O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, tem feito ataques constantes contra o presidente Lula e o trabalho de chancelaria realizado pelo Brasil.
As ações do chanceler contra Lula se tornaram mais agressivas após as declarações do presidente brasileiro em defesa do reconhecimento do Estado da Palestina e contra os ataques comandados pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na Faixa de Gaza.
“É importante lembrar que, em 2010, o Brasil foi o 1º país a reconhecer o Estado palestino. É preciso parar de ser pequeno quando a gente tem que ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula no último final de semana.
Desde então, Katz tem atacado de forma constante o presidente brasileiro, chegando a afirmar que o Lula é “persona non grata” em Israel até que pedisse desculpas, afirmando que a comparação com a ação nazista é “Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”.
Ataques constantesComo forma de tirar os holofotes da fala de Lula, Katz tem usado das redes sociais para fazer postagens em português criticando o presidente brasileiro.
Nesta sexta-feira (23), por exemplo, o chanceler usou a rede social X para efetuar postagem em português acusando Lula de querer separar os povos brasileiros e israelenses, e que “nem mesmo você, Lula iria conseguir isso”.
Nesta mesma semana, Katz gravou um vídeo ao lado da brasileira Rafaela Triestman, cujo namorado Ranani Glazer foi morto na ação do grupo terrorista Hamas, afirmando que Lula teria de ouvir a brasileira “após a sua comparação entre a nossa guerra justa contra o Hamas e os atos desumanos de Hitler e dos nazistas”.
Contraponto
Pode-se dizer que os ataques constantes efetuados por Israel Katz são uma tentativa de Israel colocar uma ‘cortina de fumaça’ em torno das declarações do presidente Lula, que não só movimentaram a diplomacia internacional na última semana como foram lembradas durante audiência realizada no Tribunal Internacional de Justiça.
Quando Katz afirmou a Lula “que não é tarde para aprender História”, o chanceler também precisa se lembrar que o Acordo de Haavara, que viabilizou a fuga de cerca de 60 mil judeus alemães e austríacos para a Palestina, foi assinado entre judeus sionistas e os nazistas alemães.
Katz também deve se lembrar do cientista (e judeu) Albert Einstein, que assinou ao lado de outros intelectuais uma carta onde denuncia o avanço do fascismo sionista em Israel ainda na década de 1940 em carta enviada e publicada no jornal norte-americano The New York Times.
Sobre a ausência de ações brasileiras na região, o Brasil foi o primeiro país a colocar à disposição aviões do Exército – e até mesmo o avião usado pela Presidência da República – para repatriar brasileiros e seus parentes, sejam eles israelenses ou palestinos, além de dar todo suporte necessário.
A Operação “Voltando em Paz”, conduzida pelo governo brasileiro e pelo Exército, trouxe de volta ao país mais de 1,4 mil brasileiros até 12 de novembro de 2023, como mostram dados divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores.
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Truque manjado da atual administração de Israel para desviar a atenção de suas mazelas e do genocídio praticado em Gaza.
Se questionam as palavras de Lula pela comparação entre o genocídio praticado pelos nazistas e o genocídio praticado pelo atual governo de Israel, uma outra comparação é pertinente: A do Gueto de Varsóvia e a do Gueto de Gaza.
Parafraseando o ex-jornalista Ibrahim Sued: “Katz e Netanyahu ladram, e a caravana de Lula passa”.