Putin analisa “guerra híbrida” contra a Rússia, avanço da Otan e Europa fragmentada pelos EUA

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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A atividade da Otan aumentou "acentuadamente", na análise de Putin, e importantes forças dos EUA se mudaram para as fronteiras com a Rússia

Vladimir Putin concorrerá a mais um mandato de seis anos na Rússia, país que trava uma guerra contra a Ucrânia. Foto: Agência Xinhua

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta terça-feira (19), enquanto presidia uma reunião no Ministério da Defesa do país, que “o Ocidente continua a travar uma guerra híbrida contra a Rússia”. Enquanto isso, “fornece a Kiev informações de inteligência em tempo real e transfere armas”.

Guerra híbrida é uma estratégia militar que mescla táticas de guerra política, guerra convencional, guerra irregular e ciberguerra com outros métodos como desinformação, diplomacia, lawfare (guerra jurídica) e intervenção eleitoral externa.

Putin afirmou que a “natureza agressiva” da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) “já não pode ser escondida”, uma vez que as suas “reivindicações de supremacia global” estão explicitamente consagradas em documentos dos Estados Unidos (EUA).

A atividade do bloco militar da Otan como um todo aumentou “acentuadamente”, na análise de Putin, e que importantes forças dos EUA, incluindo a aviação, se mudaram para as fronteiras com a Rússia, bem como o número de tropas da aliança com a Europa Oriental e Central aumentou.

Segundo o líder do Kremlin, a Casa Branca ficou muito assustada com a abordagem da Rússia na Europa, porque acreditam que deveriam ser os donos daquela região. “Eles têm sido assustadores o tempo todo: aqui, a malvada Rússia os ameaça”, ironizou Putin.

Análise sobre líderes europeus 

Putin garantiu que os líderes europeus não acreditam que a Rússia irá à guerra contra a Europa. “Falei com muitos líderes e eles disseram-me: ‘Por que é que têm medo de nós? Compreendemos que a Rússia não vai entrar em guerra com a Europa’. Não vamos lutar contra a Europa mesmo agora”, disse ele.

Sublinhou que os EUA “arrastaram” deliberadamente a Rússia e a Europa para o conflito na Ucrânia. Relativamente a esta última nação, o líder russo reiterou que Moscou não tinha outra opção e Washington aproveitou a situação.

“Simplesmente não poderíamos nos comportar de outra maneira. Ou teríamos que desistir de tudo e vê-los comer tudo, devorando tudo o que era nosso, nossa herança nativa russa. Eles perceberam que não poderíamos fazer isso”, disse Putin.

Os EUA exploram a Europa, na opinião de Putin, “de forma descarada e implacável para os seus próprios interesses, transferindo para eles o fardo da responsabilidade financeira e dos pagamentos”. Destacou que os EUA querem fazer com a Rússia o que fizeram com a Europa: dividi-la em pedaços.

Com informações da TeleSur e Sputnik

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Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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