MARCHAS DO ANACRONISMO – coisas verdadeiras ou quase que vi e ouvi na capital paulista em 22/03/2014

Hoje pela manhã um jovem filiado ao PSOL, filho de um dileto amigo que ajudou a fundar o PT, me ligou pela manhã. Com a voz embargada pela gravidade da situação e empregando uma modalidade discursiva que quase sempre fica engraçada quando utilizada por alguém com vinte e poucos anos, ele me convidou para a Marcha Contra o Fascismo em São Paulo. A marcha sairia da Praça da Sé e iria até a sede do DOI-CODI. Curioso, resolvi ir à tal manifestação. Fomos em três, eu o garoto e o pai dele. Na Praça da Sé encontramos um amigo, que também foi militante do PT e hoje é funcionário de carreira estadual. Ao grupo de somou um comunista de quarenta e poucos anos amigo do amigo que encontramos na Sé.

Quando chegamos no marco zero de São Paulo, algumas centenas de pessoas estavam reunídas lá. Era cedo, então fomos tomar um café no Centro Cultural do Banco do Brasil. No caminho passamos por um pastor vociferando sua mensagem fundamentalista evangélica como se o fim do mundo estivesse alí mesmo naquela esquina. Quando voltamos para a Sé a praça já estava bem mais cheia. Difícil dizer se havia nela mais militantes ou policiais.

Vários ativistas s se revezaram no microfone antes da marcha começar. A maioria dos discursos foram proferidos de improviso por jovens que tratavam os PMs como se eles fossem o inimigo, a encarnação de todo mal. Alguns exigiram a desmilitarização da PM, outros limitavam-se a provocar verbalmente os soldados convocados a acompanhar o cortejo anti-fascista e um fundamentalista de esquerda me fez lembrar o pastor evangélico que vira há meia hora na outra ponta da praça. O tom das manifestações verbais foi ficando cada vez mais inflamado depois que a marcha começou. As reprovação à ditadura militar finda, ao PT (chamado de verdadeira direita) e a repressão policial se multiplicavam ao infinito.

Há algumas quadras da Praça da Sé topamos com o Senador Suplicy. Ele estava parado numa esquina conversando com alguém. Notei que ele estava com uma aparência bastante frágil e envelhecida. Disse ao meu companheiro de jornada que o Senador petista deveria estar usando maquiagem quando aparecia na TV, porque ao vivo a figura dele era bastante feia e desagradável.

Os discursos juvenis inflamados rapidamente se transformaram numa gritaria irracional e irritante. Comentei com o comunista ao meu lado que sentia saudades das obras da Editora Progresso. Afinal, a maioria daqueles garotos não tinha tido oportunidade de ler textos de Lenin como “O Estado e a Revolução”, “Um passo a frente dois atrás” e “Esquerdismo, doença infantil do comunismo” em volumes luxuosos contendo traduções bem cuidadas para o português castiço ou para o espanhol. “Aprendi espanhol lendo os livros da Progresso” me disse o comunista de meia idade. “Eu também” – respondi. 

Uma moça domina o microfone por vários minutos. Não consigo mais prestar atenção ao conteúdo dos discursos. Além de anacrônicos e exageradamente emocionados, eles começam a evocar lembranças historiográficas zombeteiras em minha consciência maquiavélica. “Esta moça parece até Girolamo Savanarola levando os florentinos ao delírio. Em breve ela começará a gritar queimem os livros, queimem os quadros” – disse alto atraíndo olhares de reprovação de alguns militantes.

Meu amigo servidor estadual se despede. Diz “Estou cansado de escutar estes discursos vazios e que não levam a lugar nenhum. Vou almoçar.” – arrematou. Uns dez minutos depois ele me liga no celular dizendo que cruzou a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. A descrição rápida que ele me faz do movimento de direita que emporcalha a cidade num outro ponto é chocante.

“Cara, isto aqui parece um zoológico. A passeata dos caras da direita é composta por um monte de fortões. Tem gente rosnando e gente resando. Homens velhos vestidos em uniformes militares. Faixas exigindo a volta dos militares ao poder. Vi um mini-araponga de óculos escuros metido num terno amarrotado, parecia esconder um porrete na cintura por dentro da calça. Um dos fortões parece cosplay de um daqueles personagens do jogo Street Figther, aquele com o cabelo escovinha arrepiado para cima cujo nome não lembro. Vem pra cá que aqui tá bem mais divertido. Um verdadeiro circo do inferno. Tem mais gente aqui do que aí” – assegurou-me. “E polícia, tem muito aí? – perguntei. “Tem, menos do que onde você está.” Repassei a informação secreta trasmitida por meu espião aos colegas de marcha. O comunista ficou horrorizado. “Ele está zoando. Deve estar mentindo. Duvido que lá tem mais gente que aqui.”- disse com seriedade. 

