Por Jéssica Moreira, do Centro de Referências em Educação Integral
Construir um plano educativo de forma colaborativa. É isso que professores das redes estaduais e municipais de Salvador fizeram na última quarta-feira (6/11) no II Seminário Bairro-escola Rio Vermelho. Os profissionais da educação passaram todo o dia discutindo metas e estratégias para elaborar um projeto que realmente dialogue com a realidade local e faça sentido na vida dos estudantes.
O que é um Plano Educativo Local (PEL)?
Para a elaboração de um plano educativo local (PEL) – metodologia desenvolvida pela Associação Cidade Escola Aprendiz -, os professores devem pensar o desenvolvimento das crianças e adolescentes de forma integral, levando em consideração os aspectos físicos, emocionais e simbólicos de cada indivíduo.
A gestora de projetos da Associação Cidade Escola Aprendiz, Agda Sardenberg, explicou que o PEL deve traduzir os objetivos do território onde se pretende atuar, deixando claro também ao poder público onde a rede pretende chegar com o projeto para que o bairro se torne um espaço educador e de promoção e garantia dos direitos das crianças e adolescentes. “Para elaborar um plano local, é preciso fazer um diagnóstico bem feito sobre as condições de vida dos estudantes. E isso dever ser feito de forma participativa, garantindo a elaboração de plano de ação, com metas e estratégias para sua implantação”.
Segundo Agda, para que um bairro inteiro se torne educativo é preciso que haja uma articulação entre as escolas e equipamentos locais, formando uma rede democrática de diferentes pessoas e espaços.
O Centro de Referências estava presente no evento e compilou as discussões entre professores, gestores e equipes técnicas sobre como pensar a escola, o território e as políticas públicas voltadas à Educação Integral. Veja abaixo:
O papel da escola na Educação Integral
A escola precisa sensibilizar a comunidade escolar por meio de estratégias como a apresentação da proposta por meio de palestras e oficinas, assim como trazer experiências bem sucedidas para sensibilização da equipe escolar. Os professores apontaram também quão importante é a análise do Projeto Político Pedagógico (PPP) existente, identificando os elementos previstos no conceito de Educação Integral e incluindo ações que dialoguem mais com a comunidade.
As práticas pedagógicas
É preciso garantir a formação continuada dos professores em Educação Integral, com planejamento de trilhas educativas (percursos de aprendizagem a partir do interesse dos alunos), mapeamento de espaços e de agentes educativos; assim como multiplicar as práticas de educação integral para a comunidade local e do entorno.
Gestão Democrática
Para escolas que já tenham atividades relacionadas à Educação Integral, a formação continuada de gestores pode ser uma ação estratégica para dar continuidade ao projeto e fomentar a participação de outros segmentos da comunidade escolar e população do entorno da instituição, por meio, por exemplo, das mídias digitais.
Mapeamento e parcerias
O mapeamento do entorno da escola pode ser feito por pequenos grupos, que em seguida devem compartilhar suas percepções com a rede, reunindo escolas, organizações sociais e poder público. E, assim, reconhecer oportunidade de parcerias na comunidade. Para isso, podem ser feitas campanhas para conscientizar a comunidade sobre a importância da Educação Integral.
Políticas Públicas: financiamento e intersetorialidade
O projeto de Educação Integral só pode ser concretizado com verba suficiente voltada à educação. Deve haver um trabalho constante de incidência política, para garantir que a Educação Integral seja contemplada no planejamento orçamentário dos próximos anos no município, estado e federação. A articulação intersetorial também é fundamental para a concretização das propostas.
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