A utopia improvável de Marina Silva

Ontem, no meu Blog, tentei entender os movimentos em torno da candidatura de Marina Silva (http://glurl.co/c7Q) a partir de três atores importantes no jogo político: os grupos econômicos, os partidos políticos e as escolas de pensamento.

A noiva são os grupos econômicos, cada qual com seu leque de interesses. A mediação entre os grupos e os partidos se dá através de escolas de pensamento ou dos chamados intelectuais oportunistas, buscando discursos eficientes.

O discurso mais eficiente é aquele que, incorporando os interesses dos grupos econômicos parceiros, seja vendido como uma utopia ao eleitor.

Em países de pouca tradição programática, os partidos políticos são o chamado cavalo de umbanda. Quando não servem mais, as escolas procuram um novo cavalo para baixar o santo. É o caso de André Lara Rezende, um dos pais do Real, que pulou do PSDB para Marina.

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Historicamente, o jogo da política econômica sempre operou de forma binária. Numa ponta, a fatia nacional da economia, defensora do ativismo do Estado e representada pelos economistas desenvolvimentistas.

Na outra, a fatia internacionalizada do país, mercado financeiro, grandes gestores de fundos, multinacionais brasileiras. Para esses interessa menos estado e maior liberdade do capital. Seguem a chamada escola neoliberal.

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FHC abraçou as teses mercadistas. Deixou o poder enaltecido pelos financistas, amaldiçoado pelos industrialistas e rejeitado pela opinião pública.

Lula abriu espaço para os mercadistas no Banco Central e na Fazenda; para as chamadas forças produtivas no Ministério do Desenvolvimento e Agricultura. E para as forças sociais no Ministério do Desenvolvimento Social e no Bolsa Família. Só conseguiu fechar todas as pontas devido a uma conjuntura internacional favorável.

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Nas últimas eleições, a campanha da oposição concentrou-se em formulações um tanto folclóricas, como ameaça de comunização, farquismo, bolivarismo etc.

Hoje em dia as críticas são mais objetivas, quanto ao voluntarismo, pressa, intervencionismo na economia etc.

Acontece que esses temas  têm pouco impacto na opinião pública.

Mas, tendo como formulador o mesmo André Lara Rezende, há uma confluência de grandes grupos paulistas em criar a utopia Marina.

Essa utopia consiste em substituir o sonho do desenvolvimento pelo sonho da felicidade. O planeta não pode manter o crescimento, sob risco de esgotar totalmente seus recursos.

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Há duas formas de distribuir renda: crescendo, e distribuindo o excedente; ou não crescendo, e expropriando de quem tem para dar a quem não tem. Qual caminho André sugere?

Cidadania e distribuição de renda consistem em levar energia aos mais pobres. Marina chegou a sugerir a proibição até de novas usinas hidrelétricas.

A simbiose André-Marina é tão evidente que, nos últimos dias, ela se pôs a defender até o tripé inflação-rigidez fiscal-câmbio flexível.

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Entre oposicionistas de carne e osso- como Eduardo Campos e Aécio Neves – e fantasias de Avatar, é importante que a oposição não embarque em aventuras.

Luis Nassif

55 Comentários

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  1. A ligaão de Marina com os

    A ligaão de Marina com os grupos econômicos tem me levantado alguma dúvida: A Marina na questão da água ela é uma patrimonialista ou humanista?

    O Ambientalismo da Marina é humanista ou patrimonialista?

     

    Vejam o que disse a respeito da produção de alimentos no Brasil: “A senadora Marina Silva posiciona bruscamente as duas mãos em paralelo, como se quisesse enquadrar um pedaço do ar à sua frente, no gesto clássico dos professores que querem atrair a atenção sobre o que vão dizer: “Quando o Brasil vende cada quilo de grão, precisa pôr na cabeça que está indo aí uma quantidade enorme de água”, começa. “Compram da gente porque temos um insumo chamado água que não é computado no custo do produto, e se esse grão ou esse frango fossem produzidos em Israel ou na Europa, teriam um custo enorme”, prossegue. Sobe o tom: “Somos exportadores de água. E vamos destruir nossas florestas, nossas matas ciliares? É irracional”. A reportagem e a entrevista é de Daniela Chiaretti e publicada pelo jornal Valor, 08-08-2008.” + AQUI

      1. Aplicadas globalmente as

        Aplicadas globalmente as teorias malucas da maluca Marisa Silva, em meia decada teriamos hordas de famintos vagando pelo mundo. Ela se diz sonhatica, mas na verdade acho que ela nao passa de uma lunatica, basta ler a entrevista que ela deu ao Valor Economico para notar que ela anda completamente “fora da casinha”…

        Mas nao nos desesperamos, no Brasil quando menos esperamos a coisa piora…hehe

  2. A luta pelo controle do estado

    Creio que estão desistindo do PSDB com principal alternativa de poder, cansaram de tantos erros seguidos.

    Primeiro não aproveitaram a enorme crise politica de 2005/2006, depois perderam para uma candidata desconhecida, agora segundo as pesquisas a oposição PSDB pode chegar ao segundo turmo, mas seriam derrotados pela Presidenta Dilma.

    Estão tentando fazer o que oposição PSDB não fez em 11 anos do Governo do PT, os seja elaborar um programa e discurso alternativo de governo.

    O fato é que Marina Silva tem um capital político de mais de 20 milhões de voto, que aceitou incorporar parte do discurso liberal, ou seja é uma questão de oportunidade e necessidade.

    1. … um capital político de mais de 20 milhões de voto (sic) …

      Então, tá! 

      Quem votou em 2010 nessa acreana, vai votar de novo nela! 

      E se aparece uma proposta melhor de outro candidato, então o voto de 2010 estaria amarrado, nela, e esse candidato melhor nunca subiria a rampa do palácio de Brasília ? 

      Acho que não. Perdeu em 2010, começa de novo. Afinal, naquele ano as idéias dela não convenceram o suficiente. 

  3. Retórica

    O discurso de Marina é retórica. Pura retórica. Ela não vai mandar paralisar hidrelétricas se virar Presidente, nem vai implantar um modelo “eco-sustentável”. É uma candidata tão real quanto Aécio, e provavelmente tão direitista quanto.

    No máximo, vai economizar a luz do Palácio do Planalto, plantar frutas livres de agrotóxicos na Granja do Torto, querer ser a “Mujica brasileira” (copiando o estilo despojado, mas sem promover as reformas do mesmo), e outros gestos simbólicos e marketeiros. Ela não vai levar o país a um novo “apagão” (acho). Tanto que sua entrada no PSB foi inicialmente celebrada por Ronaldo Caiado.

    Seu discurso é tão retórico quanto o PSDB levantar a ameaça “bolivariana” do PT, ou o PT dizer que as “zelites” estão contra o governo atual. 

    Agora queria, de novo, questionar que tipo de desenvolvimentismo é este que se contrapõe ao neoliberalismo. É o mesmo que foi colocado em prática na ditadura militar? Neste período, o Estado teve ativismo intenso, mas não alterou em nada o sistema de concentração de renda e exclusão vigente no país.

    O discurso de Marina/André Lara não pode ser – apesar de ser retórica, pura retórica – ridicularizado, pois seria muito mais salutar um governo que, pelo menos uma vez na nossa história, priorizasse distribuição de renda ao invés de crescimento econômico. 

    É óbvio que precisamos crescer mais mas, em comparação aos tempos em que Delfim reinava na economia, quanto nosso PIB e nosso PIB per capita cresceu desde aquela época? Já não está na hora do bolo ser repartido (verdadeiramente)? 

    Conforme o Gunter mesmo disse ontem (e se interpretei errado, me corrija), seria muito mais honesto que os nossos políticos (o PT, inclusive) admitissem que perseguem o modelo norte-americano, liberal, que prioriza o progresso econômico mas “cada um per si”, ou seja, sem um sistema de proteção social forte vindo do Estado, ao invés de ficar com sofismas do tipo “vocês estão lascados, mas vamos crescer, aí tudo vai melhorar, estamos trabalhando pra isso, ok?”.

    Vamos ser realistas. Os europeus são modelo em “Welfare State”, mas Cuba tem um PIB per Capita parecido com o nosso, Venezuela idem, e ambos têm indicadores sociais muito melhores que o do Brasil. Não temos grana para implementar um sistema de educação igual o da Finlândia, mas revendo prioridades políticas muita coisa poderia ser melhorada.

    Por isto que é muito mais provável que, caso tenhamos um “salto” de produtividade e nosso PIB cresça estrondosamente, o governo (seja com Dilma, Campos, Marina ou Aécio) prefira tomar medidas tendentes a “facilitar” o ingresso dos incluídos na saúde e educação privados, do que investir o excedente no SUS e numa educação universal, gratuita e de qualidade. 

    No final, o tal do desenvolvimentismo serve para o que sempre serviu: nos manter na condição de eterno país agrário-exportador, louco para enviar matéria bruta para a metrópole (pois é preciso “desenvolver” rápido, tirar máimo proveito das nossas riquezas) para eles nos mandarem de volta mercadorias manufaturadas, pelo dobro do preço.

