Ronaldo Bicalho
Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Importação brasileira de gasolina: cenários e impactos

Por Luciano Losekann e Gustavo Haydt, do Blog Infopetro

Nos últimos dois anos, a importação de gasolina se tornou uma forte preocupação de política energética e econômica no Brasil. Em 2012, foram importados 3,7 bilhões de litros de gasolina A. O dispêndio com importação foi de US$ 2,9 bilhões e 12% da gasolina A utilizada no Brasil foi importada em 2012. Esses valores não eram observados no país desde a década de 1970, quando o país era fortemente dependente de suprimento externo de energia.

A postagem “Oferta apertada de etanol e perspectivas de importação de gasolina” apontou que a importação de gasolina será muito significativa nos próximos anos se a oferta de etanol continuar restringida. Nessa postagem, serão apresentadas as projeções de importação de gasolina em diferentes cenários de oferta de etanol e de mistura de etanol anidro na gasolina.  Além disso, serão estimados o dispêndio com importações e o prejuízo que pode gerar ao importador, a Petrobras, em contexto que os preços internacionais e domésticos estão descolados.

A restrição de oferta de etanol se reflete em seu preço relativo pouco competitivo com a gasolina. Consideramos três possibilidades de preço relativo de etanol: 0,70, 0,75 e 0,80, e duas possibilidades de mistura de etanol anidro, 20% e 25% (E20 e E25).

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Somente se a oferta de etanol se recuperar e o preço relativo for inferior a 0,70, o Brasil não importará gasolina nos próximos dez anos. Esse patamar de preços corresponde à média brasileira até 2008. Nos demais cenários, as importações de gasolina são bastante significativas. No cenário mais crítico, que corresponde à manutenção da situação atual – preço relativo de 0,80 e mistura de 20% de etanol anidro, as importações alcançam 13,5 bilhões de litros em 2022.

Considerando o custo médio de importação de gasolina observado em 2012, US$ 0,788 por litro (ANP, 2013), pode-se estimar o impacto desses cenários sobre a balança comercial brasileira. O cenário de gasolina C E25 e preço relativo médio de 0,70 é o único a apresentar resultado positivo. No cenário mais crítico (E20 e preço relativo de 0,80), o déficit com a importação de gasolina supera US$ 10 bilhões em 2022.

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Como o preço da gasolina no mercado internacional é superior ao preço praticado domesticamente, a compra de derivados no mercado internacional implica em prejuízo para o importador (Petrobras). (…) O texto continua no Blog Infopetro.

Ronaldo Bicalho

Pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

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