Seguimos adiante. Faço uma crítica a natureza anacrônica de alguns discursos que estão sendo proferidos pelos militantes da esquerda retrô. O garoto que me convidou para a marcha me repreende. “A história é cíclica, cara, e a ditadura pode retornar” – diz. “A ditadura foi fruto de um contexto histórico que não existe mais. A história não é cíclica. Só alguns filósofos, geógrafos e sociólogos acreditam nesta bobagem”- digo para provocar o rapaz, que é formado em geografia pela PUC. Irritado, ele me chama de hegeliano retomando uma discussão que tivemos pelo Facebook na semana anterior. Pego firme no braço dele e começo a chacoalhá-lo dizendo que ele é nietzschiano e que não existem nietzschianos da esquerda, porque Nietzsche era de direita. O pai do garoto e o comunista riem de nossa discussão, que naquele momento despertou-lhes mais atenção e interesse do que o palavrório vomitado nos microfones.

Chegamos a estação da Luz do Metrô e eu sento. Meus joelhos podres já estão doendo. Do outro lado da rua vários policiais observam o cortejo. Alguns deles conversam com os colegas, mas é impossível saber o que eles estão dizendo. Cansado e dolorido, olho para aqueles policiais jovens e vigorosos em posição de sentido. Sinto uma empatia momentânea por eles. Apesar das provocações, que se tornam cada vez mais intensas e acintosas, eles não agrediram ninguém. “Querem saber – digo aos meus colegas em pé ao lado – eu até que admiro estes policiais alí. Eles tem um autocontrole que eu não tenho. Vocês sabem… ninguém tem sangue de barata. Para falar a verdade eu mesmo já teria metido a mão na cara de alguns destes Savanarolas da esquerda retrô se estivesse ali, vestido de policial, trabalhando e sendo provocado constantemente.” O comunista e o pai do garoto não discordaram de mim. Na verdade eles também já haviam feito comentários sobre a desnecessidade das provocações feitas aos PMs. “É preciso manter o foco e estas provocações quase sempre produzem merda” – disse o comunista. “Os policiais estão trabalhando e devem ser ignorados” – havia dito o pai petista ao filho psolista para acalmá-lo quando ele demonstrou temor ao ver um grande contingente de policiais chegar à Praça da Sé.

O cortejo lentamente seguiu seu caminho sinuoso até a suposta sede do DOI-CODI, que surpreendentemente ficava próxima à estação Julio Prestes da CPTM. Ao chegar ao nosso destino ri e disse aos meus colegas de marcha que alí era a sede do DOPS. Meu pai, que se tornou comunista no princípio da década de 1950 e foi perseguido durante o início da Ditadura Militar, havia sido cliente preferencial daquele órgão. Ele tinha até sido fichado pelo DOPS pouco depois de aderir ao PCB. O verdadeiro DOI-CODI era na Rua Tutoia, 121, Paraíso. Mas não efetuei uma reclamação formal aos organizadores do evento, nem tampouco critiquei o equivoco cometido pelo garoto que me convidou para a Marcha Contra o Fascismo. Se tivessemos ido da Praça da Sé ao verdadeiro DOI-CODI eu provavelmente teria me sentido torturado por causa da distância.

Ligo novamente para meu amigo servidor estadual. Combinamos tomar uma cerveja na Praça Roosevelt, onde rapidamente chegamos após pegar o metrô na Luz. Sentados saboreando birras, vemos passar um cortejo de atores caminhando de costas na mesma calçada. Eles entoam uma palavra de ordem bastante sugestiva: “Que o Brasil não volte para traz! Que o Brasil não volte para traz! Que o Brasil não vonte para traz!” Conversamos um pouco sobre amenidades e politicagens e nos despedimos. Eu o garoto e o pai dele descemos para a estação do Metrô do Anhangabaú. No caminho passamos por dois gays e uma moça tomando birras num outro bar. Eles nos param e perguntam se fomos na Marcha Contra o Fascismo. Paramos.