  4. A dona Marina, primeiro,

    A dona Marina, primeiro, devia aprender o que o mundo está careca de saber: a melhor maneira de se estragar uma ideia é colocá-la em prática.

    1. Você com certeza está se

      Você com certeza está se referindo a ideia de que governabilidade é criar ministérios e distribuí-los, não é?

  5. Bom, se por oposição

    Bom, se por oposição entendermos que faz parte a velha imprensa, ela ja embarcou. A imprensa brasileira nunca teve muitos escrupulos no que diz respeito politica e economia, pois acredita estar defendendo os seus, e esta mesmo. Se acreditarem que o ganho adiante para eles sera maior com Collor que Lula, aposta-se no aventureiro, assim como apostaram no golpe de Estado em cima de um Estado democratico. 

    Lacerda se arrependeu do golpe que apoiou (talvez mais por interesse proprio que pelo Pais), mas ai Inês é morta e ele nunca alcançou o poder que tanto almejou. Lembro Lacerda porque vejo alguns lacerdistas hoje, sem o mesmo talento, querendo a qualquer custo ver o PT fora do Governo Federal.

    Pelo discurso demagogo de anti-chavismo de Marina Silva e pelo pé durante certo tempo em duas canoas de Eduardo Campos, não ficaria nada surpresa se esses ai mesmo, apoiassem qualquer eventual forma de golpe. Os erros do passado nem sempre são levados em consideração no presente, quando imagina-se que tem-se aliados importantes, como a imprensa, que no fundo so é fiel à si mesma.  

    O PSDB tem chances minimas de vencer as eleições. Aécio, pelo jeito, não emplaca. E o Serra, nem os proprios militantes do partido não o suportam mais. E ai, na matematica da velha imprensa, é melhor apostar na sonhatica e no neto de Arraes la do longiquo Nordeste, que ver o PT mais quatro anos la.  

     

  6. Não vejo que a proposta seja

    Não vejo que a proposta seja “substituir o sonho do desenvolvimento pelo sonho da felicidade” pelo menos entre os que defendem com seriedade o chamado ecologismo.

    A situação de que “O planeta não pode manter o crescimento, sob risco de esgotar totalmente seus recursos.” deve ser entendida dentro da procura de uma democracia que proporcione um mínimo de condições de vida para todos. Esse discurso se torna “mainstream” e não é de exclusividade de Marina. Os próprios governos do PT tem tentado implantar esta condição mínima de vida e as políticas brasileiras dentro deste prisma estão sendo elogiadas por todos.

    Se o mundo procura a justiça social, a inserção dos desassistidos, a ampliação da democracia, não será possível deixar de se rever a distribuição das riquezas, a melhor distribuição do consumo para, aqui sim,se evitar a escassez de recursos.

    Alguns exemplos de que se torna indispensável o debate e atitudes em relação aos cuidados com os recursos naturais ou com as “commodities” está nos vários fóruns internacionais sobre o tema, onde o Brasil, nos governos do PT, se tornou o principal articulador e propositor;  na escassez de água em várias regiões,com a “importação” de água de mananciais bem distantes das grandes cidades que tiveram a “capacidade” de esgotar os seus;  as constantes guerras provocadas pelos EUA e pela UE em busca de riquezes naturais e fontes de energia de outros povos.

    Os EUA e a UE já não têm recursos naturais suficientes para as suas demanda e partem para explorar o resto do mundo. E quando a China, Índia, Brasil e Rússia se encontrarem no mesmo patamar, partirão para onde? Por isso a guerra pela África, e este continente não terá os recursos naturais suficientes para atender à todos.

    Aliás, como o próprio texto de Nassif elucida: “Há duas formas de distribuir renda: crescendo, e distribuindo o excedente; ou não crescendo, e expropriando de quem tem para dar a quem não tem.”

    Resolver esta questão acima se torna um fator obrigatório para todos os que defendem o “planejamento”, pois tais condições se tornaram obrigatórias para se preservar no futuro as condições mínimas de consumo e o equilíbrio na população e entre povos.

    Há estudos sérios que concluem que se o padrão de consumo médio da população mundial se aproximar do americano, ou mesmo do europeu (de menor consumo), os recursos se esgotarão.

    O discurso da economia sustentável não é exclusividade de Marina. Assim já se expressou a presidenta Dilma:

    “Na Rio+20, nós demos um passo expressivo na agenda do desenvolvimento sustentável. Alcançamos consenso em torno do objetivo de construir um modelo de desenvolvimento que contemple de forma equilibrada as dimensões econômica, social e ambiental”

    “depois da Rio+20 a palavra desenvolvimento nunca mais deixará de estar associada ao qualificativo de sustentável”.

    “A pobreza não é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento, assim como a proteção ambiental não é uma meta apenas quando a pobreza for superada. Portanto chegamos a uma síntese entre desenvolvimento e erradicação da pobreza e preservação do meio-ambiente.”

    Portanto, estudos, propostas, e decisões estratégicas quanto ao futuro em relação aos recursos naturais se tornam obrigatórios a qualquer um que demonstra seriedade e compromisso com os povos, e quem deixar de trazer este tema ao debate eleitoral se colocará em nítida desvantagem principalmente frente aos mais jovens.

    No mais, a procura do entendimento de uma harmonia entre o discurso de André Lara Resende e Marina Silva se torna desnecessário pela própria constatação, na matéria, de que Lula conseguiu esta proeza e Dilma não está tão distante de harmonizar as “forças produtivas” com as “forças sociais” e ainda com as froças improdutivas dos mercadistas.

    Desta forma entendo que quando Nassif assim se refere;

    “Entre oposicionistas de carne e osso- como Eduardo Campos e Aécio Neves – e fantasias de Avatar, é importante que a oposição não embarque em aventuras.”;

    está simplesmente concluindo de que tanto Campos como Aécio implementarão, ou trarão de volta, tudo aquilo de mais nefasto que ocorreu nos tempos de FHC, ou, como brilhantemente o autor do Post definiu o governo do nosso “farol”:

    “FHC abraçou as teses mercadistas. Deixou o poder enaltecido pelos financistas, amaldiçoado pelos industrialistas e rejeitado pela opinião pública.”

  7. É quase impossível que com as

    É quase impossível que com as posições anteriormente demonstradas ela não venha a trair suas próprias convicções…

    E uma vez traida as suas convicções, TUDO poderá ser traido…

  8. Queimar

    O ruim para a democracia é que a Marina já está baixando o nível, poderá queimar o Eduardo Campos e acabar com uma campanha política baseada em propostas de desenvolvimento para o país. 

    A candidatura do Eduardo Campos agora é de grande importância para sua disputa eleitoral em 2018.  

  9. Nem todas as idéias são iguais

    Têm ideias e ideias.

    Saber separar o joio do trigo é o mistério.

    Fazer como a oposição, quando pega na malandragem e falar que todos roubam para se justificar, é jogar a água do banho fora com o bebe dentro.

    Por exemplo, o uso de estruturas complexas na modelagem de governos é uma ideia que não foi debatida.

  10. Marina, um poço de

    Marina, um poço de contradições

    Maria Inês Nassif

     

    Se tantas opiniões divergentes existem acerca da união de Eduardo Campos e Marina Silva nas eleições do próximo ano, é porque as posições políticas de ambos são eivadas de contradições.

    Marina é um poço delas. As declarações que sucederam a sua inesperada decisão de aderir ao partido de Eduardo Campos apenas expressam uma personalidade política que vem se consolidando desde o início de sua tentativa de voo solo, após sair do governo Lula, rachar com o PT e mergulhar na tentativa de “tomada” de um Partido Verde que já tinha dono, e que não estava disposto a abrir mão do business da política tradicional para entregar a legenda para outra pessoa.

    O relativo sucesso de Marina nas eleições de 2010, quando conseguiu uma votação surpreendente para uma candidata sem partido, e o séquito que a segue desde a campanha, honestamente convencido de que ela é uma alternativa à polarização política entre o PT e o PSDB, que se mantém na política brasileira há quase duas décadas, consolidaram numa personalidade voluntariosa, mística e autoritária a ideia de que fora dela, e dos que a seguem cegamente – ou, de fora do grupo, dão guarida a ela – não há salvação.

    A forma como lidou com suas frustrações política nesse período expressa o personalismo resultante dessa trajetória pessoal e política. No julgamento, pelo STF, da ação de inconstitucionalidade de lei aprovada pelo Congresso que impedia aos novos partidos levar consigo horário eleitoral gratuito e fundo partidário dos deputados que aderiram a eles, Marina exultou e agradeceu ao ministro Gilmar Mendes pela decisão autoritária e sem precedentes de intervir no Legislativo e impedir a tramitação do projeto.

    A decisão de ir para o PSB, pelo simples fato de que Eduardo Campos a apoiou nessa pendenga jurídica, preterindo decisões que pudessem abrigar os interesses de todo o seu grupo político, também é expressão de uma ação política fincada na ideia de que a lealdade à decisão do líder tem que ser incondicional, sob pena de se tornar deslealdade; e de que a decisão pessoal, baseada numa retribuição a um favor, se sobrepõe a uma decisão política.

