Os protestos dos músicos chilenos

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Víctor Jara, cantor chileno assassinado na ditadura, recebe homenagem nos diversos protestos do país: aqui, duas versões gravadas e a música lançada por Ana Tijoux

De Santiago, Chile

Jornal GGN – A maior crise social e política do Chile desde a ditadura do general Augusto Pinochet está sendo também manifestada pelos artistas e músicos do país.

É nesse clima que um grupo de 30 reconhecidos músicos chilenos decidiram gravar uma versão atual da canção “O direito de viver em paz”, do cantor chileno Víctor Jara, assassinado na ditadura Pinochet.

O trabalho musical reúne nomes como Mon Laferte, Joe Vasconcellos, Cami, Francisca Valenzuela, Gepe, Fernando Milagros, Illapu, Kanela e outros cantores de diversos gêneros musicais reconhecidos na América Latina.

“Repudiamos as ações do governo ao militarizar as ruas, assassinar e torturar nosso povo. Elevamos este canto como uma intenção genuína de provocar mudanças profundas e estruturais na nossa sociedade”, traz trecho da canção regravada:

A célebre letra do cantor morto pela ditadura também foi inspiração para músicos chilenos de todo o mundo se unirem em uma composição para manifestar a favor da população, à distância.

“Junto a músicos chilenos espalhados pelo mundo, fizemos esta versão de O Direito de Viver em Paz, de Víctor Jara, com a única intenção de somar nossos instrumentos aquelas demandas que o povo do Chile clama”, escreveu o músico Daygoro Serón, ao compartilhar a versão:

A cantora Ana Tijoux, que logo no início das primeiras manifestações criou desde a sua casa uma canção especial dedicada aos protestos “Panelaço”, que viralizou rapidamente, decidiu estrear a versão oficial que resume as lutas nas ruas: “Não são 30 pesos, são 30 anos”.

A música, que já ganhou duas versões, recebeu recentemente referências ao áudio vazado da primeira-dama Cecília Morel, que dizia que os protestoss eram como um “ataque alienígena”, e as críticas à repressão do aparato estatal contra os manifestantes. Acompanhe a última versão:

 


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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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