Aquecimento global castigará EUA, diz relatório do governo

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Do DW
 
A mudança climática global trará caos ao meio ambiente natural, economia e saúde pública nos Estados Unidos, a menos que haja mais empenho em reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2), adverte um relatório do governo americano divulgado nesta sexta-feira (23/11).
 
“Sem mitigação global substancial e sustentada, e esforços regionais de adaptação, a expectativa é que a mudança climática vá causar perdas crescentes para a infraestrutura e propriedades americanas, e comprometer a taxa de crescimento econômico no século atual”, consta da 4ª Avaliação Nacional do Clima.
 
O documento encomendado pelo Congresso inclui pareceres de 13 agências federais. Ele detalha como as temperaturas ascendentes vão ameaçar os campos agrícolas mais baixos, elevar a probabilidade de inundações e incêndios florestais, entravar a produção de energia e aumentar a incidência de doenças tropicais no país. Ainda assim, ação governamental imediata poderia abrandar os impactos mais extremos.
 
Trump incorrigível
 
O relatório contradiz as opiniões do presidente Donald Trump, que tem repetidamente negado a mudança climática como sendo um trote dos chineses. Em 2017 ele retirou os EUA do Acordo do Clima de Paris, um esforço internacional conjunto para combater a elevação das temperaturas globais.
 
Na própria sexta-feira, em reação às temperaturas glaciais em algumas partes do país, o bilionário nova-iorquino escreveu no Twitter: “O que foi que aconteceu com o Aquecimento Global?”
 
A porta-voz da Casa Branca Lindsay Walters minimizou as constatações do relatório, afirmando esboçarem um “cenário extremo”, sobre a falsa premissa de um acúmulo de inovação tecnológica e rápido crescimento demográfico no futuro próximo.
 
Por sua vez, grupos ambientalistas saudaram o relatório oficial. Abigail Dillen, presidente da Earthjustice, comentou à agência de notícias Reuters que ele evidenciava que “a mudança climática é real, está acontecendo aqui e está acontecendo agora”.
 
A Agência Ambiental Europeia previu efeitos semelhantes do aquecimento global para a Europa. Segundo um relatório de 2017, temperaturas crescentes podem provocar maciço colapso econômico e incremento na frequência de secas, incêndios florestais e enchentes por todo o continente.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Existe a possibilidade

    Existe a possibilidade (conspiração ?) de que o aquecimento global é um projeto político para reduzir a população mundial em alguns bilhões, pois tornaram-se um fardo para o capitalismo.  Isso explicaria a negação do aquecimento pelos representantes do mercado.

    1. Não há dúvidas de que existe. Basta vermos repetidas ações de

      governantes, financistas e adeptos da morte ao humanismo. O problema a minar esta “estratégia” é o renascimento. Cerca de 70% das pessoas atualmente nascem em países considerados pobres. E a cada dia que passa, as nações consideradas ricas tem taxas de natalidade que minam a possibilidade de permanência em sua sociedade. Muitos países ricos tem tido baixos indices de natalidade, não só por questões supostamente éticas ou de moralidade consciente. O stress, a perda na qualidade de vida, a poluição tem feito com que a fertilidade caia. Está havendo uma degradação (entropia) na própria matéria. E isto tem um fundo biológico: quanto mais vivemos num mundo imundo, mais há acidez nas moléculas e sabe-se que a acidez é biocida, cancerígena e tóxica.

    2. “A Terra continuará SEM a espécie humana”

      Não no sentido que você propõe, até onde se sabe, de que teria iniciativa dos capitalistas, mas certamente, consequência conhecida por eles, e impedida de ser conhecida pela população com um complicadíssimo lobby que envolve cientistas, jornalistas e políticos. 

      O que se sabe é que a indústria do combustível fóssil, as petroleiras USamericanas e multinacionais, já tinhas estudos científicos prevendo os efeitos de sua atuação, salvo engano meu, desde a década de 1970, e então partiram para a ofensiva de propaganda anticientífica que sustenta o negacionismo do aquecimento global e as mudanças climáticas. 