    Assim como fez antes, quando saiu do Partido Verde, deixou gente para trás; decidiu, não conciliou; a decisão é pessoal, não é ideológica nem expressa a opinião de um grupo político.

    Já dentro do PSB, o incontido personalismo a leva a dizer que tanto ela como Eduardo Campos podem disputar a Presidência, e o grupo que a acompanhou a declarar, com candura, que vai lutar por posições dentro de uma legenda que, todos dizem, é uma opção provisória, enquanto a Rede Sustentabilidade não consegue o seu registro. Isso, depois de Campos ter “limpado” o partido da ala fiel aos irmãos Gomes, do Ceará, e ter deixado claro para os “de dentro” que quem manda no partido é ele.

    Esse movimento inicial de Marina e do grupo que foi junto com ela remete fatalmente a conflitos futuros: não uma união provisória e de conveniência, mas a interiorização, dentro do PSB, de uma guerra de personalidades, que pode conter o crescimento da legenda, uma das que têm um aumento progressivo de parlamentares e governos desde sua criação, pelo avô de Eduardo Campos, Miguel Arraes.

    Até as eleições de 2014, se Campos não conseguir, dentro da legenda, eleger o maior número de deputados fieis a ele, corre o risco de uma debandada em direção à Rede Sustentabilidade, depois que Marina conseguir uma legenda só para si. Daí será o feitiço contra o feiticeiro: a mesma lei que o STF intimidou o Congresso a não mudar (não há sinais de que a matéria venha a ser colocada novamente em pauta, mesmo depois de cassada a liminar de Mendes que proibiu a sua votação) levará para a Rede Sustentabilidade, no futuro, parte da bancada do PSB eleita em 2010 horário gratuito e verbas do fundo partidário.

    Além das contradições decorrentes de personalismo político – ou até em função deles – existem as contradições políticas que Marina leva consigo para um partido que, também em função do personalismo de Campos, é cheio deles.

    Historicamente, os partidos verdes, todas as vezes que privilegiaram o purismo de plataformas ecológicas sem levar em consideração as variáveis de progresso social, flertaram com a direita. Marina tende a isso, e seu grupo provavelmente a seguirá.
    Ocorre que, para ela, esse é um caminho de algum conforto. Ela tem um perfil conservador inerente à sua adesão religiosa à igreja evangélica, e este é um dado de difícil conciliação com seu eleitorado de classe média alta, que tem outros conservadorismos, mas não o de  costumes.

    Num momento em que o debate político não pode ser dissociado do debate sobre desenvolvimento e sobre tecnologia, os dois conservadorismos juntos são explosivos: como lidar, por exemplo, com o desenvolvimento das regiões mais pobres, que começaram a crescer com políticas de distribuição de renda, se persiste o veto à discussão da energia elétrica como matriz energética? Como lidar com questões relativas ao reconhecimento pleno dos direitos de minoria, se há um impedimento religioso da líder à discussão sobre o aborto, por exemplo? E como lidar com questões jurídicas que impedem o desenvolvimento da ciência se há um obstáculo religioso, por exemplo, às pesquisas com células-tronco?

     

     

  11. Desigualdade em queda inibe a poupança!?

    A visão de mercadistas e financistas neste texto Marcelo Côrtes Neri no Valor Econômico – 24/04/2012, no Blog de Ricardo Gallo no IG

    Mais sobre a nossa falta de poupança

    Conceito de poupança: é toda a grana que sobra de nossos rendimentos e que não é gasta em consumo.

    Caderneta de poupança é  apernas uma maneira de acumular poupança, assim como investimentos em  fundos, depósitos em bancos, ações, imóveis, títulos do tesouro,  abertura de negócios, etc.

    Conceito de Capital: resultado da acumulação líquida da nossa poupança ao longo da vida, que é investido em bens que geram renda futura.

    Para que serve poupança: transforma o dinheiro que não é consumido hoje, em muito mais consumo no futuro.

    Vejam o excelente texto abaixo sobre isto recomendado por um leitor desta coluna. O texto é do Marcelo Neri, um economista que entende muito bem as dinâmicas sociais e vai bem além do pensamento monetarista e fiscalista tradicional:

    Mistérios são frutos da falta de conhecimento. Nossa ignorância sobre poupança impressiona pela sua centralidade ao desenvolvimento do país. A taxa de poupança doméstica brasileira é metade da chinesa e um quarto da taxa familiar deles.Nosso parco conhecimento sobre poupança é restrito à área macro, destaque aos estudos de João Issler e Samuel Pessoa. Trabalhos microeconométricos, mesmo tabelinhas descritivas são raros aqui, contrastando com a riqueza de estudos sobre pobreza. A ONU escolheu o Brasil como sede do International Poverty Center, seu think tank global no tema. Há tempos me interessei pelo tema poupança. Minha tese de mestrado na PUC foi sobre o boom de consumo do Cruzado. Fui a Princeton estudar com Angus Deaton, o maior especialista vivo no tema. Ganhei de brinde aulas com Ben Bernanke, John Campbell e cia. Não foi pela falta de bons guias que perdi o rumo da poupança. O fato é que me juntei à bela manada de pesquisadores sobre pobreza e desigualdade, antes a mania era inflação. 

    Seria falta de dados? O Brasil recordista mundial de inflação teve sempre forte demanda por pesquisas de orçamento familiares (POF). POFs permitem incorporar efeitos-substituição de aumentos de preço, gerando índices de inflação mais precisos e baixos. O governo deveria ter financiado mais POFs, nem que fosse só para pagar menos correção monetária na dívida pública. Pelo menos hoje dispomos de POFs nacionais que permitem não só estimar os determinantes de poupança, como medir melhor indicadores de pobreza e de desigualdade.

    Seria a acumulação de poupança tema de sociedades ricas? A literatura de desenvolvimento nega. O jovem agricultor indiano que poupa frente às intempéries climáticas, ou sofre as consequências de não fazê-la, é figurinha fácil nos estudos internacionais. A anedota do campo é que há mais estudos sobre poupadores rurais indianos do que entrevistados em pesquisas domiciliares sobre o tema.

    A baixa taxa de poupança familiar inibe o financiamento do investimento requerido para sustentar altas taxas de crescimento. O Brasil encontra-se num círculo virtuoso onde democracia, equidade e crescimento se retroalimentam. Agora a minha positividade é inversamente proporcional com a perspectiva de taxa de poupança das famílias. Nossa taxa condicionada às suas causas centrais é ainda menor. Senão vejamos:

    Desigualdade em queda inibe a poupança.

    Famílias mais pobres, em particular naquelas em que os filhos estudaram mais tendem a consumir uma parte maior de sua renda. Na década passada a renda da metade mais pobre cresceu 588% mais que a dos 10% mais ricos. A desigualdade de renda brasileira continua caindo pelo efeito combinado de melhoria na distribuição de educação e de programas sociais.

    Poupança precaucional é desincentivada pela crescente estabilidade macroeconômica e pela ampliação do Estado de bem-estar.

    Para além de melhora das rendas correntes, elas provocam redução dos riscos de renda das famílias. A conquista do “investiment grade” e os novos programas sociais sob a égide do Brasil Sem Miséria implicam menor motivação a poupar. Se redistribuir é preciso, Bolsa Família com incentivos à poupança, tipo fundos de pensão, também é preciso.

    Envelhecimento diminui a poupança.

    Na teoria do Ciclo de Vida do Nobel Franco Modigliani, idosos despoupam, em particular sob nossas regras constitucionais. Na transição demográfica em curso, a população idosa cresce três vezes mais rápido que a total. O aumento de renda dos idosos anunciado pelo gatilho do salário mínimo, acaba de disparar reajuste de 14%, prova fumegante do nosso viés gerocrático, ferindo de morte a poupança.

    Juros mais baixos, em particular na captação, desestimulam a poupança.

    As sucessivas quedas da Selic e a pressão sobre os spreads bancários configuram outro viés de baixa poupança.

    Crédito é despoupança.

    Apesar da razão crédito/PIB ter dobrado nos últimos oito anos, é ainda baixa para padrões internacionais. A diminuição das restrições de crédito como no consignado são exemplares.

    Fatia do trabalho e formalização maiores desestimulam a poupança

    Dadas garantias do aviso prévio, FGTS e seguro desemprego.

    Minha Casa, Minha Vida sem incentivos à acumulação prévia também.

    Países quase sem crédito imobiliário, como Japão e Itália, apresentam taxas de poupança financeiras mais altas, voltadas à compra prospectiva de imóveis. Por outro lado, imóveis (e educação) sintetizam bem o hábito construído ao longo de décadas de instabilidade inflacionária de alocar o binômio poupança/investimento em ativos reais.

    São as idéias de Marcelo Côrtes Neri no Valor Econômico – 24/04/2012, republicadas no IG

    http://ricardogallo.ig.com.br/index.php/2013/10/08/mais-sobre-a-nossa-falta-de-poupanca/

    Na minha opinião existe mesmo uma classe média alta muito consumista, que esta gastando muito em Miami e Nova Iorque, queimando nossas divisas, e também há desperdício com assinaturas da Veja, Folha, Estadão, Zero Hora, O Globo, e outras.

