Aliados do governo superfaturam compra de caminhões de lixo, aponta jornal

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Compra e distribuição de veículos está nas mãos do Congresso e do governo federal; montante inflacionado chega a R$ 109 milhões

MARCELLO CASAL JR / AGÊNCIA BRASIL

A coleta de lixo é um serviço fundamental para o bem-estar do cidadão, mas o Congresso e o governo federal tem usado a compra de veículos para desvio de recursos.

Levantamento elaborado pelo jornal O Estado de S.Paulo aponta que, entre 2019 e 2021, o total de caminhões de lixo comprados para cidades pequenas saltou de 85 para 488 veículos, muitos deles mais potentes do que o necessário.

A análise apontou o envolvimento de empresas fantasmas, pagamentos inflados em R$ 109 milhões e fornecimento de veículos para cidades com menos lixo do que caminhão para recolhimento.

Segundo o Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas, o principal parâmetro para o cálculo da necessidade do município é o dimensionamento correto da quantidade de lixo produzido. Desta forma, se evita superfaturamento ou sobrepreço e não se cometem fraudes.

Entretanto, a aquisição dos veículos para agraciar redutos eleitorais não acompanha critérios técnicos ou de saneamento básico, e também não garante todas as fases da coleta do lixo.

Entre os exemplos citados pela reportagem, está a compra de veículos para o Piauí, onde 89% das cidades joga o lixo produzido em terrenos a céu aberto.

Em Alagoas, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) usou recursos de emenda parlamentar para adquirir um caminhão de lixo para uma cidade que leva dois dias para produzir 15 metros cúbicos de lixo, a capacidade máxima do veículo.

Já a cidade governada pelo pai do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), recebeu três caminhões compactadores que ficam parados na maior parte do tempo, enquanto uma cidade vizinha governada pelo PSD não sabe mais a quem recorrer para conseguir um caminhão maior.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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