Gordofobia: a aversão ao corpo gordo e cidadania

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Além do componente estético, gordofobia também conta com componentes sociais

Jornal GGN – Para aprofundar o debate sobre cidadania e questões sociais, o Jornal GGN abordou um dos temas que ganhou força nos últimos tempos: a discussão em torno da gordofobia – que é a discriminação do corpo gordo, seja por meio de restrição ao emprego, a serviços de saúde e, em âmbito pessoal, à discriminação social pelo corpo não ser considerado “adequado” para o convívio em sociedade.

Em entrevista concedida à redação GGN por ocasião da Semana da Mulher, as ativistas Rachel Patricio (redatora do blog Falando Sobre Gordofobia), Jessica Ipólito (autora do blog Gorda e Sapatão) e Virgínia Cruz (advogada e sócia da confecção plus size Madeleines) abordaram uma série de temas relacionados à questão.  O primeiro vídeo da série aborda a própria gordofobia e o processo de construção de um movimento que tem como principal mote acabar com a definição de que “todo gordo é doente”.  

“Entendo a gordofobia como a aversão ao corpo gordo. Então, como que essa aversão se dá na nossa sociedade? Através do estigma, do estereotipo, da discriminação”, explica Rachel.

“A ideia que se tem de uma pessoa boa, é uma pessoa magra, uma pessoa branca, uma pessoa do cabelo liso, são várias características para se denominar alguém de caráter, alguém que tenha inteligência, alguém que tenha competência”, diz Jéssica. Em outras palavras: a sociedade considera o corpo gordo como algo doente, que precisa ser tratado por meio de medicamentos controlados – e que causam dependência – ou cirurgias que nem sempre são necessárias quando, na verdade, existem gordos que são saudáveis e pessoas magras que apresentam diversos problemas de saúde.

https://www.youtube.com/watch?v=Y37x7L-vBR0 width:700 height:394

 

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

11 Comentários

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  1. Ignorância muito comum se vê

    Ignorância muito comum se vê quando relacionam a obesidade a hábitos como por exemplo, o de comer muito, à gula, ao descontrole emocional etc.

    Desconhecem absolutamente que existe no organismo humano um processo chamado Metabolismo e esse processo muitas vezes não funciona como deveria. Processo de dificílimo, quando não, impossível controle pelos médicos.

    Uma injustiça. Além da pessoa ter de encarar esse problema com a cabeça erguida, ainda ouve idiotas dizerem para ela comer menos ou comer “melhor”.

    1. É verdade.
      Nâo há uma só

      É verdade.

      Nâo há uma só pessoa no mundo todo que é gorda devido ao excesso alimentar. Todos os gordos do planeta sofrem de problemas metabólicos.

      No Brasil, nos últimos anos tivemos praticamente uma epidemia de problemas metabólicos.

      Nada a ver, evidentemente, com excesso alimentar ou mesmo com alimentação deficiente. Que aburdo !!!! Preconceitoo !!!!

      1. Preconceito mesmo, e que vc está defendendo

        Nao tem vergonha? Mesmo nos casos de gula — mais justo seria falar da péssima qualidade de alimentos oferecidos em fast foods… — é uma questao pessoal, que nao justifica preconceito de ninguém. Ninguém é melhor pessoa por ser magro/a.

        1. Acho que muito preconceituosa

          Acho que muito preconceituosa é uma das autoras desse artigo:

          “A ideia que se tem de uma pessoa boa, é uma pessoa magra, uma pessoa branca, uma pessoa do cabelo liso, são várias características para se denominar alguém de caráter, alguém que tenha inteligência, alguém que tenha competência”, diz Jéssica.

           

          Geralmente, quando a gente pensa em alguém “anônimo”, a imagem que vem à nossa cabeça é muito semelhante à nossa própria, uma vez que “nós somos a medida de todas as coisas” como já dizia o filósofo…

        2. Ninguem é obrigado a

          Ninguem é obrigado a nada.

          Mas não deixa de ser uma questão de saúde pública, principalmente com relação às crianças.

          1. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa…

            Uma coisa sao esforços para evitar a obesidade. Proibiçao de venda de doces em lanchonetes de escola, por ex., cerceamento das empresas de fast food. Outra coisa é responsabilizar os gordos pelo fato de serem gordos e, pior ainda, discriminá-los.

  2. Pra mim a frase mais famosa

    Pra mim a frase mais famosa de Jo Soares e que eu conheco desde crianca eh essa:  “Se gordura fosse engracado as pessoas passavam na frente do acougue e morriam de rir”.  (deve ter sido no comeco dos 70 ou ate antes, e ele estava se enderecando ao rumor que as pessoas so riam dele porque era gordo)

    Zero complexo eh isso, o resto eh besteira!

  3. SE toda a gordura fosse em

    SE toda a gordura fosse em função de deficiência metabólica, vá lá… o que dizer do excesso de obesidade entre os americanos? E da completa inversão calórica que está havendo no Brasil, onde as pessoas menos esclarecidas estão com excesso de peso e aquelas mais esclarecidas estão com os seus índices mais equilibrados? Assim, é obvio que a dieta e os hábitos contam demais nessa questão.

    1. Contam sim, mas isso é irrelevante

      Primeiro, porque os alimentos de mais qualidade nao estao disponíveis para todos. As comidas mais baratas sao amiláceos, as comidas mais facilmente disponíveis sao fast foods de qualidade horrível. E sobretudo porque ninguém é obrigado a ser magro! Vc quer introduzir um décimo primeiro mandamento, Seja Magro?

    1. Coloquei acima um famoso quadro de Rubens.

      Peter Paul Rubens pintor renascentista que foi um dos primeiros a retratar o  movimento, a cor e a sensualidade e para o padrão de beleza e sensualidade dele e todos os 10.000 anos que o antecederam tinham como paradigma garotas rechonchudas e volumosas. Nesta época, como em todas as sociedades que não foram abafadas por padrões de beleza oscidental dos últimos 50 anos, o padrão de beleza SAUDÁVEL era de meninas e moças rechonchudas que hoje seriam consideradas gordas.

      Magras eram consideradas doentes e pouco férteis, isto começa no neolítico e só vai terminar no início do século XX para a sociedade oscidental burguesa, pois no povo em geral (90% da população) a beleza era representada por bastante volume, logo esta coisa de magreza como beleza é extremamente recente.

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