Comissão deve propor redução da maioridade de 18 para 16 em referendo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O relatório do deputado Laerte Bessa (PR) sobre a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da redução da maioridade penal deve ser apresentado na tarde desta quarta-feira (10), mas uma versão do texto já circula pela Câmara. Nele consta a ideia de o Congresso aprovar a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e a população ratificar ou não a sugestão a partir de um referendo a ser realizado nas eleições de 2016.

“Nós estamos fazendo a mudança no texto constitucional, todos os ajustes a serem feitos vêm depois”, disse o relator, segundo informações da Agência Câmara. Bessa ainda comentou que faltam discussões sobre o tipo de estabelecimento penal em que os menores devem cumprir pena: se no sistema penitenciário comum ou em regimes e estabelecimentos especiais. “Tudo está em negociação”.

No início do mês, Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara, avisou que pretende votar a proposta no plenário da Casa assim que a comissão especial concluir a análise do texto, o que deve ocorrer ainda neste mês. A iniciativa despertou críticas por parte de alguns deputados que tiveram pedidos de audiência pública sobre o tema rejeitados. Eles disseram que Cunha atropelou mais uma comissão especial – o peemedebista passou por cima do trabalho do colegiado que discutia a reforma política.

As propostas do PSDB

Nesta terça-feira (9), o PSDB anunciou que apoiará as propostas de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Aloysio Nunes sobre a redução da maioridade penal.

Alckmin já defendeu na Câmara, como alternativa à PEC 171, a aprovação do Projeto de Lei 5454/13, que modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA – Lei 8.069/90) e aumenta o tempo máximo de internação de menores de 18 anos que cometerem crimes hediondos de três para oito anos. 

No Senado, tramita uma PEC 33/12 de Aloysio que propõe a redução da maioridade penal para os crimes hediondos, como latrocínio, sequestro seguido de morte e estupro. A PEC está pronta para votação.

Pelo texto, caberá ao Ministério Público propor que o jovem responda penalmente pelo crime, como adulto, por meio de um instrumento chamado “incidente de redução de maioridade”. O juiz da ação decidirá se acolhe ou não o pedido.

Já Aécio Neves defende a aprovação de outras duas propostas: o PL 5454/13, da ex-deputada Andreia Zito (PSDB), que amplia de três para oito anos o período de internação de menores infratores em caso de crimes hediondos [idealizado por Alckmin]; e o projeto de sua autoria que agrava as penas para os maiores de idade que usarem menores para o cometimento de crimes (PLS 219/13, no Senado).

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

12 Comentários

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    1. É TRISTE VER O QUE ESTÁ ACONTECENDO

      Todos sabemos que a opinião pública, hoje, é intolerante em relação aos crimes, inclusive praticados – como infração – por menores. E esta maneira de pensar vem sendo semeada e plantada diariamente na mídia, principalmente em programas policiais.

      Se, v. gratia, a pena de morte fosse objeto de consulta ao povo, com certeza seria aprovado. Da mesma forma, a redução da maioridade.

      Sou democrata e terei que, se isto acontecer, respeitar a vontade popular.

      Porém, é importante que o assunto – a menoridade – fosse melhor debatido. Não fosse empurrado guela a baixo por programas policiais, onde “revoltados” apresentadores, dia após dia, sugerem que a menoridade deveria ter o teto de 16 anos.

      Ora, está provado que os crime praticados por menores ( hoje infrações. perante ao ECA) não chegam a representa 1% dos delitos em todo o País. O que então tal matéria iria modificar o quadro de violência e criminalidade que estamos vivenciando.

      O pensamento coletivo hoje está sendo comandado pela mídia. Infelizmente, até na internet, onde o espaço é mais livre, há muitos pessoas, por pensarem em punição a tudo, menos para ele – pois muitos são até criminosos, por exemplo, quando sonegam tributos, corrompem o Poder Público, processam fraudes de toda as formas possíveis para escapar das garras do Leão, acabam pregando a punição para os menores, sem medir as consequências da aprovação desta medida.

      Os menores – jovens – inclusive protegidos pela CF – não tem maturidade suficiente e ainda são impulsivos. Com base nesta observação, quero lançar um desafio:

      Quem quando menor deixou de praticar uma infração penal?

      Não estou dizendo crimes hediondos, mas pequenos delitos, compreensíveis para esta idade? Quem?