    Muitas grana sendo gasta com plásticas, Botox, e lipo.

    Agora: “Desigualdade em queda inibe a poupança”.

    Puxa! mas quanta franqueza, não esconde mesmo o objetivo final é a desigualdade

    Os filhos dos trabalhadores estudando mais tempo e retardando sua entrada no mercado de trabalho, segundo o economista: inibe a poupança. 

    E quanto a: “Envelhecimento diminui a poupança”. Que tal o elixir da juventude eterna. Não creio que alguém sugeriria matar os velhinhos, claro que não.

     

  12. o partido da osmarina

    o partido que dá sustentabilidade para Marina é o PIG (proba imprensa gloriosa).

    esse partido tem o histórico de eleger um presidente desconhecido na maioria do pais: Collor.

    Marina, como proposta para o desenvolvimento e progresso do Brasil é i-r-r-e-l-e-v-a-n-t-e. 

    diria aquele ex presidente de triste memória:

    Marina é tro-lo-ló do pig.

     

    1. silas malafaia

      Uma coisa é certa, Silas Malafaia já deve estar de braços abertos para acolher Marina, os dois têm muito em comum. Ambos acreditam na existência de Satanás, na cura gay, apoiam Feliciano, são homofóbicos, etc.

  13. Tripé

    Não o que pensam, mas o tripé Campos-Marina-André Lara.

    Insisto: é nada diante do que pesa em uma eleição. Tempo na TV, dinheiro para campanha e histórico de realizações quando no governo.

    Do tripé à utopia da felicidade, sobram apenas os votos de Marina pela sua defesa do meio ambiente e, até aqui, descompromissada com a corrupção. Pesa, também, o fato de ainda não ter se exposto a cargos de gestão ampla no Executivo.

    No mais, ela servirá para afugentar de Campos para Aécio, os empresários que já tinham desistido dos desgastados trilhos tucanos.

  14. O Mito do Desenvolvimento

    O Mito do Desenvolvimento Econômico, Celso Furtado (1974, p.19)

    “A importância do estudo feito para o Clube de Roma deriva exatamente do fato de que nele foi abandonada a hipótese de um sistema aberto no que concerne à fronteira dos recursos naturais. Não se encontra aí qualquer preocupação com respeito à crescente dependência dos países altamente industrializados vis-à-vis dos recursos naturais dos demais países, e muito menos com as consequências para estes últimos do uso predatório pelos primeiros de tais recursos.

    A novidade está em que o sistema pôde ser fechado em escala planetária, numa primeira aproximação, no que concerne aos recursos não renováveis. Uma vez fechado o sistema, os autores do estudo formularam a seguinte questão:

    que acontecerá se o desenvolvimento econômico, para o qual estão sendo mobilizados todos os povos da terra, chegar efetivamente a concretizar-se, isto é, se as atuais formas de vida dos povos ricos chegam efetivamente a universalizar-se?

    A resposta a essa pergunta é clara, sem ambiguidades: se tal acontecesse, a pressão sobre os recursos não renováveis e a poluição do meio ambiente seriam de tal ordem (ou, alternativamente, o custo do controle da poluição seria tão elevado) que o sistema econômico mundial entraria necessariamente em colapso”

  15. A Blablarina não aguenta 10

    A Blablarina não aguenta 10 minutos de debate. É oca.

    A Dilma enfrenta o contraditório todo dia, e tá ganhando em 1º turno pelo Vox Populi. Se os protegidos da mídia com toda essa benevolência estão lá atrás, imagina numa disputa eleitoral, onde serão questionados.

  16. TROPA DE ELITE DA FOLHA

    TROPA DE ELITE DA FOLHA DESEMBARCA EM RECIFE

    Edição247-JOSE ANTONIO TEIXEIRA / Reprodução / Agência Senado:

     

    Diretor Otavio Frias Filho, acompanhado da equipe de direção do jornal, tem hoje encontro de gala com o governador de Pernambuco e pré-candidato à presidência, Eduardo Campos; além de conversa de horas, estão marcadas visitas a obras em Pernambuco, como ao porto de Suape; visita acontece um dia depois de a Folha publicar reportagem acusando a presidente Dilma de entregar casas sem água e luz na Bahia; em tempo: não foi Campos quem desembarcou na Barão de Limeira, mas o dono do maior jornal do País quem levou sua equipe à capital pernambucana, incluindo o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, o colunista Vinicius Torres Freire e o secretário de redação Rogério Gentile

     

     

     

    http://www.brasil247.com/pt/247/pernambuco247/118086/Tropa-de-elite-da-Folha-desembarca-em-Recife.htm

     

     

    Estará a Folha abandonando o barco tucano?

    Creio que não.

    A mídia deve estar custurando um acordo prévio para formação de um grande bloco de oposição: Eduardo Campos + Marina Silva + Aécio Neves: todos (incluindo a mídia) contra Dilma, que é o inimigo a derrotar; e quem ganhar ganha o apoio de todos os outros.

    Preparem-se porque lá vem chumbo grosso.

     

    1. Tudo a ver!

      Um segredo de polichinello em sampa: o A. Lara Rezende é um dos principais gurus da familia Frias quando o assunto é $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$

  17. Nassif, sossegue …

    A campanha eleitoral, a exposição da Marina na mídia,  as contradições e o maior alcance de informações aos brasileiros colocarão as ideias da Marina a nú. O brasileiro sabe muito bem que felicidade é um teto, um emprego, filhos na escola e saúde na família. Quando perceberem que o André Lara Rezende pertenceu às hostes de FHC, vão correr da Marina e do Dudu como o diabo corre da cruz. Além disso, sabemos que a imprensa influencia eleições cada vez menos. Inclusive, a Folha já desembarca do Aécio, afinal, visita hoje o Gov. de Pernambuco.

    Finalmente, há uma variante da qual estamos todos esquecendo: o grande eleitor do próximo pleito se chama Lula, e ninguém mais.

    Abcs.

    1. Este é um fator importante.
      A

      Este é um fator importante.

      A Dilma terá tempo mais do que suficiente, durante a campanha, para expor tudo o que fez.

      Em 2010 ela enfrentou o fato de ser desconhecida e uma campanha midiática como nunca havíamos visto, e quase venceu no primeiro turno; dessa vez terá apenas a campanha midiática.

      Podemos esperar eleições sujas, mas a Dilma começa a corrida na frente, e com menos obstáculos do que antes.

      1. Mais ou menos

        Mais ou menos.

        Em relação a 2010, Dilma tem a vantagem de não ser desconhecida e ter algumas realização próprias a mostrar.

        Mas também tem a desvantagem da conjuntura atual do País estar pior do que em relação a 2010, e ainda a desvantagem de o desgaste do mesmo partido no poder ter aumentado de 8 para 12 anos.

        Com relação a mídia, a tendencia é que a campanha contra seja ate maior.

        Também creio na vitória da Dilma, mas não será fácil. Talvez mais difícil que em 2010.

        O Governo deve se preocupara em governar e fazer as coisas bem feitas até o ano que vem.

  18. Marina e sua trajetória,

    Marina e sua trajetória, lembram personagens  da história que   melhor seria esquecer.

    Talvez    metamorfose ,talvez  ideologias   adventícias, cultivadas  no misticismo somados  ao empirismo vivido  

    de  injustiças e violências sociais.

    Marina  pode ser uma incógnita  porém transmite  uma sensação incômoda  de  inconsistência. Aquela mesma, quando  nos deparamos ao  ouvir pregadores de uma fé  que não possuem.

    1. É verdade, Sna, uma fé que

      É verdade, Sna, uma fé que não possuem. Fico imaginando Marina pregando num púlpito de uma igreja evangélica:

       

      – Meus irmãos, fieis que somos dessa nossa maravilhosa igreja, hoje irei retirar Satanás dos corpos de dois de nossos irmãos, Caetano e Sirkis. Por favor, se aproximem os dois.

       

      Caetano e Sirkis se aproximam meio constrangidos. Marina coloca as mãos na cabeça de cada um deles e grita:

       

      – Que Tu, Satanás, abandone os corpos desses nossos irmãos.

       

      Após uma série de outras frases do mesmo tipo, Caetano e Sirkis se ajoelham e caem no chão estrebuchando e rolando. Levantam-se felizes e agradecem a pastora. Aproveitam a ocasião e pagam o dízimo. Enquanto isso os fieis da plateia levantam as mãos para o céu e proclamam:

       

      – Aleluia! Aleluia! Sirkis e Caetano estão livres do demônio!

