No 2º turno, campanha deixa de lado templos evangélicos

Por Dario C Lenza

Da Folha

Campanha some de ‘corredor evangélico’ em SP

DIÓGENES CAMPANHA, PAULO GAMA

Apesar da busca dos candidatos a prefeito de São Paulo pelo apoio de bispos e pastores, a campanha eleitoral no segundo turno desapareceu das portas dos templos do “corredor evangélico”, região no centro-leste da capital paulista que reúne sedes das principais igrejas neopentecostais do país.

No primeiro turno, os fiéis que chegavam para as celebrações no entorno da avenida Celso Garcia, que tem templos da Igreja Universal e de duas das principais correntes da Assembleia de Deus, eram disputados por cabos eleitorais de candidatos a vereador apoiados pelas igrejas.

Com a corrida à Câmara já encerrada e Celso Russomanno (PRB), que era apoiado pela Universal, fora do segundo turno, as calçadas ficaram livres de cavaletes e santinhos.

Nesta semana, não houve mobilização nas portas das sedes dos Ministérios do Belém e de Madureira da Assembleia de Deus, que apoiam José Serra (PSDB), nem da Universal, que não formalizou apoio no segundo turno.

Um cenário bem diferente do verificado na reta final do primeiro turno, quando três campanhas entregavam material produzido sob medida para a Assembleia de Madureira. Os panfletos de Adilson Amadeu (PTB), Patrícia Bezerra (PSDB) e Sandra Tadeu (DEM) mostravam fotos dos candidatos ao lado do casal de líderes da igreja, os pastores Samuel e Keyla Ferreira.

O sumiço dos cabos eleitorais no segundo turno reflete um engajamento muito maior das igrejas na eleição de vereadores, com a perspectiva de que eles atuem em prol de interesses das instituições, como a flexibilização de alvarás e da lei do Psiu, que regula a poluição sonora e é usada para multar as igrejas.

Amadeu, Bezerra e Tadeu foram eleitos, assim como Marta Costa (PSD), filha do pastor José Wellington, líder da Assembleia do Belém.

O PSD também reelegeu o pastor Souza Santos, cuja campanha monopolizava as calçadas dos templos da Universal na zona leste.

Na catedral da igreja na Celso Garcia, o material do então candidato era guardado em uma tenda de oração, montada para oferecer preces a quem passava na rua. A tenda continua armada, mas agora é ocupada apenas por impressos da Universal.

Os únicos resquícios da mobilização são adesivos na calçada, que começam a se desgastar pelo tempo.

O “corredor evangélico” é a porta de entrada da zona leste, maior concentração de evangélicos da cidade.

Luis Nassif

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