      Ora, pequenos delitos estarão, é claro, sendo apurados quando praticados por jovens e, logo irão, como os maiores encaminhados à cadeia, se pegos em flagrante ou em suspeita muita forte. O que acontecerá, para eles, diante de um hospício penitenciário que temos hoje em nosso País? Como sairão estes menores de lá?

      Ora, a crimes e crimes. Há infrações e infrações. Necessitamos ter mais racioalidade e menos emoção ao pensar em questões como esta. Não podemos nos deixar levar pelas opiniões corriqueiras de moralistas de jornalistas, que buscam no sensacionalismo a obtenção de níveis de audiência.

      É importante a reflexão sobre o que estamos passando e buscar soluções para elas. E isto ao que parece está, para muitos políticos, muito simples: vamos aprovar o que a turba quer: pena de morte, prisão perpétua e, por que não, a baixa da menoridade, alcançando jovens imaturos e impulsivos. Talves o voto dos menos avisados irão, no futuro, reservar a seus filhos um futuro nada promissor.

      Sei uma coisa: quanto mais homogênea é a sociedade, menos violenta e criminosa ela é. E este é o caminho. Precisamos equilibrar a sociedade, buscando que não se gere tanta violência e transgressão à lei.

      Há um jornalista que afirmou, outro dia, que queria mais presídio e menos escolas.

      Preciso falar mais?

       

      1. não chegam a representa 1%

        <i>não chegam a representa 1% dos delitos em todo o País</i>

         

        Vocês está bem desatualizado, essa falácio dos tais 1% de crimes cometidos por menores já foi devidamente refutada, fonte: 

        http://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/2015/04/09/mito-os-adolescentes-cometem-menos-de-1-dos-homicidios-do-brasil-e-sao-36-das-vitimas/

        Ok, citar algo da Veja com fonte gera desconfiança, mas leia a matéria sem preconceitos e de forma racional.

    2. Não apenas isto, Alan

      Não apenas isto, Alan, aqui no DF como diretor geral da polícia civil, além de aparelhar, foi o “capo” do Roriz (digo foi, pois, o Roriz está para deixar este mundo),  e de tudo fez para tirar (até que conseguiu) o Sinpol da CUT. Portanto,  é o tal do “é com nóis, mano”!

  1. Se formos ver o currículo dos

    Se formos ver o currículo dos senhores de maior idade ai na foto, quem deveria estar na cadeia desumana que eles querem mandar os jovens pobres e negros, seriam eles. Sem dúvida.

  2. Eu mesmo coloquei esse

    Eu mesmo coloquei esse assunro no Fora de Pauta.

      Mas reconheço que é imóquo.

             Se o congresso não irá deciir,precisa de referendum, pra que tanta celeuma infrutífera?

           Coloca logo pro povo decidir de uma vez por todas

          Atenção: Livro de Sidney Sheldon,duas irmãs na faixa dos 10 anos.Uma era diabólica e a outra ingênua.( procurem saber e ler)  Literatura pobre mas MUITO legal.–como toda obra dele.

        Além de cássicos, gosto tbm de S S .

             Esqueci o nome do livro..

               ps: Vai dizer que vcs não gostaram de Jeannie é um gênio? É do mesmo autor.

  3. Só vingança

    Não se sabe o tamanho do problema que será criado se uma dessas mudanças passar. 

    O único motivo é midiático: o assunto entra na pauta dos jornais, os caras vão aparecer na TV – aliás, gente que, se não fosse por essa oportunidade, passaria toda a legislatura sem ser percebido.

    No mais, tudo movido por desejos de vingança. O do presidente da Câmara contra as pessoas que lhe puxaram o tapete no passado. Os deputados conservadores em geral – os monstros, literalmente, sagrados da bancada da bala e outras assemelhadas – contra tudo e todos que por anos os mantiveram enjaulados e impedidos de aprontar das suas. E, de um modo geral, de todos os que pregam a violência como única forma de ação do Estado e, principalmente, de seus agentes, contra todos os que pensam diferente deles.

    Talvez seja o início de um ciclo de regressão dos Direitos Humanos no Brasil. É assustador o que pode vir a reboque disso.

  4. não cuidaram, em termos de educação, de amparo e recuperação…

    mas fazem questão de punir cada vez mais cedo

    realmente assustador

    perdem a eleição e ficam como essência de desumanidade pairando sobre nós

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