  19. PSDB eclipsado

    PSDB eclipsado

    Rudá Ricci

    As possibilidades da aliança Marina/Campos escantearem o PSDB da liderança das oposições ao lulismo são gigantescas. Exponho os motivos para fazer esta afirmação:

    1) Aécio está preso ao discurso passadista. Foca os olhos na defesa da gestão de FHC e insiste na agenda das privatizações. Parece colado ao seu irmão siamês, o PT, já que as discussões sobre a criação do PS, no final de 1970, juntavam futuros petistas e tucanos nas mesmas rodas de discussão política. Briga de irmão é sempre mais renhida. Como só olha para o lado, o senador mineiro esquece que grande parte do eleitorado estava na pré-adolescência (ou até na infância) durante a gestão FHC. Já teremos, no próximo ano, 12 anos de gestão lulista. É só fazer as contas: os eleitores na faixa dos 20 anos estavam entrando na puberdade no final da gestão fernandista;

    2) O PSDB, ancorado no DEM e PPS, não dialoga com os jovens manifestantes nem com o eleitorado mais pobre. Caiu na armadilha de tentar garantir o que parecia seu eleitorado cativo, cada vez mais elitizado e com pouca capacidade de influenciar a massa de eleitores. Não dialoga com organizações de massa e se enreda, para piorar o cenário, numa disputa intestina entre tucanos mineiros e paulistas;

    3) A aliança Marina/Campos possui predicados evidentes. Sai do interior do lulismo, o que diminui a desconfiança do eleitor de baixa renda que imagina que uma gestão tucana pode retirar os benefícios que recebeu nos últimos anos. Marina dialoga com dois polos de oposição (real ou latente) ao lulismo: os evangélicos e, de outro, a juventude engajada em projetos que para muitos parecem utópicos. Acredito que Marina seja a novidade real para as eleições de 2014 (assim como as manifestações que ocorrerão durante a Copa do Mundo). Mas Campos cria um lastro para Marina: não é outsider como a líder sonhática, tem boas relações com o alto empresariado e é filho do nordeste. Campos, na verdade, é mais do mesmo em relação à tradição partidária nacional. É uma estampa nova, mas não necessariamente com propostas novas. O que dá equilíbrio à aliança que acaba de nascer;

    4) A questão que fica é se a aliança Marina/Campos terá fôlego para se manter e se enraizar até 2014. Convencer o eleitor do real potencial de realização nunca é tarefa fácil. Mas mesmo que não saia vitoriosa (o que parece, sob os dados de hoje, o mais provável), creio que esta aliança eclipsará a hegemonia oposicionista do PSDB. Tenho para mim que os erros mais recentes dos tucanos fizeram a corrente da bicicleta se soltar. Este tempo perdido parece fatal frente às novidades políticas em curso. Imagino, portanto, que Marina/Campos poderão liderar PSDB, DEM e PPS no próximo período. O poder de fogo e a capacidade de diálogo com setores mais amplos da sociedade parecem maiores para Marina/Campos;

    5) Teremos, assim, uma nova composição oposicionista mais potente, no meu entender, a partir do pleito eleitoral de 2016. Seria ainda mais potente se Marina conseguisse dialogar com os partidos mais à esquerda, com presença significativa entre sindicatos de funcionalismo público (o que mais cresce no país) e juventude rebelde. Mas não parece tarefa fácil. Heloísa Helena, aliada de primeira hora de Marina, saiu do PSOL às turras. Há fortes críticas, pela esquerda, ao conservadorismo religioso de Marina. Mas as ruas, durante a Copa, podem conciliar, ao menos em parte, os outsiders de várias colorações. Talvez. Parece difícil, mas se ocorrer, tucanos perderão de vez seu viço, revelando suas dificuldades de origem para ampliar sua base eleitoral. E o PT terá que colocar suas barbas de molho.

    http://rudaricci.blogspot.com.br/2013/10/psdb-eclipsado.html

    COMENTÁRIOS:

    Até quando esse perfil “sonhático” de Marina vai resistir ao debate, principalmente quando exposta sua visão neoliberal, resultado do doutrinamento de economistas como  André Lara Rezende, Eduardo Giannetti da Fonseca, e outros da Casa das Garças. E a ligação da mesma com algumas grandes empresas, e estou me referindo não eleitor típico, mas esse novo eleitorado citado pelo autor.

    Concordo plenamente com: “Convencer o eleitor do real potencial de realização nunca é tarefa fácil”. E principalmente para um candidato de oposição, pois quem esta situação tem o que mostrar, como o Mais Médicos ou o Minha Casa Minha Vida.

    O conservadorismo religioso de Marina ajuda de um lado e atrapalha de outro, pois em eleições majoritárias a melhor opção de um candidato é a neutralidade, mesmo que a religião do candidato seja majoritária, o que não é o caso.

    Também concordo plenamente com o título do texto: “PSDB eclipsado”

  20. Neste discurso todo, Marina

    Neste discurso todo, Marina parece esquecer que o conceito de “sustentabilidade” transcende a discussão sobre  o meio-ambiente: há também a sustentabilidade econômica, sustentabilidade social, sustentabilidade cultural, e por aí vai.

    O mais irônico de tudo é que o maior fator de insustentabilidade econômica e social no Brasil de hoje se chama “tripé-econômico”, isto é, o criado pelos economistas de FHC, dentre eles o próprio André Lara Resende. 

    É o combinadinho juros altos/superávit primário/câmbio flutuante que assegura que os grandes financistas, nacionais e estrangeiros, fiquem com o maior naco do orçamento público nacional: só de rolagem da dívida + juros, se “perde” quase metade do orçamento federal.

    É dinheiro que deixa de ser investido em saúde, educação, habitação, saneamento básico, seguridade social, infra-estrutura, gerando atendimento insuficiente em hospitais públicos, aposentados que não conseguem pagar suas contas, desabrigados de toda ordem, milhões de brasileiros vivendo ao lado de esgoto a céu aberto…que sustentabilidade têm nesta situação, Marina? E ainda você se propõe a “apertar” e seguir mais ortodoxamente estas regras?

    Por isto que seu discurso é pura retórica.

    No final, vai fazer a mesma coisa que todos os outros candidatos, mesmo que se apresente como “novidade”. O que fica escancarado é André Lara defender a “simplicidade”, ao mesmo tempo que é pregador de um sistema de regras que concentra de forma radical a renda no nosso país.

    Se Marina se preocupasse com algum tipo de sustentabilidade, reuniria-se com uma equipe de economistas de orientação radicalmente contrária a da turma do FHC, para elaborar um discurso alternativo ao tripé-econômico, algo muito mais palatável do que “reduzir a Selic a zero em uma canetada”, ou promover o calote puro e simples da dívida.

    O problema é que, com isto, fugiriam financiadores (tipo a herdeira do Itaú, ou o empresário da Natura), aliados políticos, e por aí vai. André Lara, então, é a “Carta aos Brasileiros” da Marina, garantia de que tudo continuará como antes no quartel de abrantes, mesmo em um ambiente em que se promova um “novo” modo de se governar. 

  21. Só o Tri-Pé??

    A Marina me dá a impressão que para ela, em termos de economia, nada existe além do tri-pé. De duas uma, a aposta do PIG nela, não é para valer, ou, é porque constataram que ela será uma criatura facil de ser dominada. Uma especie de Jane, na ilha do Robinson.

  22. Agronegócio

    A classe econômica ligada ao agronegócio é muito forte e aqueles que não estão com Dilma vão usar a velha mídia, que também é ligada ao agronegócio, para alavancar a candidatura de Eduardo. 

  23. Velhas teses liberais, devidamente camufladas

    Poucas vezes se viu em Pindorama um discurso tão retrógrado e conservador quanto o feito de forma camuflada, à socapa e a sorrelfa, camaleonicamente, pela Yoani Sánchez que fala português, Submarina Silva. 

    Atrás daquele discurso verdista e ‘horizontalizado’ vigoram teses liberais em matéria econômica e conservadoras em matéria de costumes. Osmarina Radonski é um embuste sob qualquer ângulo que se analise. 

    É o velho que tenta se apresentar como novo. É o pseudo ambientalismo, em sua vertente conservacionista, que prega que os países em desenvolvimento não devem se industrializar, pois isto é muito ‘poluente’… 

    Ou seja, fiquemos nós como eternos exportadores de produtos ‘in natura’ e importadores de produtos industrializados! 

    Isto é a velha falácia liberal das ‘vantagens comparativas’, tese que se fosse aplicada no passado ao Brasil, faria com que ainda fossemos exportadores de açúcar, banana e café, e importadores de produtos industrializados fabricados nos países centrais… 

    Marina Margaret Thatcher da Silva não conhece as teses de Raul Prebisch, sobre o desenvolvimento desigual e combinado dos países de capitalismo periférico ou tardio? Conhece sim. E as renega!

    Enfim, Marinárvore Selva é hoje a fina flor do conservadorismo político e econômico nacional. É a voz do neoliberalismo disfarçado e disputa com Aécio Neves a primazia, a herança e o ‘legado’ de Fernando Henrique Cardoso.

  24. ……..Há duas formas de

    ……..Há duas formas de distribuir renda: crescendo, e distribuindo o excedente; ou não crescendo, e expropriando de quem tem para dar a quem não tem. Qual caminho André sugere?……..

    Faltou a terceira forma, a distribuição digo remoção de renda dos que tem pouco -a dita classe média e dos que nada tem , para a “elite”, prática comum no Brasil até pouco tempo. 

    Em uma tira do Niquel Náusea, este pergunta a três perus quais os seus nomes e a resposta é Natal, Natalício e Natalino e em seguida os três se perguntam qual a razão dos seus nomes. Um economista aclamado pelos financistas, que segundo lí em algum lugar dá a seus cavalos tratamento  de dândis, incluindo viagens internacionais escolherá qual caminho?

