Mantega e a sucessão de Strauss-Kahn

Do G1

Reservar cargo no FMI para europeu é passado, afirma Mantega ao G20

Fábio Amato

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, enviou nesta quarta-feira (18) carta aos representantes do G20 expressando a posição brasileira sobre a sucessão de Dominique Strauss-Kahn na direção do Fundo Monetário Internacional.

“O Brasil sempre apoiou a posição de que a seleção deve ser baseada no mérito, independentemente da nacionalidade. Já se passou o tempo em que poderia ser remotamente apropriado reservar esse importante cargo para um cidadão europeu”, disse o ministro.

Mantega afirma na carta que é preciso “estabelecer critérios” para a seleção do novo nome.

De acordo com ele, o processo deve assegurar a representatividade e a legitimidade do FMI. Por isso Mantega defende que a decisão só seja tomada após consulta a todos os países membros do G20.

O ministro também reforçou que a decisão deve ser tomada com participação ampla de nações. “Também já se passou o tempo em que algumas decisões podiam ser tomadas por um grupo exclusivo de países, como o G7. O G20 já substituiu o G7 como principal fórum para a cooperação econômica internacional”, defendeu.

Processo de seleção
Mantega menciona até a legitimidade do fundo durante o processo de seleção. “O FMI não pode ficar para trás neste processo de mudança institucional. Se o Fundo quer ter legitimidade, seu diretor-gerente deve ser selecionado somente após ampla consulta com os países membros”.

“O diretor-gerente do Fundo deve ser uma pessoa altamente qualificada, com sólida formação técnica e política, bem como experiência em cargos oficiais de alto nível. Essa pessoa também deve representar um número maior de países membros, ser aberto à necessidade de mudanças e reformas, e capaz de compreender a ampla variedade de desafios enfrentados em diversas partes do mundo”, defendeu.

Mantega ainda afirmou que a crise enfrentada pelos países europeus não pode ser usada como argumento para apressar ou direcionar a escolha do novo chefe do FMI.

“É compreensível que alguns países europeus desejem encontrar uma rápida solução para seus problemas. Não obstante, não devemos decidir de forma precipitada a sucessão da chefia de uma instituição de tamanha importância”.

Papel de Strauss-Kahn
Mantega também destacou o papel desempenhado por Strauss-Khan no comando do FMI.  “Ele atuou de forma decisiva nos esforços internacionais para superar a crise econômica mundial. O Diretor-Gerente também contribuiu para a reforma do Fundo, reconhecendo que os mercados
emergentes e os países em desenvolvimento precisam ter maior peso nas decisões do FMI, em linha com sua crescente participação na economia mundial”, afirmou.

(Com informações do Valor Online)

Luis Nassif

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