STF manda recado a Bolsonaro: “se falar um ai do Supremo, vai preso”

Colunista afirma que ministros do STF formaram consenso sobre a prisão em flagrante de Bolsonaro em ato na Av.Paulista

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. Fotos: Divulgação-PR/Agência Brasil
Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes. Fotos: Divulgação-PR/Agência Brasil

O ato organizado por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, neste domingo (25), promete momentos de tensão. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, ministros do Supremo Tribunal Federal já formaram consenso sobre a prisão em flagrante do ex-presidente, caso ele decida atacar a instituição ou qualquer um de seus magistrados.

“Diz um ministro do Supremo, com mais rigor ainda: ‘Se ele falar um ‘ai’ do Supremo, vai preso'”, publicou Jardim nesta sexta (23).

A edição da revista Veja desta semana publica uma entrevista com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que diz expressamente que o atentado de 8 de Janeiro de 2023 não foi “baderna”, ao contrário do que alguns militares tentaram colocar, mas sim “golpe”. >>> A avalanche de evidências que colocam Bolsonaro no centro do gabinete do golpe

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A Polícia Federal já recolheu provas de que o núcleo duro do governo Bolsonaro trabalhou em cima de um decreto golpista, que previa a prisão de ministros de cortes superiores e a anulação das eleições 2022, com o intuito de manter Bolsonaro no poder. O gabinete do golpe também usou serviços de inteligência para monitorar os passos de Moraes, que seria preso. >>> Veja momento em que Bolsonaro corta fala de Heleno sobre espionagem

Ato de Bolsonaro na Paulista

Financiada pelo pastor Silas Malafaia, a manifestação organizada a favor de Bolsonaro será concentrada exclusivamente no coração da capital paulista. Os apoiadores do ex-presidente foram orientados a não gerar aglomerações em outros locais do País, nem ostentar cartazes com ataques às instituições ou figuras públicas.

A aposta de Bolsonaro – que nega tentativa de golpe – com o ato é demonstrar força em meio aos avanços da Polícia Federal. O encontro na Paulista ocorrerá somente três dias após Bolsonaro ter ido prestar depoimento à PF no âmbito da operação Tempus Veritatis, ocasião em que decidiu ficar calado, exercendo seu direito de não produzir provas contra si mesmo.

Em entrevista à BBC Brasil, o cientista político Sergio Praça apostou que o ato a favor Bolsonaro, desta vez, será mais fraco do que os anteriores. Mas para além de juntar populares, Bolsonaro – que está inelegível – pretende desfilar apoio de políticos com mandatos, com quem deve compartilhar o palanque no domingo.

Segundo levantamento do site Poder 360, até a semana passada, três governadores e 93 congressistas haviam confirmado presença no evento na Avenida Paulista.

O Globo ainda informa que Bolsonaro deve ser o último a discursar. Em 30 minutos de fala, ele pretende abordar três grandes assuntos: as políticas de seu governo, a “perseguição” que alega estar sofrendo e o futuro do País.

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Redação

3 Comentários

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  1. No Caminho, com Maiakóvski
    (Eduardo Alves)

    Na primeira noite eles se aproximam
    e roubam uma flor do nosso jardim.
    E não dizemos nada.
    Na segunda noite, já não se escondem:
    pisam as flores,
    matam nosso cão,
    e não dizemos nada.
    Até que um dia,
    o mais frágil deles
    entra sozinho em nossa casa,
    rouba-nos a luz e,
    conhecendo nosso medo,
    arranca-nos a voz da garganta.
    E já não podemos dizer nada

  2. Não é muito adequado o Tribunal encarregado de julgar alguém sugerir ao acusado esse ou aquele curso de ação. Cada qual deve ser livre para agir e sofrer. O Tribunal deve se limitar a julgar se a liberdade foi bem usada ou se o abuso cometido deve acarretar uma severa punição. Isso é o que significa julgar o que ocorreu. O que ainda não aconteceu não devem ser julgado, porque nesse caso o pré-julgamento compromete mais os juízes e o Tribunal do que o réu.

  3. Considero o Bolsonaro e seus asseclas como cobras criadas enroladas em suas próprias ignorâncias e maldades com a única função de atacar tudo que está construído no País e prospera em favor dos menos favorecidos.
    Impossível conversar ou conviver com essa gente funesta.

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