  25. André Aráujo

    Segundo artigo de análise da conjuntura político-econômico que, penso eu, merece comentários do Araújo, mas quá!…

    André, cadâ você, meu filho?

  26. Possível ligação Traíragem-Itaú

    Tenho ouvido falar muito da ligação trairagem/sustentabilidade/Itaú. Como ando por fora dessa maracutáia, pediria a alguém mais informado que nos infrome, com dados e links, sobre essa relação e até que ponto isso se estende.

    Como correntista itaúano, gostaria de saber todos os envolvimentos desse banco com a trairagem marina/dudu. Caso exista mesmo esse link, encerro minha conta segunda-feira próxima.

    Sei que pode parecer quixotesco e uma andorinha não faz verão.. Mas se todos nós pressionarmos podemos fazer muito. Na pior das hipóteses, tenho o conformo moral de saber qu emeu suado dinheirinho não vai pra financiar trairagem e privataria. Já tô com as prospectos da Caixa e do banco do Brasil em mãos….

     

    1. Pode crer que esta é a

      Pode crer que esta é a verdadeira solução, tambem conhecida como controle remoto.

      Se agirmos assim liquidaremos com todos os trairas deste pais e caminharemos com maior rapidez para uma vida digna para TODOS OS BRASILEIROS.

    2. Possível ligação Traíragem-Itaú

      Também sou assim, se depender de mim, saio, entro, faço que minha consciência me obriga, não comungo com traição, mas BB e CEF? 
      Bradesco! Para mim, quanto mais afastado do desgoverno melhor funciona, menos te cobra, mais te trata bem!

      Eu gosto de ser bem tratada!

  27. Naturina

    Não vale a pena focar nessa triste dama atormentada pelo ciúme. Foquemos na Natura e no Banco Itaú e, através destes, ao poder global que ameaça permanentemente o Brasil. O jogo é do Governo contra interesses multinacionais, que querem manter o Brasil colônia. O resto é fumaça!

  28. Sustentabilidade insustentável.

    Vem cá… Marina é tão importante assim pra ser motivo de dois posts e dois um caminhões de comentários? Mesmo sendo vice?  Imagina se a moça fosse candidata ao trono do Palácio do Planalto…

    1. Saco de farinha completo

      A chapa Marina-Campos é a terceira via oficial, montada para tapar a brecha das últimas eleições é que dá mais peso esta candidatura institucional dos donos do poder.

      São farinhas do mesmo saco, PT, PSDB e terceira via oficial, que não bronqueia com os juros pornográficos pagos pelos brasileiros e com o dinheiro perverso que circula por aqui.

      Acorda, Dilma!

      1. Acorda, Alexandre Weber

         

        Tentando me abster um pouco desse seu chatíssimo mantra (Acorda, Dilma), você acha o quê?

        Que o PSB também não é “farinha do mesmo saco”?

        Que a solução de tudo é o Eduardo Campos (cuja vice pode vir a desbancá-lo como candidato do PSB)?

          1. Confusão

            Pois é Francy, o Cláudio não leu com atenção o que escrevi, infelizmente. Devia estar com sono rsrsrsrsrsrs…..

            Por outro lado, hoje a terceira via real está mais confusa e complexa do que nas últimas eleições, por um lado o poder tenta fechar as brechas na sua defesa e por outro, o leque de candidatos viáveis, com densidade eleitoral e divulgação no Brasil diminuiu muito, no meu gosto resume-se aos candidatos do PMDB com apoio do Temer e que, na minha humilde opinião, deveria lançar o Requião para presidente e o Temer para vice.

            Seria uma retomada natural do papel protagonista do PMDB, só que desta vez muito mais amadurecido pelo exercício da governança, o Sarney seria um conselheiro nato e o Renam e Simon  os apaziguadores das disputas internas.

            Têm mais do que condição de virar o jogo a favor do povo e do Brasil, com as ruas exigindo mudanças, penso que é questão de tempo para lançarem a chapa.

            Os outros partidos estão fragilizados pelos erros repetidos  que cometeram e corneados pela conjuntura internacional altamente adversa.

  29. Qual o problema da oposição
    Qual o problema da oposição embarcar em aventuras? Prá quem quer a reeleição isso é bom, não?
    Agora “escola neoliberal” não existe. Ou seu contraponto seria a “escola neo-estatista’…

  30. È mais do mesmo de toda

    È mais do mesmo de toda campanha eleitoral, todos tem a velha ambição de se sentar naquela cadeira, o que vem depois são detalhes, os que apoiam tem seus próprios interesses, muitos inconfessaveis, o povo é só o meio para chegar naquela finalidade, sem muita relevancia depois da eleição, por que os que apoiaram vão cobrar a fatura; vão tentar bombar alguns candidatos para forçar o segundo turno, fazem isso desde que eu me conheço por gente, os endinheirados vão correr com o dinheiro e a midia vai correr com a influencia que acredita ainda possuir, como um site que está noticiando que um jornal daqui de sp está indo em peso beijar a mão de certo candidato, como se esse mesmo site não tentasse bombar a candidatura do candidato mineiro, e os eleitores no meio de tudo isso, inclusive do bla bla bla dos tais “cientistas politicos” essa praga que aparece nesses tempos,  muitas vezes sendo feito de bobos; é isso, toda campanha eleitoral é praticamnete igual.

  31. Marina me preocupa …

    … com essa xenofobia ambiental:

    Imagino o que ela poderia fazer, se seguirmos o que se anda falando por aí:

    vai mandar desligar as usinas geradoras hidrelétricas, o que obviamente vai provocar uma luta ferrenha sobre a pouca energia elétrica disponível gerada pelos cataventos e pelo sol; 

    vai cobrar um imposto sobre a água, como se esse insumo fosse acabar – na verdade ele circula pela atmosfera;

    vai proibir a circulação de automóveis, construção de casas de tijolos (afinal estas consomem aço, cimento e calor), instalação de fábricas, agricultura empresarial … 

    Isso vai gerar uma disputa ferocíssima sobre os parcos recursos ainda não indisponíveis, não é? E ainda se associa a banqueiros !!

    E depois de algum tempo, ao descobrir que o bicho homem brasileiro, em sua maioria, salvo os índios, é imigrante e é o maior alterador do ambiente, vai expulsar todos os descendentes de imigrantes daqui. 

    Pensando nas consequencias, isso vai levar o Brasil direto para a época pré-cabralina! 

    Essa xenofobia ambiental me parece ser uma consequencia do fim do comunismo nos anos 1990 – os seus seguidores, ao perderem a tal bandeira do socialismo, se voltaram para essa defesa ambiental, para o verde, como gostam de dizer. 

    Por isto são conhecidos como “melancias” – verdes por fora, vermelhos por dentro. 

    Precisamos de idéias novas, não de velharias. 

  32. O meu tripé tem seis pontas.

     

    Luis Nassif,

    De certo modo este seu post é uma continuidade do seu post de ontem, quarta-feira, 16/10/2013 às 09:53, “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva”. Neste sentido penso que vale lembrar que o link de twitter que você deixou não é para o post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva”. O link que você deixou aqui neste post “A utopia improvável de Marina Silva”, de quinta-feira, 17/10/2013 às 13:12, é para a reportagem “Era Dilma teria abandonado tripé econômico” de terça-feira, 15/10/13, de autoria de Mariana Mainenti e foi publicado no site do Brasil Econômico que se localiza no IG. Já o endereço do post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva” aqui no seu blog é o que se segue:

    https://jornalggn.com.br/noticia/as-pecas-do-jogo-no-discurso-velho-novo-de-marina-silva

    Eu gostei muito do post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva” e que é continuado neste post “A utopia improvável de Marina Silva” de que eu também gostei.

    Achei interessante a sua análise do governo Lula e concordo com ela. Diz você:

    “Lula abriu espaço para os mercadistas no Banco Central e na Fazenda; para as chamadas forças produtivas no Ministério do Desenvolvimento e Agricultura. E para as forças sociais no Ministério do Desenvolvimento Social e no Bolsa Família. Só conseguiu fechar todas as pontas devido a uma conjuntura internacional favorável”.

    Eu não tenho dúvida que Lula fez e foi o que fez e foi em razão muito das circunstâncias. O que eu penso que deve ser mais explicitado é que em um sistema capitalista e em uma dada democracia em um país sem partidos políticos com capacidade de hegemonia, uma das circunstâncias que deve ser considerada em uma a avaliação favorável do governo Lula, consiste justamente na existência de tripé contra o qual pouco pode ser feito. Não podendo destruir, o governo teve que usar o tripé a favor dele.

    Primeiro explicitemos o que se chama de tripé que tem muito mais pontas. Ele é constituído pelo 1) Regime de Metas de Inflação, 2) Regime de Câmbio Flutuante, 3) Regime de liberação do fluxo de capital, 4) Regime de liberação do comércio exterior, 5) O Regime de Superávit primário para abater a dívida pública, 6) O Regime da Lei de Responsabilidade Fiscal e outros de menor importância.

