Dilma: de marola em marola, crise econômica virou uma onda

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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“Sabe por que ela vira onda? Porque o mar não serenou, meu filho”, disse a presidente

Da Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (11) que a inflação oficial, que no acumulado de 12 meses chegou a 8,47% – a maior taxa desde dezembro de 2003, preocupa o governo, mas que é “atípica” e conjuntural, afetada pela seca e pelas variações cambiais que desvalorizaram o real. Segundo ela, a população não deve deixar de consumir por causa da alta dos preços.

“Não acho que a população tem que consumir menos, pelo contrário, a população deve continuar consumindo. A inflação deste ano é uma inflação atípica, ela é fruto de várias correções”, disse a presidenta, em entrevista em Bruxelas, antes de voltar ao Brasil após participar da 2º Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE).

“[Os números] Preocupam bastante, porque a inflação é um objetivo que temos de derrubar e derrubar logo. O Brasil não pode conviver com uma taxa alta de inflação. Não pode e não vai”, acrescentou.

Dilma destacou a seca nas regiões Nordeste e Sudeste que, segundo ela, elevou o preço dos alimentos, e o ajuste cambial como causas do aumento da inflação nos últimos meses. “Esse ajuste cambial não fomos nós que provocamos, sofremos os efeitos dele”.

A presidenta voltou a defender o ajuste fiscal e disse que o governo está tomando as medidas “a fim de se fortalecer macroeconomicamente para construir uma situação estável”, o que deve ter impacto no controle da inflação.

Perguntada se o Brasil está vivendo um momento de austeridade fiscal, como a Grécia, Dilma respondeu que a situação do país é muito diferente, sem desequilíbrio ou dificuldades estruturais, mas que todas as economias ainda sofrem os efeitos da crise financeira internacional de 2008. Naquela época, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a crise a uma “marola” que não atingiria com força o Brasil. Hoje, Dilma disse que a marola virou “onda”, em referência à expressão usada por Lula.

“Naquele momento foi marola sim, óbvio. É que depois a marola se acumula e vira uma onda. Agora, sabe por que ela vira onda: porque o mar não serenou, meu filho”, disse, citando as dificuldades de recuperação das economias dos Estados Unidos e da União Europeia. “São sete anos de crise nas costas”, calculou.

Após a entrevista, Dilma embarcou para o Brasil e vai desembarcar em Salvador, onde participará da abertura do 5º Congresso Nacional do PT.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Mais importante do que

    Mais importante do que consertar as bobagens ditas há 7 anos atrás é consertar as bobagens feitas há 7 anos atrás, a começar pelo câmbio sobrevalorizado.

  2. no dos terceirizados é refresco.

    Proponho que a presidenta passe a receber salário minimo e ainda por cima com atraso todo mês como os trabalhadores terceirizados das Universidades Federais e continue ‘consumindo’. Quero ver ela fazer essa mágica.

  3. igual ao FHC

    Dilma a cada dia se assemelha mais a FHC. Aquele, no auge da crise, se limitava a dar desculpas, e a culpar o cenário internacional, sem assumir que subia irresponsavelmente os juros em plena crise.

    “Deu prioridade ao lucro dos especuladores e virou as costas para milhões de desempregados. Identico  ao FHC.”

    Com certeza, Dilma espera que vamos esquecer a subida dos juros em plena crise. Daqui a décadas e até o fim de minha vida ainda vou me lembrar perfeitamente e saber que o PT e Dilma foram os  culpados. A memória do povo brasileiro é muito longa, como atestam as derrotas do PSDB uma década depois de FHC.

    Deixa estar. Estou ansioso para nas próximas eleições algum candidato petista vir me procurar pedindo votos. Vou despacha-lo dizendo que deve ir pedir votos na bolsa de valores, pois o PT governa apenas para especuladores.

  4. Manter o consumo

    Contradições de Dilma:

    “Não acho que a população tem que consumir menos, pelo contrário, a população deve continuar consumindo.”

    Ela recomenda que o brasileiro continue consumindo, mas sobe os juros, para inibir o consumo.

    Dilma é um “jênio”!

    Estas contradições indicam claramente a atitude de uma pessoa que não tem a menor noção do que está fazendo, e que mesmo assim quer governar um país de 200 milhões de pessoas.

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