“Cara. Nós fomos lá ver a Marcha da Direita. Mano, vocês precisavam ver. Aquilo era surreal. Velhos metidos em uniformes, gente rezando ou gritando palavras de ordem contra os comunistas e o comunismo. Eu e este aqui ficamos mostrando o dedo de negativo para eles. Mas ela mostrou o dedo em forma de penis para os tais.” “Aquilo me deu arrepios” – disse a moça visivelmente impressionada. Tranquilizei-a. Disse-lhe que aquela Marcha da Família com Deus pela Liberdade era anacrônica, que o contexto histórico hoje é diferente do de 1964, que alguns daqueles militares velhos estavam se borrando de medo e com razão, porque tinham cometido crimes e temiam ser punidos pelos crimes que cometeram. Não eram militares, eram apenas criminosos querendo se safar da Justiça. Os que os acompanhavam estavam tão desconectados da realidade nacional que provavelmente tinham problemas psiquíatricos. Aquilo não representava absolutamente nada no espectro político brasileiro. Não era um movimento da direita, era um Movimento Tarja Preta. “Tarja Preta dos remédios que eles usam ou deveriam usar, entendem.” Os dois gays e a moça começaram a rir.

E para faze-los rir ainda mais, disse que ao mostrar o dedo em forma de penis para eles a moça provavelmente os tinha deixado felizes e excitados. “Isto (fazendo o mesmo gesto obsceno) é o que os veados da direita mais gostam. Eles são raivosos, mas também gostam disto.” – assegurei-lhes. “Enrrustidos do caralho, deveriam liberar geral!” – completou a moça gargalhando.

De tudo o que vi e ouvi no dia de hoje, a única coisa importante, conectada à realidade brasileira e digna de nota foi aquela marcha teatral que ocorreu na Praça Roossevelt. A mensagem breve e leve (“Que o Brasil não volte para traz! Que o Brasil não volte para traz! Que o Brasil não vonte para traz!”) se mostrou cativante e eficaz, especialmente porque ironicamente acompanhada do movimento contrário ao que era dito. Os atores da Roosevelt conseguiram representar bem o anacronismo dos dois outros movimentos. As marchas da esquerda retrô inflamada e da direita Tarja Preta, para mim, não significaram absolutamente nada do ponto de vista político. No limite, ambas podem ser consideradas apenas blocos carnavalescos tardios. Deixamos as imediações do DOPS pouco antes do final da concentração. Até então o comportamento da PM foi exemplar apesar das provocações verbais. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

23 Comentários

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  1. Movimento Tarja Preta

    (…Aquilo não representava absolutamente nada no espectro político brasileiro. Não era um movimento da direita, era um Movimento Tarja Preta. “Tarja Preta dos remédios que eles usam ou deveriam usar, entendem.” Os dois gays e a moça começaram a rir. )

    Eu também ri muito, obrigada pelo texto. 

  2. 1a à direita, 2a à esquerda, em frente…

    Relatos sérios e piadas

    Lições importantes e deboche

    Medos e alegrias

    Todos usando as ruas, encontrando gente

    No encontro, análises

    A PM fazendo seu papel

    Alguém ainda acredita que tão cedo uma ditadura seja implantada no Brasil?

    Viva a Democracia!

    1. Pelo bem do Brasil, chamem o Blanka!

      Parem as maquinas, o Guile estava presente!

      O cara tem a bandeira dos EUA tatuada nos bracos. Isso prova que essa marcha eh coisa da CIA. O Obama esta por tras de tudo! Eu sabia, eu SABIA!!! Um milico americano infiltrado!

      Vou convocar uma marcha em resposta e vou convidar o Blanka. Esse sim, verde, mutante, eletrico e com madeixas laranjas eh um legitimo brasileiro!

       

  3. Essa tá lá no Azenha

    Na praça da Sé, parte dos participantes do protesto ocupou as escadarias da catedral para ouvir os últimos discursos. Alguns minutos depois, com o local quase totalmente vazio, um homem alto, forte e de cabelo curto aproximou-se de um grupo de fotógrafos e repórteres que conversavam: “Jornalistas, tomem cuidado, os black blocs estão vindo aí! Não queremos que vocês se machuquem”. E seguiu: “Eles são patrocinados pelo PT, pela Dilma, que dão suporte a eles. E o Zé Dirceu manda dinheiro para eles da cadeia”, disse. “Vocês têm que entender isso!”. 

  4. Quando a esquerda radical

    Quando a esquerda radical toma o poder os primeiros a morrer são os da esquerda moderada.

    Falam em democracia mas o intuito primário é impedir a manifestação de qualquer um contrário a sua ideologia.

    O estranho é que os antifascistas são mais fascistas do que os que eles supostamente combatem.

