Endividamento dos brasileiros chega ao pior patamar: quase 8 de cada 10 famílias

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Endividamento é ainda pior para os mais pobres: 80,3% abaixo de 10 salários mínimos, pior patamar desde 2010.

Foto: Unsplash

O endividamento entre os brasileiros atingiu novo recorde: 79,3% ou quase 8 de cada 10 famílias, em setembro. Esse índice é ainda pior entre os mais pobres: 80,3% dos consumidores com renda menor a 10 salários mínimos, o maior patamar já registrado desde 2010.

Os números foram divulgados hoje pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Inadimplência

Ao mesmo tempo que o endividamento dos brasileiros aumentou pelo terceiro mês consecutivo, a inadimplência, ou seja, o atraso do pagamento dessas dívidas, também chegou ao pior patamar já calculado pela pesquisa: 30%.

Também é o terceiro mês consecutivo que há um aumento da inadimplência, de 0,4 pontos percentuais em comparação ao mês anterior. Mais uma vez, desde 2016, é o pior crescimento da inadimplência em um ano.

“Embora os atrasos tenham crescido no mês e no ano entre os consumidores nas duas faixas de renda, as dificuldades de pagamento de todos os compromissos do mês são mais latentes entre as famílias de menor renda”, afirmou a economista da CNC, Izis Ferreira.

Os altos juros nas linhas de crédito, que cresceram 13,5 pontos percentuais em um ano, chegando à média de 53,9%, somaram para a dificuldade de os mais pobres conseguirem pagar as dívidas.

Leia a íntegra do relatório aqui.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Quando a renda de uma sociedade não apresenta sustentabilidade, levando as pessoas a se utilizar de um endividamento como forma de conseguir a manutenção razoável dos compromissos, não se permite maior possibilidade de aumento da renda nas segmentações da sociedade. O que deveria ser usado de forma equilibrada, somente em relação a bens que podem comprometer um volume elevado da renda, quer individual ou composta, se torna uma alternativa das pessoas se manterem. Com essa limitação, um efeito em cadeia acontece; as pessoas compram menos, as empresas vendem menos e também compram menos e assim por diante. Assim o crescimento da renda geral é baixo. Retira-se a perspectiva de todas as partes da sociedade obter a realização de avanços que resultem no desenvolvimento do conjunto econômico e social. O Brasil não evolui para uma economia que se apresente mais competitiva e melhore as condições do País. As oportunidades no País precisam ser aumentadas e bem aproveitadas. Esse improviso que é usado, pouco acrescenta para um maior crescimento aprisionando tudo e todos. Esse processo excludente, de empobrecimento da população é danoso para o País.

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