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O deputado federal mais votado pelo Rio de Janeiro nas eleições de 2014 depois de inventar o “não-estupro” por falta de “merecimento”, acaba de propor o conceito de ‘gravidez indesejada pelos patrões’; verdadeiros primores de criatividade do pensamento machista nacional.
Para não generalizar e criar um “preconceito reverso” (sinais de asco – inexistentes no teclado – em “reverso”) é preciso ressalvar que nem todo machista é um fascista, entretanto, seguindo as lições de Mestre Eco, aprendemos que o fascismo eterno incita seus seguidores à guerra permanente e ao heroísmo, duas empreitadas e jogos muito difíceis mesmo para os mais vigorosos “machos alfa”. E é por isso que o fascista de origem projeta sua ânsia de poder para questões sexuais.
O padrão de comportamento que se segue, uma composição de menoscabo pelas mulheres e de intolerância virulenta contra hábitos sexuais não conformistas, como a homossexualidade ou o celibato, são implicações do machismo originado daquela projeção, que por outra derivação escapista para jogos menos seletivos e intrincados do que os eróticos produz um exacerbado apreço pela contemplação e manipulação de armas como fonte de prazer.
A lógica obtusa de que a gravidez é uma justificativa para as diferenças salariais e condições de trabalho das mulheres expõe, no mínimo, uma falta de entendimento básico da realidade: as gestações, ao seu termo, trazem à luz homens e mulheres na mesma proporção.
É por este singelo fato natural que as mulheres são responsáveis pelas etapas mais arriscadas, penosas e desgastantes do provimento de cem por cento da mão de obra existente no mundo do trabalho remunerado ou não.
No mínimo por isso, as mulheres devem ser tratadas pela sociedade com todas as medidas protetivas da legislação trabalhista atual, bem como qualquer possível futura ampliação daquelas, que desloque de parte dos lucros e resultados das atividades econômicas alguma compensação pelo seu papel imprescindível na continuidade e constante renovação da força humana de trabalho.
O machismo misógino, homofóbico e de arma na cintura é mais uma das características daquilo que Eco chamou de protofascismo, ou fascismo eterno.
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