Na próxima semana, ocorre o julgamento do Supremo Tribunal de Londres, visto como a última chance de Julian Assange de recorrer contra a sua extradição. Enquanto isso, a Austrália emitiu duros gestos políticos para abrigar o ativista e colocar fim à perseguição de mais de uma década dos Estados Unidos e da Inglaterra contra o fundador do WikiLeaks.
Assange tem nacionalidade australiana, e o primeiro-ministro Anthony Albanese e o Parlamento da Austrália aumentaram as pressões para que os EUA e a Inglaterra desistam da extradição, enquanto ainda permanece detido pela Polícia Metropolitana de Londres.
O que fez a Austrália
Nesta quarta-feira (14), 86 legisladores australianos aprovaram uma moção – que tem efeito como um pedido político-diplomático, sem vigência legal -, com apoio direto do primeiro-ministro, que chegou a emitir um discurso no Parlamento, afirmando que esta ação representa “a maior demonstração de que a prisão de Assange é injusta”.
“Os Estados Unidos devem reconhecer o peso do apoio político da Austrália e abandonar o processo de extradição”, afirmou Albanese.
Ainda que direcionada aos Estados Unidos, a moção e os gestos da Austrália repercutem no Reino Unido, uma vez que ocorre uma semana antes de o Supremo Tribunal de Londres julgar se Assange pode ou não recorrer de sua extradição para os Estados Unidos.
O julgamento do Supremo britânico
Em 2022, o Ministério do Interior acatou a um pedido de extradição dos norte-americanos. A esposa do ativista, Stella Assange, declarou que o marido morrerá se for extraditado aos EUA, onde sua condenação deve chegar a 175 anos de prisão.
Assange quer recorrer. Mas o próprio Tribunal britânico coloca travas, e decidirá na terça (20) e na quarta-feira (21) se ele pode ou não apelar contra a deportação.
A decisão é vista como a última chance de Assange de recorrer. E caso o tribunal de Londres negue, o fundador do WikiLeaks deverá voltar aos Estados Unidos, onde será preso.
Audiência final: “Assange morrerá se for extraditado”
“Será a audiência final, se não for aceito o recurso de Julian, não há possibilidade de recorrer para o Supremo Tribunal ou para qualquer outro lugar nesta jurisdição”, afirmou a esposa, durante uma reunião organizada pela Associação de Imprensa Estrangeira, nesta quinta-feira (15).
“Sua saúde está piorando, física e mentalmente. Sua vida corre perigo todos os dias que ele permanece na prisão e se for extraditado morrerá”, completou Stella.
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