Marinha americana não consegue limpar ficha de brasileira expulsa por drogas

Jornal GGN – A Marinha norte-americana admitiu que cometeu um erro quando expulsou a reservista do estado de Maryland, a brasileira Graciela Saraiva, em 2010, após uma falsa acusação de abuso de drogas. Mas se recusou a limpar totalmente seu registro, mesmo depois que ela provou que apenas tomava uma medicação para dor prescrita por um especialista, após ter dois dentes do siso arrancados.

De acordo com reportagem especial do jornal Washington Post, além da questão de Graciela, a Marinha tem problemas ainda muito maiores, após o recente anúncio de que dois almirantes estão sob investigação, envolvidos em um escândalo de suborno. Mesmo assim, o caso de Graciela também é perturbador e mostra como a teimosia burocrática, uma política de tolerância zero com drogas e a fixação pela papelada perfeita podem, se combinadas, manchar a reputação de um marinheiro injustamente — e ainda custar ao país os serviços de um jovem imigrante patriótico.

A brasileira naturalizada, de 23 anos, teve permissão dos pais para se alistar ao 17 anos, para que seguisse a irmã mais velha, que ainda está na Marinha, em serviço. Agora, está desiludida, depois de fracassar em uma luta de três anos contra os militares, irredutíveis. Ela afirmou ao jornal que perdeu a fé na instituição, uma vez que estava disposta a dar a própria vida por ela. Mas não deixou de lutar: escreveu uma petição on line para o Secretário da Marinha norte-americana, que foi assinada por 400 apoiadores.

Graciela e um especialista em logística perderam sua posição na instituição após um teste que apontou a presença de codeína (um fármaco da família do ópio, usada no tratamento da dor) e morfina na urina. A brasileira tomou um analgésico de nome Tylenol para aliviar as dores, após uma cirurgia oral e chegou a fornecer provas de sua inocência, com a prescrição do dentista de sua cidade, recibos de farmácia e até raios-x de sua boca. No entanto, quando um laboratório da própria Marinha concluiu que Tylenol contém mesmo codeína e seu comandante inverteu a ordem de expulsão, já era tarde demais.

Foi uma sucessão de erros: a Marinha enviou o aviso inicial do teste positivo para drogas para um endereço errado, o que impediu Graciela de apresentar seus documentos de defesa até o prazo estipulado. Recebeu uma “expulsão honrosa”, segundo a publicação, além de um código de reentrada, o que significava que ela não era uma cidadão recomendada para o mercado de trabalho.

Mesmo com o coração partido, ela está determinada a limpar o próprio nome e voltar. Diz que não terminou sua “conversa” com os militares, e que ainda deseja se tornar uma oficial e servir seu país.

Após 15 meses, ela conseguiu vencer uma parte de sua batalha: o Conselho de Revisão Naval quitou e atualizou a condição de sua expulsão em 2011. No entanto, a classificação de “indesejável” ela ainda não conseguiu rever, o que prova que a Marinha parece determinada a puni-la, apesar dos fatos.

Saraiva e sua família apelaram e procuraram ajuda da Senadora Barbara Mikulski, que interveio por ela. Os jornais e outras mídias cobriram sua batalha. Não adiantou: o Conselho rejeitou a petição em outubro.

Saraiva admite que ela cometeu um grande erro no início. Ela não reportou a medicação que ela estava tomando na época do teste de urina. Mas, para ajudar, os papeis não foram preenchidos corretamente, o que tem prejudicado ainda mais a situação de Graciela, que está sendo punida pela desatenção de um funcionário que pulou o espaço de preenchimento do formulário da oficial.

Enquanto a situação não muda e a Marinha não corrige seu próprio erro – o que levaria exatamente um minuto para ser feito, a brasileira está estudando bioquímica em sua cidade.

 
 
 
Redação

22 Comentários

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  1. Aproveito o ensejo para uma

    Aproveito o ensejo para uma vez lembrar aos brasileiros a insólita situação destes brasileiros renegados que juraram bandeira de outro país e não hesitariam em guerrear contra sua pátria mãe, para defender sua pátria de aluguel.

    É cada vez mais urgente de que seja elaborada uma lei para determinar a perda automática da nacionalidade brasileira destes cidadãos que optaram para defender outra pátria.

    Existem centenas de brasileiros e brasileiras nesta situação, especialmente nos EEUU e em Israel.

    Além de tudo, esses elementos são espiões em potencial.

     

    1. Ser espiao eh igual ser

      Ser espiao eh igual ser prostituta ou juiz:  vai com um tipo de personalidade.  A pessoa tem que ter queda pra isso.

      A lei seria burra, Francisco!

      1. Foi-se o tempo Ivan…

        Foi-se o tempo que espiões trabalhavam por ideal…

        Agora, é só por um punhado de dolares ou shekels.

        Esqueça o ideal.