    Para o mal e para o bem todas essas pontas do tripé foram circunstâncias que favoreceram a administração do governo Lula. A elas juntaram outras circunstâncias às quais o governo soube agarrar e tirar o melhor proveito. Lembro apenas que a Lei de Responsabilidade Fiscal não é muito bem entendida e ela foi durante muito tempo e ainda é bastante louvada. Para ver, entretanto, quantos problemas ela também provoca, eu lembro que o limite da dívida americana é uma Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Então uma análise da realidade política e econômica brasileira tem que levar em conta que estamos em um regime capitalista, em uma democracia e que não há nenhuma força hegemônica suficiente para colocar de lado estas duas circunstâncias (Capitalismo e Democracia) ou mesmo expressões mais frágeis destas duas circunstâncias como são quaisquer das pontas do tripé que eu relacionei acima.

    Faço, entretanto, um senão a seus dois posts. De certo modo a sua crítica a Marina Silva se sustenta na crítica ao modelo alternativo de desenvolvimento proposto por André Lara Resende. Não cabe, entretanto, estender a crítica que se faz ao modelo alternativo que André Lara Resende propõe fazendo também a crítica ao discurso dele (Ou da Marina Silva) em defesa do tripé econômico. O discurso em defesa do tripé é retórico. Pode até ser visto em comparação com o PT como uma carta aos brasileiros de Marina Silva. Ele, no entanto, não é necessário. Apenas funciona como uma bengala. Não alcança a grande massa da população e não alcança também aos empresários, pois esses sabem que não há partido com força suficiente para mudar o modelo. É um discurso que tem efeito em alguns setores de formadores de opinião que pode junto a uma classe média angariar voto, mas o que se tem que atentar que não há como implementar uma mudança no tripé..

    Em razão da previsibilidade da política brasileira e da percepção de que não haverá mudança substancial no tripé econômico seja com Dilma Rousseff seja com Marina Silva ou Eduardo Campos, eu procurei atentar mais para alguns dos comentários a este seu post “A utopia improvável de Marina Silva”. Há o grupo com um viés anti Marina muito forte que em meu entendimento não consegue agregar uma crítica mais consistente a Marina Silva. Mesmo um comentarista como o de Diogo Costa, no comentário dele enviado quinta-feira, 17/10/23013 às 13:58, não conseguiu mostrar Marina Silva como uma candidata conservadora e retrógada como ele acusa sob o aspecto econômico. Ela é retrógada e conservadora em aspectos já conhecidos.

    A surpresa maior foi a pouca manifestação de comentaristas que deveriam ter uma postura mais favorável a Marina Silva. Postura mais favorável não em razão do apoio que ela dará ao tripé econômico, mas em relação ao discurso de André Lara Resende em favor de uma parada no crescimento.

    Dois comentaristas de quem eu esperaria esta manifestação seriam Assis Ribeiro e ArthurTaguti. ArthurTaguti enviou quarta-feira, 16/10/2013 às 20:11, um comentário mais crítico ao seu post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva”. No comentário dele ele faz a crítica ao modelo desenvolvimentista e menciona a este respeito, o Celso Furtado no livro “O Mito do Desenvolvimento Econômico”. Não gostei do comentário dele lá, pois considerei cheio dos lugares comuns igualando o pendor desenvolvimentista do atual governo com o pendor desenvolvimentista do período da ditadura militar. Trata-se de dois modelos de desenvolvimento diferente. E não é só para falar mal do desenvolvimento posto em prática pela ditadura militar. Mesmo reconhecendo que se tratava de um modelo de desenvolvimento concentrador de renda, cabe palmas à ditadura militar quando ela, por exemplo, criou a aposentadoria rural. O grande problema daquela época, além da concentração de renda, que está sendo amenizada no atual governo foi a ditadura.

    E aqui no post “A utopia improvável de Marina Silva” há dois comentários de ArthuTaguti. Há um enviado quinta-feira, 17/10/2013 às 13:14, em que ele faz uma espécie de complementação do comentário dele no post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva”, mas agora se dedicando mais a desconstruir a Marina Silva. No comentário ao post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva” ele apenas dissera que Marina Silva não era uma estadista. Há ainda um primeiro comentário que ele enviou quinta-feira, 17/10/2013 às 09:41, em que ele, ArthurTaguti, na primeira parte acusa o discurso de Marina Silva de ser um discurso retórico. Agora, eu considero que a nossa avaliação do discurso político deve evitar a retórica, mas o discurso político, principalmente da oposição, não tem como não ser retórico, a menos que ele encontre as condições ou circunstâncias para fazer um discurso crítico incisivo. O discurso retórico é difícil para a situação, mas não há lei que a (a situação) interdite de o fazer. E na segunda parte ele se põe contrário à ridicularizar o discurso Marina Silva/André Lara Resende. Eu não creio que se deva ridicularizar o discurso Marina Silva/André Lara Resende, mas apenas mostrar que este discurso não é benéfico para toda a sociedade brasileira. Dizer isso não é ridicularizar.

    E apontei para o comentário de Arthur Taguti de quinta-feira, 17/10/2013 às 09:41, aqui no post “A utopia improvável de Marina Silva” porque ele faz a crítica, a meu ver correta, do tripé econômico. Só que é uma crítica desvinculada da realidade. Isto é uma crítica inadequada para a realidade de um país capitalista e democrático que não possui uma força hegemônica capaz de executar uma grande mudança na economia brasileira e não temer as consequências de curto prazo que uma mudança brusca produziria.

    O Assis Ribeiro trouxe aqui para o post também dois comentários. O primeiro enviado quinta-feira, 17/10/2013 às 10:26. E o segundo enviado quinta-feira, 17/10/2013 às 11:49. No primeiro ele pinça algumas frases suas aqui neste post “A utopia improvável de Marina Silva” e as desenvolve acrescentando bastante e bem ao que você dissera, salvo em meu entendimento quando ele transcreve a sua seguinte frase:

    “Entre oposicionistas de carne e osso- como Eduardo Campos e Aécio Neves – e fantasias de Avatar, é importante que a oposição não embarque em aventuras.”

    E diz que com essa sua frase você queria dizer que “tanto Campos como Aécio implementarão, ou trarão de volta, tudo aquilo de mais nefasto que ocorreu nos tempos de FHC”. Não considerei que você quisesse dizer isso. Para mim seu alerta é contra o conjunto das idéias associadas na preservação ecológica acima de qualquer outra prioridade como proposto pela Marina Silva e na defesa do arrefecimento do crescimento econômico como proposto por André Lara Resende. Achei que Assis Ribeiro exagerou na interpretação de sua frase, mas é claro que se foi isso que você quis dizer, eu avalio que você está exagerando.

    E o segundo comentário de Assis Ribeiro deveria ter sido feito junto ao comentário de ArthurTaguti enviado quarta-feira, 16/10/2013 às 20:11, junto ao seu post “As peças do jogo no discurso velho-novo de Marina Silva”, pois ArthurTaguti havia feito referência ao livro de Celso Furtado “O Mito do Desenvolvimento Econômico”. O segundo comentário de Assis Ribeiro, enviado quinta-feira, 17/10/2013 às 11:49 faz a transcrição de trecho do livro “O Mito do Desenvolvimento Econômico”. Chamo atenção aqui porque o comentário dele, por indicação de João Paulo Caldeira virou o post “Celso Furtado e o mito do desenvolvimento econômico” de quinta-feira, 17/10/2013 às 12:07. O endereço do post “Celso Furtado e o mito do desenvolvimento econômico” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/celso-furtado-e-o-mito-do-desenvolvimento-economico

    Eu enviei quinta-feira, 17/10/2013 às 14:26, um comentário para Assis Ribeiro, onde faço remissão a alguns posts aqui no seu blog onde as idéias de Andre Lara Resende foram discutidas. E deixei também a indicação de dois post que valem aqui mencionar. Um intitulado “Precisamos encarar que o mundo grita: ‘chega de crescer'” de domingo, 07/07/2013 às 22:09, aqui no seu blog e originado de comentário de Assis Ribeiro e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/precisamos-encarar-que-o-mundo-grita-chega-de-crescer

    Ainda não foram recuperados os comentários junto ao post “Precisamos encarar que o mundo grita: ‘chega de crescer'”.

    E deixei também a indicação do post “Não existe uma política econômica de Estado no Brasil” de segunda-feira, 08/07/2013 às 18:00, originado de um comentário de ArthurTaguti feito exatamente para o post “Precisamos encarar que o mundo grita: ‘chega de crescer'”. O endereço do post “Não existe uma política econômica de Estado no Brasil” é (ainda no Advivo):

    http://www.advivo.com.br/node/1435381

    Deixo o endereço do post “Não existe uma política econômica de Estado no Brasil” porque tenho um comentário com boas indicações de textos que tratam da questão do desenvolvimento.

    Assis Ribeiro e ArthurTaguti não apresentam a mesma opinião sobre a questão do crescimento e desenvolvimento. Penso que Assis Ribeiro faz a defesa de menos crescimento em uma visão mais ecologista e menos capitalista. Os textos de ArthurTaguti ganharam mais expressão a partir das manifestações de junho e se vinculam bastante a uma crítica genérica ao PT de não ter feito as grandes transformações de que o Brasil precisa.