    1. Falou o “liberal” q justifica as prisoes ilegais em Guantanamo

      E ainda tem a cara de pau de criticar a suposta falta de democracia da esquerda… 

      SANTO DE PAU OCO! 

      a

      1. A rotina esquerdista de se

        A rotina esquerdista de se fazer de desentendido distorcendo,  ai eu tenho que explicar a posição e quem se explica ta perdendo.

        Democracia e esquerdismos são coisas antagônicas, esquerdismo é coletivismo.

        Se a esquerda falar o que vai fazer nunca toma o poder.

        Sobre Quantânamo poderia usar o mesmo argumento do presidente Lula e da DIlma para não salvar a vida de presos politicos em Cuba, cada pais tem a soberania para decidir seu caminho.

        Eu já penso diferente quero justiça para todos independente de quem seja, não importa a origem, e não se deve usar o sofrimento humano como arma na guerra politica como vocês fazem e como abusam disso. 

        1. Além de tudo, vc é muito ignorante

          Vem me dizer que toda a esquerda é coletivista? Diz isso para uma anarquista? Deixe-me ROLAR DE RIR. 

          Só sabe repetir clichês. 

          E se você quisesse justiça independentemente de quem seja, nao deveria ter amenizado a questao das prisoes de Guantânamo como fez. 

          Repito: SANTO DE PAU OCO. 

  5. Poema As Marchas

    As marchas

    Marcus Vinicius de Azevedo Braga

    Marcha mixa,

    Marcha murcha,

    Apesar do merchandising…

    Também, mudou o marchand,

    Mudou a marca,

    Marciana em tempos modernos.

    Marcha, soldado, cabeça de papel…

    Mexeu a marcha,

    Com os imaginários, os medos,

    Mostrou manchas de nossa marcha

    Como nação.

    Marcha soldado, cabeça de papel…

    Mudos para as questões marcantes,

    Os machos da marcha

    Mentalizam soluções mágicas

    Para a nossa imaturidade gigante.

    Um tempo de marchas,

    De marcas,

    De marketing,

    De micos,

    De mitos e de murros,

    De mechas e de charme.

     Marcha soldado, cabeça de papel…

    Me chama a chama da minha marcha,

    Mexendo com meu “metier”,

    Achando que marchamos morosamente,

    Mas todo dia,

    Como enxames que montam

    Novos nichos, novas chamas

    No chamado caminho.

    Marcha soldado, cabeça de papel…

    Marchas necessitam de metas,

    De um archote,

    Clamam por ações para além do chá.

    Somente chisme não é democrático…

    Achaques, achismos não cheiram bem,

    Chafurdam em chororôs!

    Marcha soldado, cabeça de papel…

    Um achado seria

    A chance de mudarmos as relações

    Para além dos choques

    Dos “Chivas”,

    Das Chaves,

    Dos “Mishas”,

    Dos mexericos,

    E das mechas dos canhões.

    Mas, isso é mais que puro merchandising!

    Marcha soldado, cabeça de papel,

    Se não marchar direito,

    Vai preso no quartel!

     

     

     

  6. Parabéns SP,,,emocionante ver a esquerda unida contra a ditadura

    Parabéns povo de SP, e vcs não cairam na provocação dos sem voto do RJ que, é claro, foi manchete no JN enquanto que sobre essa bela manifestação anti-fascista em SP nem um segundo sequer na telinha da Blobo…Vida que segue

  7. Três coisas que não coloquei

    Três coisas que não coloquei no relato.

    A primeira foi que deixei meu guarda-chuva no café do Centro Cultural do Banco do Brasil. Ainda bem que não choveu.

    A segunda é que eu ri bastante quando a Marcha Contra o Fascismo passou na Casper Líbero e notei que o prédio onde funcionava a Justiça do Trabalho (conhecido na década de 1980 como “A Gaiola das Loucas”, porque o TRT havia reunido lá vários juizes gays)  foi destinado à Justiça Militar (o que provavelmente deve ter irritado os machões fardados, presumindo que eles conheçam a história do prédio). Se os advogados que militam na Justiça Militar passarem a chamar o local de “A Gaiola das Loucas Fardadas” não ficarei surpreso.

