede a mudança eleitoral, com vistas à possível vaga da cassação do marido, o ex-juiz Sergio Moro. A mesma manobra foi feita pelo casal Rosangela e Sérgio Moro quando disputaram os cargos políticos em 2022. Relembre.

Com vistas à possibilidade de ter o mandato do esposo, hoje senador, cassado em breve por abuso de poder, a deputada do União estaria apta a se candidatar às novas eleições para preencher a vaga do Senado no Paraná. Mas o seu registro eleitoral é de São Paulo.

Acusado de abuso de poder e de gerar um desequilíbrio na disputa eleitoral no Paraná no último pleito, Sergio Moro deixaria uma vaga do estado no Senado, que seria preenchida por eleições suplementares. Com as movimentações da Justiça em andamento, os partidos já estão selecionando os candidatos que disputariam a vaga.

Entre eles, o União Brasil pode apostar na esposa, deputada do partido, que fez o pedido de mudança de domicílio eleitoral. Para isso, ela precisaria comprovar ter o domicílio no estado seis meses antes das eleições do pleito.

Reportagem de Guilherme Amado, do Metrópoles, mostra que desde que foi eleita por São Paulo, a deputada chegou a gastar R$ 56 mil para voltar para Curitiba, capital do Paraná, pelo menos uma ves por mês, no último ano. As passagens foram pagas pela cota parlamentar da Câmara dos Deputados.

Nesta semana, a Justiça Eleitoral do Paraná deu 10 dias para que a deputada explique a mudança de título eleitoral, em ação ingressada pelo PT.

A manobra não é nova para o casal, relembre:

Em 2022, Rosangela já havia transferido seu domicílio eleitoral do Paraná para São Paulo. O mesmo foi tentado por Sergio Moro, mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) negou a transferência do ex-juiz, em junho daquele ano.

Eles foram acusados de fraude nas alterações, em notícia-crime ingressada à época na Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo. Os advogados revelaram que Sergio e Rosangela não tinham vínculos afetivos, sociais, econômicos ou políticos com São Paulo.

“Há fortes indícios de eventuais ilícitos eleitorais – fraude eleitoral e falsidade ideológica –, por parte dos requeridos, sendo de rigor a instauração de procedimento para a investigação”, pediam os advogados.

Enquanto negou a mudança de domicílio para Sergio Moro, o TRE-SP aprovou a candidatura de Rosangela pelo União Brasil em São Paulo. A deputada conseguiu comprovar ter vínculo com a Casa Hunter, ao prestar serviços advocatícios para a empresa de São Paulo. Ela obteve os votos dos paulistas necessários – 217 mil – para ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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