Mais pobres perderam mais rendimento domiciliar, diz IBGE

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Embora queda tenha sido vista em todas as faixas de renda, a faixa que considera até 10% dos que ganham menos foi a que mais perdeu

Foto: Jorge Araújo/Fotos Públicas

O rendimento domiciliar médio per capita perdeu força em todas as faixas de renda no ano de 2021 em relação a 2020, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Contudo, o destaque ficou com a perda mais intensa nas duas primeiras faixas de renda – a faixa que considera até 10% dos que ganham menos na população foi a que mais perdeu (-32,2%), seguida pela faixa seguinte, dos 10% até 20% (19,8%), enquanto a parcela com maior renda perdeu 4,5% de um ano para outro.

No recorte 2019-2021, a primeira faixa perdeu mais que o dobro (22,1%) da média total (10,9%). Na série (2012-2021), essa população acumula perda de 31,3%, extremamente acima da média, que perdeu 4,5% no período.

O impacto dos programas sociais entre os mais carentes

Segundo o IBGE, o rendimento do trabalho representava 53,8% entre os que recebiam até ¼ de salário-mínimo per capita, enquanto a parcela proveniente de programas sociais chegava a 34,7%.

“São domicílios mais vulneráveis e com acesso limitado ao mercado de trabalho. Por isso, os programas sociais acabam tendo maior impacto”, afirma André Simões, analista da pesquisa.

Na média geral, o rendimento do trabalho representava 75,3% do total de rendimentos da população, enquanto os Benefícios de programas sociais representavam 2,6%.

Em 2021, o rendimento médio domiciliar per capita chegou a R$ 1.353, o menor nível da série histórica, iniciada em 2012.

Fatores como a redução dos valores pagos no auxílio emergencial e a retomada do mercado de trabalho abaixo das expectativas não foram suficientes para reverter as perdas vistas em 2020.

Perda maior entre mulheres e pessoas pretas e pardas

Considerando-se o rendimento médio per capita, os homens (R$1.393) receberam 5,9% a mais que as mulheres (R$1.315). Na comparação com 2020, o recuo nesse rendimento foi de 6,9%, sendo maior para mulheres (7,5%) do que para homens (6,4%).

Considerando o início da série histórica, a redução média anual foi de 4,5%, mas mulheres (-5,9%) perderam mais que os homens (-3,0%).

Ao longo da série, pretos e pardos permanecem ganhando metade do rendimento dos brancos e em 2021 não foi diferente: respectivamente, R$949 contra R$1.866. Em ambos os casos os rendimentos recuaram frente a 2020, mas pretos e pardos (8,6%) perderam mais do que os brancos (6%).

Em termos regionais, o rendimento per capita recuou em todas as regiões, entre 2020 e 2021, com mais intensidade no Nordeste (-12,5%) e no Norte (-9,8%).

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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