Investimento e interesse público

Foi muito divulgado na década de 1990, a década dos Fernandos no Brasil, que o mercado resolveria questões de alocação eficiente de recursos, cabendo ao Estado apenas “arrumar a casa” e criar um clima amistoso para os investidores. O superávit primário era parte da condenável estratégia do crescimento com poupança externa. Esta, por sua vez, uniu neoliberais e marxistas da teoria da dependência em torno do consenso do voo de galinha.

Segundo Keynes, “não há evidência clara a demonstrar que a política de investimento socialmente mais vantajosa coincida com a mais lucrativa”. O investidor de longo prazo é o que mais serve ao interesse público.

Desconsideraram-se as economias externas do gasto público bem orientado e a importância estratégica dos serviços públicos para o desenvolvimento nacional. O Brasil perdeu capacidade de planejamento e execução, algo já diagnosticado pela candidata Dilma e o próprio governo Lula.

Serra, um antigo desenvolvimentista, não embarcou nessa. Ele não aderiu ao novo renascimento do FHC, mas ainda não rompeu com alguns postulados da década de 1990.

Luis Nassif

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