Código: um veto de minoria

Publicado no Estado de São Paulo

Votado duas vezes na Câmara e uma no Senado, o Código Florestal aprovado quarta-feira em sua versão final, encerra um raro episódio de reafirmação da vontade de uma ampla maioria congressual suprapartidária, refratária a todas as pressões para revisão de suas posições. Senão inédito, registra um momento singular, especialmente se considerada a amplitude de uma base aliada mais das vezes submissa ao governo.

Tal cenário responde pela cautela e “sangue-frio” que orientarão a presidente Dilma Rousseff ao avaliar a pressão da minoria vencida, pelo veto integral ao projeto, segundo o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Na verdade, a circunstância descrita acima deveria levar a reflexão mais apurada sobre a conveniência até de vetos parciais que possam significar mudança de mérito naquilo que mereceu tão ampla e reiterada aprovação parlamentar.

Aos ambientalistas veto parcial não satisfaz, conforme afirma a ex-ministra Marina Silva. Por isso, antes da votação definitiva, com a antevisão da derrota, iniciaram uma campanha, de irrecusável leitura autoritária, para obter, pelo constrangimento, o veto presidencial.

Marina Silva reflete o ranço autoritário de correntes ambientalistas que jamais quiseram acordo, mas a imposição de suas ideias. O discurso ambientalista segue a clássica frase de Carlos Lacerda ao combater a candidatura de Juscelino: “Ele não será candidato; se for, não vencerá as eleições; se vencer, não tomará posse; se tomar posse não governará”.

Não obstante, Juscelino foi candidato vitorioso e cumpriu o mandato.

Redação

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