    A terceira é ainda mais curiosa. Após pagar a conta no bar da Roosevelt, enfiei despreocupadamente as notas e as moedas no bolso. E só hoje notei que a garota do caixa me deu uma moeda argentina de 50 centavos e uma moeda uruguaia de 2 carpincho. Fiquei bastante feliz com minhas novas moedas. Afinal, pouco depois da Marcha Contra o Fascismo passar pela “Gaiola das Loucas” eu havia apontado para o garoto que estava conosco o local exato onde ficava a banca de um senhor que vendia moedas estrangeiras aos advogados na época que a Justiça do Trabalho ainda funcionava na Casper Líbero. Eu era cliente dele e, para falar a verdade, já havia até esquecido das minhas moedas estrangeiras quando percebi as novas aquisições que fiz involutariamente ontem. 

    Aqui as moedas que recebi ontem na Roosevelt: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=769129353110895&set=a.198878050136031.49141.100000415136357&type=1&theater

     

     

  8. O Eduardo Guimarães disse no

    O Eduardo Guimarães disse no Face que foi em uma dessas marcha dos reaças.

    Foi reconhecidos por um deles como  blogueiro do PT. 

    Ele tentou argumentar dizendo que não era bem assim, que ele era independente, mas não teve jeito, os caras partiram para cima. A única solução possível no momento foi correr, e correr muito. E foi o que fez até pegar o metrô.

    Só por isso já dá para sentir o nível dos caras.

    Eles vivem num Brasil paralelo que está completamente fora do que é o Brasil real. E o que é pior, eles realmente acreditam nisso.

    São um bando de cão chupando manga, e tomando remédio de tarja preta como autor disse.

  9. delicioso relato

    juro que fiquei preocupada com a a marcha. irritada mesmo. porém, os resultados apresentados pelas redes sociais me tranquilizaram, e aliviada quase fechei mais essa página. no entanto, seu relato trouxe a realidade dos ares que aqueceram este dia em sampa. ri, aprendi, compartilhei, guardarei esta página! muito bom!!!

  10. Os lunáticos da ultra-direita

    Os lunáticos da ultra-direita chamam o PT de comunista… Os revoluciotontos da extrema-esquerda chamam o PT de “verdadeira direita” (como se conhecessem o que é uma direita reacionária de fato). Os dois tem como inimigo comum o PT, por razões distintas; os direitistas por perderem sucessivas eleições, o esquerdistas porque o PT não aplicou o anacrônico programa preconizado pela esquerda dos tempos da Guerra Fria… Ambos os grupos se odeiam, mas tem em comum o ódio ao PT, vá entender! Nem Freud explica… A Física talvez… quando diz que os opostos se atraem… o que neste caso é verdade, pelo menos em alguns pontos…

  11. Divórcio do PT e as ruas  
    Divórcio do PT e as ruas    .Esse texto comprova o sentimento nos movimentos populares de que o Divórcio do PT com as ruas já está sedimentado. Nem eles mesmo escondem mais a repugnância por protestos vindos das “marchas da esquerda retrô inflamada”, como o próprio autor as define.
    1 – O senador petista Suplicy é uma pedra no Sapato do próprio PT paulista. A insistência dele em ir até os movimentos populares causa tanto incômodo no autor que ele chega a atacá-lo pessoalmente:”Notei que ele estava com uma aparência bastante frágil e envelhecida. Disse ao meu companheiro de jornada que o Senador petista deveria estar usando maquiagem quando aparecia na TV, porque ao vivo a figura dele era bastante feia e desagradável.” – Com esses amigos de partido, o Suplicy nem precisa de adversários políticos.
    2 – É cada vez mais comum nos blogueiros petistas o elogio à policia anti-protestos:”olho para aqueles policiais jovens e vigorosos em posição de sentido. Sinto uma empatia momentânea por eles.” “Para falar a verdade eu mesmo já teria metido a mão na cara de alguns destes Savanarolas da esquerda retrô se estivesse ali, vestido de policial, trabalhando e sendo provocado constantemente.” – Com uma esquerda que pensa assim, ninguém precisa de direita.
    3 – A tentativa de desmerecer a dignidade dos manifestantes é típica de um colunista da revista Veja: “Os discursos juvenis inflamados rapidamente se transformaram numa gritaria irracional e irritante.” “Não consigo mais prestar atenção ao conteúdo dos discursos. Além de anacrônicos e exageradamente emocionados, eles começam a evocar lembranças historiográficas zombeteiras em minha consciência maquiavélica. Esta moça parece até Girolamo Savanarola levando os florentinos ao delírio. Em breve ela começará a gritar queimem os livros, queimem os quadros” – É o famoso ataque ad hominem.
    4 – O autor insiste em rotular as manifestações de esquerda de anacrônicas e desconectada à realidade brasileira, mas declara:”Comentei com o comunista ao meu lado que sentia saudades das obras da Editora Progresso. Afinal, a maioria daqueles garotos não tinha tido oportunidade de ler textos de Lenin como “O Estado e a Revolução”, “Um passo a frente dois atrás” e “Esquerdismo, doença infantil do comunismo” em volumes luxuosos” – É o sujo falando do mal lavado
    5 – Parece que o PSoL virou o inimigo número um dos petistas:  “Pego firme no braço dele e começo a chacoalhá-lo dizendo que ele é nietzschiano e que não existem nietzschianos da esquerda, porque Nietzsche era de direita”. – Quem dera se eles gastassem energias batendo nos vários Sarneys e Renan Calheiros do Congresso.