        Esta ex-brasileira que vá prá puta que lhe pariu. E a família dela que vá junto.

         

        1. (Nao, Guerra!  Ter cidadania

          (Nao, Guerra!  Ter cidadania dupla nao quer dizer intrinsecamente nada.  Alias, tambem conheco uma biologa brasileira no Army.  Ela tava jogando futebol num parque e jogava tao bem que foi recrutada, e isso ja tem uns 10 anos, ela ta la ate hoje.  Quanto aa expulsa do post, eu sabia, devia ter falado, nao falei, arrependi:  nada do que ela diga vai adiantar em nada.  Nunca adianta com trairas.)

      1. BABACA

        MUITOS BRASILEIROS BRILHAM NO CHAMADO PRIMEIRO MUNDO SEU BABACA.EXTRATEGICAMENTYE O BRASIL PRECISA TER GENTE QUE DIVULGE A BOA IMAGEM DA NOSSA CULTURA NO EXTERIOR. VC EH UM TREMENDO PNC PENSANDO DE FORMA TAO ATRASADA. ACORDA MANEH!!!

  2. Nassif, a chamada esta

    Nassif, a chamada esta errada, TYLENOL nao eh “droga”, eh remedio que voce compra em qualquer farmacia ou mercearia.

    Ela foi “expulsa” por causa de codeina no sangue que veio do Tylenol.  E porque o governo norte americano eh uma fabrica de trairas.

  3. Quem iria confiar?

    Eu não confiaria numa menina que troca assim de nação, nem o Governo Brasileiro poderia confiar em alguém que fez isso (como aquele jogador de futebol que quis jogar pela Espanha). Então, por que o Governo dos EUA teria que confiar nela? Obviamente ela é indesejável – do ponto de vista dos EUA, latina e traíra e, embora tenha dado alguns tiros em favor dos EUA no oriente médio, recebe agora o merecido chute de descarte depois do “dever cumprido”. Tome o seu Green Card e vai lavar pratos por aí!

  4. Tinha que ter uma lei sim

    Tinha que ter uma lei sim contra isso sim. Se um sujeito ou sujeita renegou seu próprio Pais entrando nas forças armadas dos outros, fica automaticamente sem a cidadania brasileira.

  5. Indignado

    Isto não é texto de interesse. Nada de eliminar cidadania brasileira mas como já disseram aqui nós com tantos ataques à cidadania e democracia, qual a importância de uma americana que se deu mal com as leis que ela de livre e espontânea vontade assumiu. Em uma frase: Fuck yourself!

  6. Drama da lacaia

    Nao temos NADA a ver com o “drama” dessa lacaia.

    De qualquer forma, nao deixa de ser divertido ver quem acredita na máquina da intolerancia (e põe até a  vida a serviço dela), ser vítima da mesma.

    É capaz que a traste ainda volte pra cá e arrume um empreguinho de “analista” no Instituto Milenium e comentarista no Globo news.

  7. Eu fico pasmo ao ver a

    Eu fico pasmo ao ver a facilidade com que brasileiros abraçam uma nova pátria, parece que carregam consigo a ilusão de que basta falar o idioma e se comportar como os seus novos irmãos, que assim serão aceitos.   

  8. Caso da brasileira Graciela Saraiva nos EUA
     CARTA ABERTA À PRESIDENTA DILMA E AO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES 

Senhores,

 Há mais de 2 anos temos solicitado apoio do governo brasileiro para que interceda junto ao governo estadunidense no caso Graciela Saraiva, neta do ex-combatente brasileiro da Segunda Guerra Mundial (Jairo Saraiva). Em novembro de 2010, Graciela foi expulsa da corporação sob acusação de “abuso de drogas”. Exame de rotina constatou codeína em sua urina. Tratava-se de Tylenol 3, analgésico sintético que copia a morfina, por ela usado após prescrição de um dentista de Maryland. Na época, o laboratório emitiu laudo que a inocentou de culpa. O Conselho de Revisão da Marinha aceitou as provas, devolvendo-lhe a “honra”. Recentemente, outro Conselho da própria Marinha, encarregado de corrigir os Registros Militares, composto por três membros, negou-se a reparar a injustiça, não admitindo peso aos méritos da decisão anterior tomada pelo Conselho de Revisão.  Em resposta aos apelos feitos ao governo brasileiro, temos encontrado a indiferença: “Isso é assunto interno do governo americano, e ela (Graciela) não está sendo perseguida por ser brasileira.”. Esta última frase foi postada no tweeter e dirigida a mim pelo site do Ministério das Relações Exteriores.

