Fala de Lula sobre Israel repercute nas redes sociais

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Voz ativa nas críticas contra Israel, atriz postou trechos da declaração do presidente brasileiro (foto) sobre genocídio palestino

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Coletiva de imprensa. Adis Abeba – Etiópia. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os crimes cometidos por Israel na região da Faixa de Gaza não têm repercutido apenas nos círculos políticos, mas também nas redes sociais.

Diversas estrelas que se colocam contra a postura israelense têm postado trechos da fala do presidente brasileiro, como a atriz Susan Sarandon, ativista que têm sido uma voz marcante contra a política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Com mais de 870 mil seguidores na rede social X (ex-Twitter), ela repostou recentemente um post publicado pela marca de roupas Wear The Peace, que defende o pronunciamento do presidente brasileiro.

Pronunciamento aumenta pressão por cessar-fogo

Como destaca o portal Terra, o exército comandado por Netanyahu já matou mais de 30 mil pessoas desde o dia 07 de outubro. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Além disso, o exército de Israel feriu 70 mil pessoas, forçou o deslocamento de 1,5 milhão de pessoas para outras cidades, como Rafah, e destruiu a infraestrutura e as residências da Gaza.

Por conta desta ação, o presidente Lula afirmou que o país “vai defender na ONU o Estado palestino ser reconhecido definitivamente como pleno e soberano”.

É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o 1º país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, foi a íntegra da comparação do presidente brasileiro.

E continuou: “Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai retribuir a vida de 30.000 pessoas que já morreram, 70.000 que estão feridos? Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber por que estavam morrendo? Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do planeta? Então, sinceramente, ou os dirigentes políticos mudam seu comportamento com relação ao ser humano, ou o ser humano vai terminar mudando a classe política. O que está acontecendo no mundo hoje é falta de instância de deliberação. Nós não temos governança”.

As falas de Lula inclusive abriram caminho para a diplomacia brasileira iniciar gestos mais ativos no conflito e o que se viu no julgamento de Haia foi um duro discurso da delegação brasileira do Itamaraty.

No julgamento realizado na Corte Internacional de Justiça, o governo brasileiro foi representado pela diplomata Maria Clara Paula de Tusco, que afirmou que a ocupação israelense no território palestino “é inaceitável e ilegal”.

No Brasil, a fala presidencial tem sido usada pela oposição (em especial os bolsonaristas) para atacar o governo federal e inclusive fazer um pedido de impeachment. Porém, o discurso de Lula na cidade de Adis Abeba não apenas converge com as leis internacionais como apresenta princípios civilizatórios existentes na Constituição.

Lula vem subindo o tom não é de hoje. Em termos de substância, o que ele disse ontem não difere em nada do que foi dito nas duas, três semanas anteriores. O conteúdo já estava posto. Acontece que se ele mantivesse um discurso ‘comportadinho’, ele poderia fazer mais uma centena que não geraria nem de longe o impacto que o discurso de ontem gerou“, comenta o professor de política internacional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dawisson Belém Lopes, em entrevista exclusiva no GGN.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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