Norte de Gaza está sem hospitais e apenas nove operam na Faixa de Gaza; pacientes morrem sem atendimento

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Pacientes começam a morrer sem atendimento. Segundo a OMS, desde o dia 7 de outubro foram reportados 246 ataques a instalações de saúde

A OMS e a ONU realizaram nesta quinta (21) outra missão conjunta de alto risco aos hospitais Al-Ahli Arab e Al-Shifa, no norte de Gaza. Foto: Tedros Adhanom Ghebreyesus/OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (21) que não existe nenhum hospital operacional no norte de Gaza enquanto apenas nove operam em todo o território palestino, no meio de bombardeios incessantes das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

“Na realidade, não existem mais hospitais funcionais no norte”, afirmou o representante da organização internacional de saúde nos Territórios Palestinianos Ocupados, Richard Peeperkorn, em conferência de imprensa.

Segundo a OMS, desde o dia 7 de outubro foram reportados 246 ataques a instalações de saúde na Faixa de Gaza, dos quais 26 hospitais e 76 ambulâncias foram alvos.

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Peeperkorn disse que o hospital Al-Ahli já não admite novos feridos, ao mesmo tempo em que destacou que os corpos dos recentes ataques “estão amontoados no seu pátio, uma vez que não podem ser enterrados com segurança”. 

O alto funcionário da OMS lembrou que as forças de ocupação detiveram 20 membros do pessoal de saúde do hospital, dos quais, embora seis tenham sido libertados, foram obrigados a deslocar-se para o sul da Faixa de Gaza.

“Nossa equipe não tem palavras para descrever a situação catastrófica que nossos pacientes e profissionais de saúde enfrentam”, disse ele.

A OMS reiterou o apelo ao respeito pelo direito humanitário internacional, especialmente no que diz respeito à proteção dos profissionais de saúde, pacientes, instalações de saúde e ambulâncias.

Mortes por falta de hospitais

Centenas de feridos morreram no hospital Al-Shifa, o maior de toda a Faixa de Gaza, em consequência da falta de serviços de saúde devido à ofensiva israelita, denunciou também nesta quinta-feira (21) o Ministério da Saúde do território.

“Os hospitais do norte de Gaza estão fora de serviço”, afirmou o porta-voz da entidade.

Por outro lado, 5 mil pessoas feridas precisam partir urgentemente para tratamento no estrangeiro para não perderem a vida. O contínuo esgotamento das vacinas para crianças agrava a situação de saúde dos recém-nascidos, especialmente nos abrigos.

As equipes desta carteira detectaram 355 mil casos de doenças cutâneas e infecciosas, e o número provavelmente será muito maior.

Os ataques das forças de ocupação resultaram na morte de 310 membros do Ministério da Saúde e na destruição de 102 ambulâncias. Enquanto isso, há 99 médicos presos.

Dados gerais de mortos

Os palestinos mortos pela ofensiva israelense ultrapassam os 20 mil. Entre os mortos, 8 mil são crianças, 6,2 mil mulheres e 97 jornalistas, segundo a contagem da Saúde.

Estima-se que cerca de 6.700 corpos permanecem presos sob os escombros, 70% deles civis, e mais de 52.600 pessoas estão feridas.

Com informações da Al Jazeera e TeleSur

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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