Presidenta, nosso Brasil sempre foi por tradição um país solidário e respeitador dos direitos humanos e nunca se negou a INTERCEDER (o que não significa ingerência) em favor de qualquer ser humano, independentemente da nacionalidade. A injustiça que afeta uma pessoa é a mesma que afeta a humanidade como um todo, e não podemos avalizar isso, sobretudo quando o injustiçado, além de um passaporte brasileiro, possui a nacionalidade que representa a essência e a índole do povo brasileiro, que no passado acolheu seus avos e pais quando imigraram em difícil situação a nossa Pátria.  A petição on-line apresentada ao Ministro da Marinha americana recebeu o testemunho de 400 apoiadores das mais variadas nacionalidades que compartem a visão de que a injustiça é uma ameaça à própria humanidade, e sua defesa postula-se acima de sectarismo de qualquer natureza.
 
Seu mandato de presidenta a reveste da responsabilidade constitucional e moral de defender Graciela, cujo sacrifício além-mar na guerra contra o terrorismo e a pirataria lhe rendeu o reconhecimento da OTAN e do Departamento de Defesa na forma de condecorações que lhe foram retiradas e depois devolvidas, num gesto de reparação da injustiça que a está massacrando impiedosamente. A mácula em seus antecedentes marcará para sempre a vida que apenas começa e que está pautada na honestidade e na bravura herdada de seu avô, Capitão Jairo Saraiva que ombro a ombro lutou com os tradicionais amigos aliados americanos nos campos de Monte Castelo, na Itália. Uma palavra sua dirigida ao Presidente Obama em favor dessa jovem brasileira teria o significado de uma justa homenagem aos ex-combatentes brasileiros e a ela mesma, pelo exemplo de luta e desprendimento em uma causa que ameaça a humanidade como um todo na forma de terrorismo e pirataria.

O caso de Graciela foi divulgado no Brasil e nos EUA pela imprensa séria e empenhada na defesa da cidadania e dos direitos humanos. 

Sou de origem amazônica (Rondoniense), e mesmo estando há mais de 20 anos residindo longe do Brasil, nunca deixei de exercer minha cidadania e oferecer ideias para amenizar o sofrimento de nossos compatriotas que optaram pelo auto exílio. Estes suprem suas famílias enviando remessas para a economia brasileira, o que significa a entrada bilhões de dólares anuais em nosso país. Entretanto, eles não possuem voz nem voto, somente o direito de contribuir.  Mais ainda: morrem desamparados e, por falta de legislação ou dotação orçamentária, suas famílias no Brasil, também contribuintes do erário, não podem ter seus restos mortais repatriados. Falta, sobretudo, vontade política e sentimento humanitário. A título de comprovar essa informação, leia a justificativa do Projeto de Lei Complementar 559/2010 e a Proposta de Emenda à Constituição 436/2009, respaldada por mais de 180 deputados federais, ambas de minha autoria, acolhidas e apresentadas pelo Exmo. Deputado Federal Manoel Júnior. A primeira “dispondo sobre a criação de contribuição social sobre as remessas de dinheiro de pessoas físicas residentes no exterior para pessoas físicas ou jurídicas residentes, ou com sede e/ou filial no Brasil, a fim de prover recursos para atendimento de brasileiros em situações emergenciais no exterior.”. A segunda  “Acrescenta o parágrafo 3º ao art. 45 da Constituição Federal para conceder aos brasileiros residentes no exterior o direito de eleger seus representantes à Câmara dos Deputados.” 
Reitero, portanto, o pedido para que interceda junto ao Presidente Obama, assim como já fez no passado o Senador Acir Gurgacz, em favor de Graciela. Não se trata de uma iraniana supostamente adúltera condenada à morte por apedrejamento, não se trata da ação questionável de uma pacifista, não se trata de um senador boliviano e prófugo de seu país processado por corrupção. GRACIELA SARAIVA é simplesmente alguém que se negou a abrir mão da nacionalidade brasileira por ter orgulho de sua pátria e precisa de solidariedade para livrar-se de uma inaceitável injustiça.

  

  9. Parabens pela materia
    Eu “pasmo” com o nível desqualificado de pessoas que vomitam inveja, burrice e se expõe ao ridículo sem o menor receio de rotularem-se como estúpidos.Gostei da defesa feita pelo pai. Imparcial e esclarecedora.Estamos em plena globalização e num futuro não distante o conceito de nacionalismo perdera o que resta de sentido. O que se defendera serão principios tais como ética, justiça e igualdade. Panorama difícil de ser percebido por ignorantes que ganhariam muito mais calando-se para não exalar o fedor do ranco doentio. A moca tem méritos e a condecoração da OTAN que recebeu eh uma prova incontestável.Essa gente tem que ouvir a verdade claramente, gostando ou não. Interceder junto ao Obama não seria nenhum favor apenas um gesto humanitário e de cidadania digno de um presidente diligente para com um compatriota injustiçado em qualquer lugar do mundo. Ela (Dilma) eh muito bem paga para presidir o Pais e zelar pela nacionalidade, por isso, não me parece sensato se fazer surda ao clamor legitimo de um compatriota por Justiça.Rasguem-se invejosos. 

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