    1. O autor deste comentário faz

      O autor deste comentário faz muitas presunções sobre minha pessoa, razão pela qual terei que respondê-lo:

       

      1- Sou eleitor do Suplicy há décadas e continuarei votando nele enquanto acreditar que ele representa os interesses do meu Estado. Não o critico e não o criticaria em razão dele ir às ruas sempre que ele achar necessário. Mas isto não me impede de perceber o divórcio entre a imagem pessoal e presencial do meu senador e a imagem dele na TV.

       

      2- O autor presume que sou petista. Não sou petista e, para falar a verdade, gostaria muito que o autor do comentário exibisse aqui minha ficha de filiação ao PT. ​ Se ele conseguir apresentar uma ficha recente de filiação minha ao PT serei obrigado a processar alguém, pois o documento terá sido falsificado por algum pilantra.

       

      3- Segundo o autor minha crítica aos movimentos sociais é igual a da Veja.  Mauroncard  não poderia estar mais enganado. E deveria ter se informado antes de falar bobagem. Se fizesse uma pesquisa na internet ele descobriria que já fui atacado pessoalmente pelo Reinaldo Azevedo em seu blog, justamente por não ter um “perfil Veja”: 

      https://www.facebook.com/DireitistasCaricatos/posts/389939251099403

      http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/niemeyer-e-os-zurros-dos-100-idiotas/#comment-2404048

       

      4- Publiquei dezenas de textos na internet criticando a brutalidade policial. Já cheguei a comparar a PM/SP ao PCC para demonstrar que, nas mãos do tucanato paulista, aquela instituição virou uma quadrilha mais perigosa que a dos seus supostos oponentes::  http://www.midiaindependente.org/pt/red/2013/08/522467.shtml . Portanto, também em relação a questão o autor está desinformado a meu respeito. O fato de criticar a PM/SP não me impediu de sentir empatia pelos policiais que acompanharam a Marcha Contra o Fascismo no dia dos fatos. Apesar de provocados à exaustão os PMs não fizeram nada. E se eu fosse um policial trabalhando, sem dúvida alguma meteria a mão na cara de alguns daqueles moleques provocadores. Não tenho sangue de barata como os amigos de Mauroncard. 

       

      5- O autor do comentário pode até não gostar dos livros editados pela  Editora Progresso. Mas isto é irrelevante, os gostos editoriais dele não estão em questão aqui. De qualquer maneira, se conhecesse os livros da Progresso ele mesmo admitiria que as edições eram luxuosamente encadernadas e que as traduções do russo (Lenin) e do alemão (Marx) para o português e espanhol eram primorosas. Os livros editados pela Progresso eram subsidiados pela URSS, de maneira que podiamos comprá-los a um preço bem mais em conta do que muitos livros editados no Brasil de autores capitalistas. Hoje aquela molecada aloprada que faz passeatas anacrônicas lê apenas textos de Lenin em PDF na internet. 

      http://bibliotecadigital.puc-campinas.edu.br/services/e-books/Vladimir%20Ilitch%20Lenin%20-%20O%20estado%20e%20a%20revolucao.pdf

      file:///C:/Users/SITHAN/Downloads/Um%20Passo%20em%20Frente%20Dois%20Passos%20Atr%C3%A1s%20(Lenin)%20(2).pdf

      http://www.pcb.org.br/portal/docs/esquerdismo.pdf

      Prefiro meus volumes bem encadernados da Progresso. E tenho dito…

       

      6- A amizade que devoto ao garoto psolista, que vi nascer, me permite ter com ele uma intimidade que o autor do comentário provavelmente nunca terá com seu filho. Tenho até pena do senhor  Mauroncard , pois em razão de viver num mundo de agressão ele não sabe reconhecer um gesto genuíno de fraternidade na diversidade ideológica. 

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