ONU anuncia saída do Afeganistão: mais da metade da população será afetada

Medida, após decreto linha-dura do Talibã, pode afetar 28 milhões de afegãos que dependem de assistência humanitária no país

Mulheres afegãs cantam e seguram cartazes de protesto durante uma manifestação em Cabul, Afeganistão, em 26 de março de 2022 – Foto: AP/Mohammed Shoaib Amin

A ONU (Nações Unidas) está preparada para deixar a unidade e os trabalhos no Afeganistão em maio, caso o país não mude a postura de aceitar que mulheres trabalhem para a organização. O anúncio foi feito nesta terça-feira (18) como uma “decisão dolorosa”.

De acordo com dados da ONU, dois terços da população do país – 28 milhões – dependem de assistência humanitária das Nações Unidas e de outros países, como Estados Unidos e membros do G7.

“Eu acho que não há outra maneira de dizer isso, é uma decisão dolorosa. Sem as Nações Unidas, milhões de meninas, meninos, pais e mães afegãos essencialmente não terão o suficiente para comer”, lamentou o representante do PNUD (Programa da ONU para o Desenvolvimento), Achim Steiner.

O decreto do Talibã

O anúncio foi feito após funcionários da ONU negociarem por meses o Talibã a aceitar que mulheres do país trabalhem para o organismo internacional. Mas não houve recuo, diante de um decreto linha-dura adotado pelo país em dezembro, que impõe dezenas de restrições às mulheres afegãs.

Com o decreto, desde o dia 12 de abril, cerca de 600 mulheres que trabalham para a ONU no país ficaram em casa e foram proibidas de se apresentar para trabalhar. De acordo com Steiner, “não se trata de negociar princípios fundamentais, direitos humanos”, mas também toda a capacidade operativa da ONU no Afeganistão foi prejudicada com a medida.

Com informações do The Guardian.

Redação

1 Comentário

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  1. Afinal, pra que serve a ONU? Ela parece servir melhor à guerra e a desordem do que à paz e harmonia. Seria interessante esclarecer a quem, exatamente, interessa a sempre caótica situação do Afganistão.

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