Chamado de “ex-presidiário”, Lula responde que está “mais limpo” que Bolsonaro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Bolsonaro chamou Lula de "ex-presidiário" por três vezes no debate. Petista respondeu que está mais limpo que Bolsonaro e seus filhos

Lula em debate presidencial – Foto: Reprodução

O ex-presidente Lula (PT) engoliu ataques de Jair Bolsonaro sobre corrupção na Petrobras no primeiro bloco do debate entre presidenciáveis na Band, mas conseguiu desestabilizar o adversário na rodada final, ao questionar os indícios de corrupção na compra de vacinas revelados pela CPI da Covid no Senado.

Irritado, Bolsonaro chamou Lula de “ex-presidiário” por três vezes. Em resposta, Lula disse que está “mais limpo” do que Bolsonaro, pois teve a vida devassada pela Lava Jato e acabou “inocentado”.

O embate final sobre corrupção começou na segunda rodada de confronto direto entre os candidatos, quando Lula escolheu a senadora Simone Tebet (MDB), um dos expoentes da CPI da Covid, para pergunta se existiu ou não corrupção no governo Bolsonaro. Tebet fez jogo duplo na resposta.

“Houve corrupção, tentativa de comprar vacinas superfaturadas. O caso da Covaxin é o contrato mais escabroso. Tentaram pagar antecipadamente 45 milhões de dólares em paraíso fiscal, para uma vacina sem comprovação científica [e sem lastro para entrega]. Quando denunciamos a vantagem de 1 dólar por vacina, eu fui processada no STF por um ministro deste governo. Mas a corrupção não começou nesse governo. Neste governo tem esquema de corrupção, como lamentavelmente teve no governo de vossa excelência”, disparou Tebet.

“A diferença”, respondeu Lula, “é que não teve nenhum governo que facilitou mais a investigação, melhorou a remuneração da Polícia Federal; [no meu governo] não tinha procurador-engavetador. (…) Hoje, qualquer coisinha tem sigilo de 100 anos. Cartão corporativo tem sigilo de 100 anos, enquanto, no meu governo, eu tirei ministro porque comeu uma tapioca [no cartão corporativo].”

Bolsonaro, então, usou um direito de resposta para atacar Lula, lembrando que o petista declarou em entrevista que foi bom a “natureza” ter criado o coronavírus. “Que moral você tem pra falar de mim, ex-presidiário?”

Nas considerações finais, Bolsonaro voltou a chamar Lula de ex-presidiário pela segunda e terceira vez, associando o petista a “ditaduras de esquerda”, às mazelas sociais espalhadas pela América Latina, às “perseguições religiosas”, e também atacou o candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, que teria cantado a “internacional socialista” ao filiar-se ao PSB para fazer chapa com Lula.

Lula também teve um direito de resposta, e usou para rebater os xingamentos de “ex-presidiário”.

“As razões pelas quais fui preso, foram para ele [Bolsonaro] se eleger presidente. Eu estou muito mais limpo do que ele ou qualquer filho dele. Eu fui julgado e considerado inocente. Estou aqui para ganhar a eleição, e num decreto só, derrubar os seus sigilos”, ameaçou Lula.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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