      Mas já assisti entrevista de um cientista USamericano dizendo que há possibilidade científica de que o aquecimento global e as mudanças climáticas seriam parte de uma transformação natural da Terra, mas não na velocidade e risco de extinção que a ação humana provoca. Mas há uma certeza científica, jornalística, factual, óbvia: os mais pobres, países e pessoas, são os primeiros e maiores atingidos, a razão para que o assunto seja escondido pelos donos do poder – me admira que a imprensa progressista independente do Brasil ainda considere o tema “conversa de ecologista” em tom pejorativo, “mimimi de ativista identitário”, e baboseiras quetais. Não foi nestes termos mas nessa linha de compreensão que o sempre sensato, daí minha surpresa negativa, Fernando Brito do Tijolaço escreveu um artigo contrapondo, a nova falácia da esquerda, política econômica através da luta de classes versus políticas identitárias dentre as quais citou os “ambientalistas”. Para quem ainda não entendeu do que se trata, procure entrevistas, sempre didáticas, do grande Noam Chomsky para uma aula sobre a relação entre mudança climática e capitalismo – nisso também a sociedade civil e imprensa alternativa USamericanas e européias estão muito à frente do Brasil avestruz. E o Brasil, assim como foi inundado pela extrema-direita por não se preparar para o que ocorre no mundo, porque dele está alienado, talvez acorde tarde para este tema em que deveria ser um dos líderes mundiais do debate – não faltam ativistas da cidade e do campo, cientistas atuantes internacionalmente, curiosidade e preocupação da/os cidadãs/aos comuns (já me surpreendi com o nível de interesse e conhecimento de pessoas inimagináveis para mim) sobre o tema, e todos altamente qualificados (brasileiro em geral ainda tem alguma relação amistosa com a Natureza, ainda que ignore o impacto de sua vida sobre Ela), o que comprova a perplexidade mundial com nossa capacidade de autodesvalorização e acomodação à mediocridade. 

      Caso interesse, seguem dois vídeos que acho que já divulguei aqui no GGN: um do Democracy Now! sobre reportagem recente acerca dos bastidores do negacionismo da mudança climática, e do tamanho do risco que corremos em função dele (se o mundo tivesse agido quando as primeiras informações estavam disponíveis, o problema agora seria menos trágico do que se tornou pela deliberada atuação da indústria do petróleo em ludibriar a opinião pública para manter seu lucrativo negócio fora do alcance da regulação ambiental ao redor do mundo), e outro do Programa On Contact com entrevista interessante sobre o tema, à luz da evolução do planeta Terra na perspectiva da Astrofísica.  

      Vídeos com legendas a serem habilitadas (selecione “Inglês (gerada automaticamente)” no segundo ícone à direita (configurações, “roda dentada”), na parte inferior do vídeo; depois clique em “traduzir automaticamente” e selecione o idioma na lista com barra de rolagem à direita; português é uma das opções). 

      Democracy Now! – “Losing Earth”: How Humanity Came to Understand Climate Change & Failed to Act in Time (em tradução livre: ” ‘Perdendo a Terra’: Como a humanidade chegou a compreender a Mudança Climática e falhou em agir a tempo”) 

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=cmsgroBSPt4%5D

      https://www.youtube.com/watch?v=cmsgroBSPt4

       

      Programa On Contact – The shifting state of planet earth and alien planets (em tradução livre: “O estado de transição do planeta Terra e planetas extraterrenos (desprezível a piada machista com a referência ao nosso planeta como “tough bitch”, algo como “vadia ou cachorra (ou cadela, mas cachorra é mais “funky”, rs) durona”; apesar disso, excelente perspectiva sobre o tema, o machismo pode ter sido inconsciente ou despercebido pois o Chris não é um cafajeste, rs, suponho que o simpático cientista também não). 

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=HnhyO1xIS00%5D

      https://www.youtube.com/watch?v=HnhyO1xIS00

       

      Junto outro da PBS (TV pública USamericana – até eles têm, rs) sobre a mesma notícia que o GGN reproduziu acima.

      PBS NewsHour – ‘It’s happening, it’s now,’ says U.S. government report on climate change (em tradução livre: ” ‘Está acontecendo, agora’, diz relato do governo dos USA sobre mudança climática”). 

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=i0KigiiaieE%5D

      https://www.youtube.com/watch?v=i0KigiiaieE 

       

       

      Sampa/SP, 25/11/2018 – 18:28 (alterado às 18:40). 

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