    A minha resistência a essas duas visões que embora com diferenças apontam para o mesmo caminho de redução do crescimento consiste em lembrar que sem crescimento o país não terá renda para ser distribuída nem para levar receita para o Estado. Além disso, o fator principal para se preocupar em manter o crescimento econômico é a geração de emprego. A sociedade ainda não está organizada para assegurar emprego sem crescimento econômico. É um modelo para um futuro distante.

    E há que se considerar que o governo do PT ao priorizar a distribuição de renda, ele reduz o crescimento. Um país cresce muito mais rápido se o crescimento for injusto, pois para ser justo não se pode privilegiar a eficiência. Crescer com muito eficiência, ou seja, empregando a mão de obra mais eficiente, leva, entretanto, a uma sociedade muito desigual e isto paralisa mais à frente o crescimento. Crescer com mais justiça reduz o crescimento mas há condições de se manter o crescimento por mais tempo. A crise de 2008 foi em muito fruto da grande desigualdade gerada por um crescimento descontrolado e desigual da economia.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 17/10/2013

  33. André tem a doença do Figueiredo,prefere cheiro do cavalo
    a cheiro de Povo.
    Vejam só onde Marina foi obter conhecimento sobre política econômica!.
    Na cabecinha dela política econômica é o contraponto da política social.
    O plano Real, que noinguém diga que é mentira, Desnacionalizou o Paíz , tirou muito de nossa capacidade de usar o Mercado interno para turbinar nosso desenvolvimento científico e tecnológico. p.ex O Centro de pesquisa da Telebras em Campinas era o quinto maior do mundo. Imaginem as Companhias Telefônicas em nossas mãos.
    TItelef, Itáli Móbile tem ações do governo italiano.
    VIVO e Telefónica: tem aões do Governo Espanhol
    EDP Energias de Portugal.ec.e etc e ainda tem gente que não acredita em desnacionalização e só ficam contando uma estória focando em privatização.
    Os Industriais, esses chorôes , foram os que mais louvavam a ENTREGA DAS ESTATAIS, não houve uma simples privatização, hoyve sim UMA BAITA DESNACIONALIZAÇÃO.
    2-pLANO rEAL PROVOCOU uma brutal taxa de juros que nossa dívida pública foi para a ESTRATOSFERA, estamos pagando isso até hoje .
    Quê inteligência, quê iluminados são esses que vendem tudo , pagam juros escorchantes e deixam uma brutal dívida pública?
    FHC paredom pra voc ê . Tú vendestes o futuro de meus bisnetos,!

  34. Retocando a maquiagem

    O senhor Nassif (titia está proibida de usar ironia aqui), como sempre, traz debates interessantes…

    Titia resolveu retocar o texto onde encontrou os problemas de sempre…vamos ao “fatiamento”, nova moda nos tribunais superiores da Inquisição(ops, desculpe a ironia):

    “(…)

    Historicamente, o jogo da política econômica sempre operou de forma binária. Numa ponta, a fatia nacional da economia, defensora do ativismo do Estado e representada pelos economistas desenvolvimentistas.

    Na outra, a fatia internacionalizada do país, mercado financeiro, grandes gestores de fundos, multinacionais brasileiras. Para esses interessa menos estado e maior liberdade do capital. Seguem a chamada escola neoliberal.”

    Opinião de titia: Esta divisão, embora resolva problemas de ordem político-ideológica, não dá conta da realidade. Os chamados “liberais”, ou “mercadistas” não querem pouco ou nenhum Estado…Isto é falso como uma nota de três reais…Eles(ambos)querem muito Estado, porque liberais querem despejar bilhões e bilhões de orçamentos públicos (impostos) no pagamento da arbitragem do bordel dos fluxos de capitais…(juros)…

    Liberais querem o mesmo dos intervencionistas ou desenvolvimentistas, ou seja, o dinheiro do Estado (tributos de todos), a diferença é que no primeiro caso (liberais), há uma tendência descarada a concentração de riqueza, e na segunda (intervencionistas) a concentração é menor, e deixa escapar algum para as camadas mais pobres.

    “(…)FHC abraçou as teses mercadistas. Deixou o poder enaltecido pelos financistas, amaldiçoado pelos industrialistas e rejeitado pela opinião pública.

    Lula abriu espaço para os mercadistas no Banco Central e na Fazenda; para as chamadas forças produtivas no Ministério do Desenvolvimento e Agricultura. E para as forças sociais no Ministério do Desenvolvimento Social e no Bolsa Família. Só conseguiu fechar todas as pontas devido a uma conjuntura internacional favorável.”

    Opinião de titia: Falso, de novo…Lula não juntou as pontas pela “conjuntura favorável”, isto é uma deselegância com a História, para usar um termo polido…Titia reivindica que Lula juntou as pontas porque quis, politicamente, juntar estas pontas, e disse a cada um destes setores o que deveria ser feito…Ora bolas, dizer que a “conjuntura internacional” determinou o ciclo político iniciado com Lula é reduzir perigosamente o debate ao mecanicismo (determinismo) econômico…Não é nada disto, os números macroeconômicos do Brasil não são apenas um bolha de commodities…isto seria desprezar os investimentos da Petrobras (pré-sal), o deslocamento de renda para a massa salarial, a política (às vezes equivocada) de desonerações anti-cíclicas (2008, 2009, 2010), etc, etc, etc…

    Detalhe: o espaço dos mercadistas, menos que uma necessidade do “pacto de consenso lulilsta, foi uma imposição (política)decorrente do terrorismo da banca pré-posse, preparado, principalmente, para tolher parte do capital eleitoral que ribombava das urnas…é bom não esquecer…

    “(…)Nas últimas eleições, a campanha da oposição concentrou-se em formulações um tanto folclóricas, como ameaça de comunização, farquismo, bolivarismo etc.

    Hoje em dia as críticas são mais objetivas, quanto ao voluntarismo, pressa, intervencionismo na economia etc.

    Acontece que esses temas  têm pouco impacto na opinião pública.(…)”

    Opinião de titia: Onde é que o senhor Nassif tem visto críticas “objetivas” na oposição… O viés de análise do “voluntarismo, pressa ou intervencionismo” tem demonstrado um nível tão ruim que debater bolivarianismo até mais inteligente, se considerarmos todas as implipcações de derivações que podem ser entabuladas(limites da liberdade de imprensa, convivência com setores da oposição, etc). 

    Mas, tendo como formulador o mesmo André Lara Rezende, há uma confluência de grandes grupos paulistas em criar a utopia Marina.

    Essa utopia consiste em substituir o sonho do desenvolvimento pelo sonho da felicidade. O planeta não pode manter o crescimento, sob risco de esgotar totalmente seus recursos.

    “(…)Há duas formas de distribuir renda: crescendo, e distribuindo o excedente; ou não crescendo, e expropriando de quem tem para dar a quem não tem. Qual caminho André sugere?(…)”

    Opinião de titia: Este não é um dilema de gente como André, senhor Nassif, porque para eles a distribuição de renda não é premissa, pois veja: eles defendem modelos de crescimento que concentram renda, e de sistemas tributários regressivos, que sobrecarregam os mais pobres…titia não entendeu a pergunta do Senhor Nassif, será que ele está sendo irônico?

    “(…)Cidadania e distribuição de renda consistem em levar energia aos mais pobres. Marina chegou a sugerir a proibição até de novas usinas hidrelétricas.

    A simbiose André-Marina é tão evidente que, nos últimos dias, ela se pôs a defender até o tripé inflação-rigidez fiscal-câmbio flexível.

    Entre oposicionistas de carne e osso- como Eduardo Campos e Aécio Neves – e fantasias de Avatar, é importante que a oposição não embarque em aventuras.(…)”

    Opinião de titia: aventura é tudo que resta a oposição, senhor Nassif…

     

  35. Marineiros, um perigo à vista

    Achei algo muito estranha a atitude de marineiros no auge das manifestações dos que queriam mais, quando estávamos pressentindo um golpe bem próximo, nos dias que invadiram a marquize do Congresso uns nóias e ficaram lá zanzando de um lado para o outro. Nestes momentos mais tenebrosos foi que apareceu um abaixo assinado, encabeçado por Pedro Abramovay, justamente, aquele que foi demitido por Dilma no começo de seu governo, por ter sofrido acusações, parece que era o secretário anti-drogas, algo assim. O tal abaixo-assinado pedia, pura e simplesmente, o impeachment de Dilma ( ! ) Nem mesmo os tucanos ousaram tanto. Não havia elemento algum para que Dilma pudesse ser impeachmizada, mas o oportunismo foi tanto que já se puseram a querer depôr a presidenta, aparentemente, confiantes no golpe em curso. Achei isso muito grave, e essa gente muito perigosa. E depois, ainda por cima soubémos que era um marineiro aquele que incitava a invasão do Itamaraty pondo em risco as obras de arte. Por outro lado, acho que não têm chances eleitorais, mas devem ser melhor observados e identificados seus objetivos.

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